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Audiência entre volante Éderson e Cruzeiro na Justiça é remarcada para 19 de fevereiro

Jogador processa o clube por causa de atrasos em salários e outras verbas trabalhistas

postado em 28/01/2020 13:47

(Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


A audiência entre o volante Éderson e o Cruzeiro na Justiça foi remarcada do dia 10 para 19 de fevereiro, às 8h30, na 1ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. O jogador processou o clube por causa de atrasos em salários, direitos de imagem, 1/3 sobre férias, 13º, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e demais verbas trabalhistas. O valor de R$ 2.638.836,57 corresponde ao vínculo do atleta com a Raposa, até julho de 2023.

No último dia 10 de janeiro, Éderson teve o pedido de rescisão liminar negado pela juíza Ana Luiza Fischer Teixeira de Souza. Ele almejava a liberação, pois havia recebido uma proposta do Bahia. Na ocasião, a magistrada argumentou que o caso não era urgente, visto que a janela de transferências se encerra somente em 16 de abril, e que o Cruzeiro precisaria de tempo para apresentar a sua defesa. Também foi indeferida a solicitação de segredo de Justiça.

Éderson, de 20 anos, tem 60% dos direitos econômicos ligados ao Cruzeiro, que se comprometeu a pagar ao Desportivo Brasil-SP R$ 250 mil pelo empréstimo de julho de 2018 a julho de 2019 e mais R$ 1 milhão pela aquisição definitiva. O jovem volante foi um dos poucos destaques na participação desastrosa do time no Campeonato Brasileiro - rebaixado à Série B em 17º lugar, com 36 pontos em 38 rodadas. Em 21 jogos, marcou dois gols.

Conforme apurado pela reportagem, Éderson havia feito um compromisso de adquirir um apartamento em Belo Horizonte. Como o clube atrasou os salários, o atleta precisou a recorrer a um de seus empresários, André Cury, que lhe emprestou R$ 150 mil. Apenas no dia 10 é que o Cruzeiro pagou parte do valor devido ao meio-campista.

O contrato feito pelo Cruzeiro com Éderson previa reajustes progressivos nos vencimentos, divididos entre salário-base (50%), direitos de imagem (30%) e acréscimos remuneratórios (20%):

R$ 50 mil - jul/2019 a jul/2020

R$ 75 mil - jul/2020 a jul/2021

R$ 100 mil - jul/2021 a jul/2022

R$ 120 mil - jul/2022 a jul/2023

No dia 24 de janeiro, Carlos Ferreira, interlocutor do Núcleo Dirigente Transitório com o departamento de futebol do Cruzeiro, afirmou que André Cury, um dos empresários de Éderson, tornou-se persona non grata (que não é bem-vinda, em tradução do latim) no clube.

“A situação de fragilidade, quando você entra em negociação, você entra em desvantagem. Mas não é verdadeira a afirmação de que todos os empresários estão boicotando o Cruzeiro. Tem empresários sérios, que estão ajudando o clube, o do Rodriguinho, por exemplo (Luís Paulo Santarelli). André Cury, hoje, é considerado no meio do Conselho Gestor uma persona non grata. Não é de hoje que ele vem prejudicando o Cruzeiro em várias negociações. A gente não tem sentimento de amizade com ele nesse momento”.

Procurado pelo Superesportes na ocasião, André Cury se defendeu das acusações e disse que os jogadores não podem trabalhar de graça por conta da situação crítica do Cruzeiro.

“É lamentável a parte que está errada achar que está certa. Como o Carlos sabe, o Cruzeiro não está cumprindo seus compromissos. A mim, eles devem R$ 12 milhões e nunca levei na Justiça. Nem comissão eles pagam. E agora não estão pagando jogador. Ninguém é obrigado a jogar de graça só porque o diretor está com problema. Eles têm é que agir com seriedade, organizar a instituição e parar de jogar para a torcida”.

Outro jogador agenciado por André Cury, o atacante David conseguiu rescisão liminar com o Cruzeiro. Ele tem negociações avançadas para ser contratado pelo Fortaleza, por indicação do técnico Rogério Ceni, com quem trabalhou na Toca entre 11 de agosto e 26 de setembro de 2019.

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