A torcida do Cruzeiro espera que o empate sem gols com o Juventude, no Mineirão, tenha sido o último jogo da péssima fase que a equipe atravessa desde o ano passado. Ainda que o clube continue em grave situação financeira, a chegada do técnico Luiz Felipe Scolari, os lampejos da equipe no segundo tempo diante do time gaúcho e o pagamento de algumas dívidas podem ser prenúncio de que dias melhores virão.
Racionalmente, não há muito o que comemorar. Voltar à Primeira Divisão no ano que vem continua um objetivo distante – são apenas 13 pontos em 16 jogos, o que exigirá uma campanha quase perfeita daqui para frente. Mas os últimos acontecimentos foram suficientes para reacender a esperança celeste, tão combalida pela falta de planejamento demonstrada até agora.
Há peças suficientemente boas para se montar uma equipe minimamente competitiva, que, se não vai liderar a Série B com facilidade, tem condições de ficar distante da vexatória zona de rebaixamento à Terceirona. Dependerá muito de como Felipão vai se adaptar à realidade celeste e como o grupo reagirá a Felipão.
Resgatar a confiança de alguns jogadores, optar por um esquema seguro na defesa e que consiga agredir os adversários e melhorar as finalizações são alguns dos desafios imediatos do experiente treinador. Que ele também conte com a sorte que não acompanhou os antecessores, todos muito trabalhadores, mas cujas iniciativas nem de longe surtiram os resultados desejados.
Que Scolari mais uma vez consiga se superar, como ocorreu em outras oportunidades na carreira. A chance de escrever o nome definitivamente na história de um dos maiores clubes do mundo está aí. Um desafio do tamanho do currículo do treinador.