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Entenda a reviravolta na negociação entre Cruzeiro e Yeison Guzmán

Jogador foi anunciado em 15 de março, mas não defenderá mais o Cruzeiro

postado em 20/04/2021 18:30 / atualizado em 21/04/2021 00:07

(Foto: Envigado/Divulgação)
O meia Yeison Guzmán, de 23 anos, destaque do Envigado da Colômbia, não se transferirá mais para o Cruzeiro. Assim como adiantou a rádio Caracol, de Bogotá, o atleta desistiu do acordo.

O clube celeste havia anunciado o jogador como reforço no dia 15 de abril. Agora, com o desfecho inesperado da negociação, promete medidas judiciais para ser indenizado pelo atleta e seu agente, Kormac Valdebenito.

O Superesportes apurou com pessoas ligadas à negociação quais foram os pontos que impediram Guzmán de viajar a Belo Horizonte e assinar contrato por cinco temporadas com a Raposa. Veja nos tópicos abaixo:

  • Relação entre Cruzeiro e intermediários com empresário: desde o início das negociações, a relação entre Kormac Valdebenito, agente de Guzmán, e os intermediários da transação, Alexander Viveros e Gianfranco Petruziello, não é das melhores. Kormac não ficou satisfeito com a forma como o Cruzeiro iniciou as tratativas, sem passar diretamente por ele.

  • Legislação brasileira: após superar a relação ruim e aceitar o negócio, Kormac entende que foi ‘enganado’. Sem conhecer a legislação brasileira, o empresário desejava que toda remuneração de Guzmán fosse acertada em um único contrato - e não em vínculos separados (imagem e CLT), como é de praxe em clubes do país.

  • Novos interessados: horas antes de o Cruzeiro acertar a contratação de Guzmán, novos interessados, inclusive na Colômbia, sinalizaram com ofertas ao meia de 23 anos. A possibilidade de seguir no país de origem e com condições salariais superiores à oferta celeste teria agradado ao representante do jogador.

  • Atrasos salariais: Kormac Valdebenito, que foi jogador de futebol e defendeu a Universidad Católica, do Chile, deu entrevistas se mostrando temeroso quanto à situação financeira do Cruzeiro e aos constantes atrasos salariais. Ao Superesportes, em 12 de abril, declarou: “não há garantia de pagamento para nada nesse clube. Não queremos cobrar a cada 90 dias”. Ao Globoesporte, no dia seguinte, afirmou: “Da parte do jogador, é muito difícil, porque não pagam o salário em dia. Não é um jovem que tem 50 mil dólares no banco para esperar dois ou três meses para pagarem”.

Com a negociação desfeita, o Cruzeiro pode levar o caso aos tribunais da Fifa. Evidentemente, o clube não quer um jogador insatisfeito em seu elenco, mas buscará compensações financeiras, já que tinha uma espécie de pré-contrato assinado com Guzmán.

Com relação ao Envigado, o Cruzeiro já havia acordado o pagamento de US$1,2 milhão (R$6,6 milhões), segundo a Rádio Itatiaia, por 80% dos direitos econômicos. A agremiação colombiana receberia o dinheiro de investidores e manteria 20% de participação em uma venda futura.

A contratação de Yeison era considerada certa por Felipe Conceição. No último domingo, após a derrota por 1 a 0 para o Pouso Alegre, pela 10ª rodada do Campeonato Mineiro, o treinador analisou o meia. O clube aguardava o desembarque do colombiano em BH para realização de exames médicos até o fim desta semana.

Na Colômbia, Yeison é tratado como um armador de transições rápidas, com boa visão de jogo e desequilibrador no um contra um. Ele também se destaca em finalizações de média distância e assistências. Segundo o Soccerway, o camisa 10 disputou 132 jogos pelo Envigado e marcou 28 gols.

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