Seleção Grega dispensa premiação extra e pede construção de novo centro de treinamentos

Eliminados de um Mundial marcado pela ganância, os gregos deram neste final de semana um exemplo de respeito ao futebol. Após cair nos pênaltis para a Costa Rica na tarde deste domingo, os jogadores entraram em contato com o primeiro-ministro do país, Antonis Samarás, para tratar da premiação extra referente à classificação às oitavas de final. Mas o objetivo está longe de obrigar o governante a enviar um avião de dinheiro: é um pedido para investimentos no esporte.

“Não queremos bônus como extra, ou dinheiro”, escrevem os gregos em carta. “Nós só jogamos para a Grécia e seu povo. Tudo o que queremos é que você apoie o nosso esforço para encontrar uma terra e criar um centro esportivo para abrigar a nossa seleção nacional”, completam.

A solicitação é assinada por todos os 23 atletas que disputaram a Copa do Mundo no Brasil. Eles teriam direito à premiação por terem avançado além da fase de grupos, em classificação inédita para o futebol grego. Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro grego felicitou a seleção pela melhor participação do país em Mundiais. "Todos os gregos estão orgulhosos de nosso time nacional. Felicidades a todos os meninos", celebrou Antonis Samarás.

O comportamento da seleção do Mediterrâneo é oposto ao que se viu até aqui neste Mundial. Antes mesmo de o torneio começar, os camaroneses ameaçaram não viajar ao Brasil caso a premiação acordada com a Federação do país não fosse paga imediatamente. Na última semana, os ganeses exigiram dinheiro em espécie e um avião com 3 milhões de dólares (cerca de R$ 6,6 milhões) desembarcou em Brasília para o pagamento – a confusão nos bastidores foi tão grande que dois jogadores foram afastados por discutir com o técnico James Appiah.