Treinador dos 'Menudos do Morumbi' do São Paulo, Cilinho morre aos 80 anos

Depois de dois anos de enfermidade, morreu nesta quinta-feira em Campinas o ex-técnico Cilinho, que teve trabalhos marcantes no São Paulo e na Ponte Preta, além de trabalhar no Corinthians no início da década de 90 e em vários clubes do interior de São Paulo nos anos 70 e 80. Sua morte aconteceu em casa, em um condomínio no distrito de Sousas. Ele tinha 80 anos e já estava em situação delicada há dois anos, realizando tratamento especial e utilizando cadeira de rodas.

Ele já vinha acamado nos últimos dois anos, depois de sofrer dois AVCs (Acidente Vascular Cerebral). Em um deles ficou meses entre a vida e a morte no leito do Hospital da PUCC, em Campinas. Não há ainda detalhes do velório e do enterro. A família espera definir estes detalhes até o final da noite.

Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, foi apontado como um revolucionário no interior paulista e atingiu o auge no São Paulo nos anos 80 com o chamado time dos "Menudos do Morumbi". Esta equipe contava com alguns craques e um ataque poderoso formado por jovens como Muller, Silas e Sidnei, que tinha ainda o centroavante Careca. Já experiente, o meia Pita, revelado pelo Santos, impulsionava o ataque veloz e mortal do clube tricolor, campeão paulista de 1985.



Naquele ano ocorreu um fato curioso. A diretoria queria dar um toque especial no elenco e contratou o volante Falcão, que fez fama na Itália com o título de "Rei de Roma". Cilinho não gostou da ideia e relutou em escalar o craque em alguns poucos jogos. Ora falava que ele tinha problemas médicos, ora alegava que não tinha o ritmo necessário para entrar no time. O técnico insistia em escalar o volante Márcio Araújo, que por coincidência hoje atua como auxiliar de Fernando Diniz na comissão técnica do São Paulo.

Mas ele se rendeu à pressão nos dois jogos finais contra a Portuguesa, ambos vencidos pelo time do Morumbi: 3 a 1 e 2 a 1. A equipe na partida decisiva formou com: Gilmar; Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereyra e Nelsinho; Márcio Araújo, Silas (Pita) e Falcão (Freitas); Müller, Careca e Sidnei.

Cilinho começou como treinador na Ponte Preta no fim da década de 1960 e, posteriormente, treinou a equipe de Campinas em diversas oportunidades, alcançando 345 partidas. Foi vice-campeão paulista pelo time alvinegro em 1970.

Teve passagem marcante também no XV de Jaú. A principal passagem de Cilinho foi em 1981, quando o clube de Jaú terminou na quarta colocação do Campeonato Paulista e garantiu vaga na Taça Ouro (equivalente à primeira divisão do Campeonato Brasileiro) de 1982. Passou também por Portuguesa, Sport, Santos, Guarani, Corinthians e Bragantino. Seu último clube foi o Rio Branco, de Americana, entre 2011 e 2012.