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CLÁSSICO

Cruzeiro x Atlético: Ministério Público se reunirá com PM para identificar responsáveis por violência no clássico

Clássico no Mineirão terminou com confusão generalizada entre as torcidas

postado em 11/11/2019 18:52 / atualizado em 11/11/2019 18:54

(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

clássico entre Cruzeiro e Atlético desse domingo, no Mineirão, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, ficou marcado por confusões generalizadas entre torcedores antes e depois da partida. Nesta terça-feira, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) se reunirá com a cúpula da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) para identificar os responsáveis pelos confrontos. Ao todo, 53 pessoas foram presas.

Segundo Paulo de Tarso Morais Filho, promotor de Justiça que trata do caso, serão avaliadas a responsabilidade dos organizadores do evento e o comportamento das torcidas organizadas no clássico. MP e PM também vão discutir medidas necessárias contra os autores dos conflitos. “Vamos sentar para traçar as estratégias daqui pra frente”, disse.

Antes da partida, um confronto entre integrantes das torcidas organizadas cruzeirenses Máfia Azul e Pavilhão, no Anel Rodoviário, próximo a Sabará, resultou inicialmente em 74 detenções. Desses, 39 foram presos. No decorrer da tarde, seis pessoas ligadas a torcidas organizadas foram presas no bairro Santa Efigênia e outras seis no Mineirão, depois de confusão no portão C. Já a invasão em camarotes destinados à torcida do Cruzeiro, depois do clássico, levou a PM a prender dois torcedores do Atlético.

Em relação à invasão dos camarotes e ao confronto no fim do jogo, o promotor disse que o MP acredita não se tratar de um confronto entre organizadas. Segundo ele, ambas as partes trocaram provocações. “Se fosse envolvendo as organizadas, teríamos um confronto que não poderíamos medir as consequências”. 

De acordo com Paulo de Tarso, segundo consta em vídeo que circula nas redes sociais e que o Ministério Público tem conhecimento, o estopim da confusão teria sido o lançamento de uma garrafa, feito por um torcedor do Cruzeiro, em direção à torcida do Atlético.

Uma foto que circula nas redes registra a presença de um cruzeirense com uma garrafa nas mãos, pouco antes de o confronto começar. Porém, o vídeo ao que o promotor se refere mostra que o torcedor responsável por atirar a garrafa entre os atleticanos era outro. O lançamento partiu de um dos camarotes.

A Minas Arena ficou de apurar como os torcedores tiveram acesso a uma garrafa nos camarotes. 

Injúria racial

Como informou o promotor Paulo de Tarso Morais Filho, que responde ao Procon-MG, o caso de injúria racial ocorrido após a partida, contra o segurança Fábio Coutinho, será tratado pela promotoria de Direitos Humanos. Nesta segunda-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que os autores já foram identificados e um inquérito foi aberto para investigar o caso. Posteriormente, todo o conteúdo será entregue ao MP para eventual indicionamento dos envolvidos.

Nesta segunda, o segurança Fábio Coutinho, funcionário da Minas Arena, prestou depoimento na Polícia Civil e detalhou todas as ofensas e agressões que sofreu logo após o clássico no Mineirão.

Torcida única

De acordo com o tenente-coronel Juliano José Trant de Miranda, da PM, para evitar novos confrontos entre torcedores de Atlético e Cruzeiro, clássicos com torcida única não estão descartados a partir de 2020.

“É uma discussão maior, que não envolve só polícia, envolve Ministério Público, envolve Federação, é uma discussão muito maior. Mas não descarto essa possibilidade, tendo em vista que o pessoal vem aqui para o estádio e parece que se transforma. Pessoas comuns do dia a dia chegam aqui e se transformam, e vêm com intenção de cometer crime, porque vem brigar, vem invadir. Essa é uma intenção que não é do torcedor comum, nós queremos no estádio o torcedor comum, aquele que traz família, que traz criança, que traz a sogra, que traz as pessoas de bem para curtir um jogo de futebol”, disse.

Para o promotor Paulo de Tarso Morais Filho, o problema não estaria no fato de as torcidas dividirem o estádio, mas, sim, na venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios. A comercialização chegou a ser proibida em estádios de futebol, mas foi liberada durante a realização da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014.

Desde 2015, a venda de bebidas alcoólicas é permitida dentro dos estádios até o intervalo dos jogos.

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