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CAMPEONATO MINEIRO

Presidente da FMF detalha volta do Mineiro, mas representantes da PBH desaprovam

Secretário e infectologista da Prefeitura desaconselham retorno dos jogos

postado em 07/07/2020 20:55

(Foto: Reprodução/Twitter)
Depois da definição sobre a data de retorno do Campeonato Mineiro, que será no dia 26 de julho, o presidente da Federação Mineira de Futebol, Adriano Aro, detalhou o projeto apresentado aos clubes em reunião virtual nesta terça-feira. Só dois das 12 equipes do Módulo I, Villa Nova e Tupynambás, não votaram a favor da retomada do Estadual em meio à pandemia do novo coronavírus.

Adriano Aro deu detalhes de todos os protocolos que serão seguidos para a retomada do Estadual, paralisado antes da 10ª rodada por causa da evolução dos casos de COVID-19 no país. O dirigente ressaltou que o governo de Minas aprovou o projeto da FMF e que só faltava a votação dos clubes para oficializar as datas até a conclusão do Mineiro, o que ocorreu nesta terça-feira. 

Entretanto, representantes da Prefeitura de Belo Horizonte se mostraram contrários à volta dos jogos na capital, o que pode significar um entrave para América, Atlético e Cruzeiro mandarem as partidas restantes em BH. Além disso, eventuais semifinais e finais no Mineirão ou mesmo no Independência, estão sujeitas a impedimento por parte da administração municipal, caso não haja liberação. 

O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, manteve o discurso anterior de que é impossível liberar jogos de futebol em BH neste momento. Segundo ele, tudo dependerá do controle da doença e da melhora da oferta de leitos de UTIs para atendimento dos infectados na cidade. “Não tenho como responder hoje, não tenho bola de cristal. Se fosse para o campeonato recomeçar hoje, Belo Horizonte não seria sede”, declarou à Rádio Itatiaia.

O médico infectologista Unaí Tupinambás, que integra comissão de enfrentamento à COVID-19 instalada pela PBH durante a pandemia, foi além e disse que não há qualquer possibilidade de marcar jogos de futebol na cidade e mesmo no estado, neste momento em que os casos da doença continuam em evolução. “As pessoas não estão entendendo. Estamos com mais de 1,6 milhão de casos da doença no Brasil, vamos chegar a 70 mil mortos, estamos na fase mais dura da pandemia e estão pensando em futebol”, rechaçou, também em entrevista à Rádio Itatiaia.

“Eu acho que as pessoas não estão entendendo a situação. Repito as palavras do prefeito Kalil, estamos em guerra e precisamos enfrentá-la de uma forma radical e certeira. Se não fizermos isso vamos demorar a sair desse processo, então precisamos fazer esse sacrifício agora, para depois pensar nos próximos dois meses. Essas quatro semanas de julho, no inverno, quando outros vírus circulam, isso pode impactar mais na pandemia. Temos que ter paciência e enfrentar esse vírus de forma radical, para fazer como alguns países europeus, que voltaram à normalidade aos poucos”, recomendou o infectologista.

(Foto: Marcos Vieira/EM/DAPress)


DATAS

O presidente da FMF, no entanto, assegurou que o retorno do futebol a Minas para o encerramento do Estadual dentro de campo ocorrerá da forma mais segura possível, como prevê o protocolo de saúde criado para a retomada.  “A FMF apresentou opções de datas e os clubes, por maioria, decidiram pelo retorno em 26 de julho. É importante dizer que dos 12 clubes, 10 optaram pela volta do campeonato, e a data que prevaleceu foi o dia 26 de julho. Apenas duas equipes foram contra o retorno, Villa Nova e Tupynambás, que por sinal são equipes que figuram na zona de rebaixamento”, frisou.

“Ficou definido que o campeonato será disputado em 26, 29 de julho, 2 e 5 de agosto, e ficarão dependentes duas datas para as finais. Nos dias 26 e 29 de julho, faremos a 10ª e 11ª rodadas, e nos dias 2 e 5 de agosto, as etapas de semifinal. Paralelamente, entre 2 e 5 de agosto será disputado o Troféu Inconfidência, em jogo único”, explicou o mandatário da FMF.

SEDE ÚNICA 

Adriano Aro disse ainda que a proposta de sede única para receber as partidas restantes da fase de classificação e as finais foi rejeitada na reunião, com aval do governo estadual. “A proposta de sede única foi superada, o estado entendeu que obedecendo algumas normas de higiene e segurança sanitárias, seria possível que os clubes mandassem sés jogos em suas praças, o que geraria economia para as equipes”, enfatizou. 

“Deliberamos para que cada clube mandasse jogos nas praças que foram estabelecidas no conselho técnico de outubro do ano passado. Assim, vamos manter a tabela integralmente como foi pensada, com exceção para as cidades que não tiverem condições de receber jogos. Nesse caso, os clubes poderão indicar outro município ou, se não fizer com antecedência mínima de cinco dias úteis antes da data do jogo, a federação indicará o município hábil a receber esse jogo”, acrescentou.

CAMPO ISOLADO

Adriano Aro explicou também como será a logística no dia dos jogos, para que todos os envolvidos possam trabalhar com o mínimo de risco. O campo terá acesso somente dos jogadores, comissões técnicas, arbitragem e demais funcionários da federação. “Será executado protocolo que prevê prioritariamente o isolamento da área de campo, para que o contato seja restringido aos jogadores. A imprensa terá acesso aos estádios, mas será restrito, sem contato e presença no campo de jogo”, esclareceu.

Segundo o dirigente, os clubes e a FMF se comprometeram a seguir o protocolo de segurança no período de pandemia, para minimizar o risco de contágio e proliferação da COVID-19. “Ao longo do período de treinos ou jogos, as equipes ficam obrigadas a seguir protocolo de treinos da CBF, bem como orientações traçadas pelo estado de Minas, para assegurar a integridade física e a saúde de todos os atletas e integrantes das comissões técnicas. A federação fará o mesmo com a equipe de arbitragem e com a equipe de profissionais que atuam nas partidas”, reforçou.

Adriano Aro manteve a cautela sobre a evolução da pandemia em Minas e disse que o campeonato poderá ser novamente interrompido em caso de piora. “A federação seguirá monitorando o estágio da doença em nosso estado e, caso nessas datas acordadas não haja possibilidade de realização de partidas, a federação determinará novamente a suspensão do campeonato, de modo que possamos disputar nosso torneio de maneira segura, para resguardar a saúde de todos que compõem a cadeia de nosso futebol”, comentou. 

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