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Jornalista quer trocar Cruzeiro por Barça como exemplo de gestão calamitosa

Clube catalão tem dívida de cerca de R$ 10 bilhões

06/10/2021 11:46 / atualizado em 06/10/2021 12:47
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Cruzeiro e Barcelona vivem as maiores crises de suas histórias
foto: Bruno Haddad / Cruzeiro e Luis Gene / AFP

Cruzeiro e Barcelona vivem as maiores crises de suas histórias


Cruzeiro virou o grande exemplo de má administração no futebol. Agora, um novo 'case' de insucesso tomou as manchetes dos jornais: o Barcelona tem dívida de cerca de R$ 10 bilhões, segundo auditoria externa feita no clube.

Para o jornalista Paulo Cobos, da ESPN, o time espanhol deve substituir o Cruzeiro como exemplo a ser evitado. 




"No Brasil sobram clubes de administração calamitosa. Talvez até de forma injusta, o Cruzeiro virou sinônimo de caos. Quando um clube começa a mergulhar na crise, logo se diz que ele "cruzeirou". Melhor, a partir de agora, usar o "barcelonou". Não é possível acreditar que um clube com os recursos do Barcelona pode ter ficado tão podre", escreveu o comentarista, em seu blog no site da ESPN.

A crise vivida pelo Cruzeiro pode passar por crimes cometidos contra o clube. Ex-dirigentes da Raposa viraram réus na Justiça. O ex-presidente Wagner Pires de Sá responde por falsidade ideológica, apropriação indébita e formação de organização criminosa. 

Já Itair Machado é acusado de lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de organização criminosa. Sérgio Nonato responde por organização criminosa e apropriação indébita.

Assim como ocorreu com o Cruzeiro, no Barcelona "teve até divulgação de pagamentos para jornalistas, sem o clube deixar claro quais serviços foram prestados", disse Paulo Cobos.

Times de futebol de narradores, apresentadores e comentaristas de TV



Barcelona


A auditoria designada pela atual diretoria do Barcelona para avaliar as contas do clube foi apresentada nesta quarta-feira e mostrou que a gestão de Josep Maria Bartomeu aumentou a folha salarial em 61% em três anos e deixou uma dívida de 1,35 bilhão de euros (R$ 8,55 bilhões na cotação atual) até março deste ano. O diretor-geral Ferran Reverter revelou, em entrevista coletiva, que além da auditoria que ficou a cargo da empresa Deloitte, foi anunciada uma investigação sobre o funcionamento da estrutura organizacional do clube, que deverá estar concluída nos próximos dias.

Essa apuração, segundo Reverter, será centrada no complexo esportivo e arquitetônico Espai Barça, nos intermediários e fornecedores do clube. "Quando acabar a investigação, o Barça decidirá qual é a melhor forma de proceder, se uma ação de responsabilidade ou outro tipo de ação judicial. Decidiremos. Agora, seria precipitado dizer", disse o diretor-geral do clube.

A auditoria apresentada indicou graves falhas na gestão anterior, liderada por Bartomeu. O aumento da folha salarial total foi de 471 milhões de euros (R$ 2,98 bilhões) para 759 milhões de euros (R$ 4,81 bilhões). Além disso, houve acréscimo de 56% nos gastos administrativos, além de 600% nos custos financeiros.

Reverter classificou a gestão anterior de "nefasta e improvisada" e garantiu que a atual diretoria assumiu o comando do clube "com um patrimônio negativo e em situação de quebra contável, com fluxo de caixa operacional nulo e dificuldade para pagar salários".

O dirigente ainda indicou que a auditoria mostrou pagamento de preços elevados por contratações e que, se não tivessem sido negociados jogadores, a folha de pagamento do clube chegaria a 835 milhões de euros (R$ 5,29 bilhões), valor 108% acima das receitas. A auditoria analisou a administração do Barcelona durante as temporadas 2018-2019, 2019-2020 e em nove meses da 2020-2021, até 31 de março deste ano, quando Joan Laporta assumiu a presidência.

O trabalho ainda apontou para falta de investimentos em instalações esportivas, de controles internos e o superfaturamento do custo de projetos com o Espai Barça, avaliado inicialmente em 600 milhões de euros (R$ 3,8 bilhões), mas que poderá custar mais do que o dobro do previsto.

A dívida financeira, de acordo com a auditoria, aumentou em 514 milhões de euros (R$ 3,25 bilhões) em três anos, chegando até 673 milhões de euros (R$ 4,26 bilhões) acumulados em março deste ano. No total, a dívida do clube, que inclui também outros compromissos e passivos diversos, chega a 1,35 bilhão de euros, como já havia anunciado Laporta meses atrás.

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