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Com Soares na arquibancada, Melo e Demoliner caem na 1º rodada em Tóquio

Dupla brasileira foi eliminada pelos croatas Nikola Mektic e Mate Pavic neste sábado

24/07/2021 13:14 / atualizado em 24/07/2021 13:21
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foto: João Vitor Marques / Superesportes
Há uma semana, Bruno Soares treinava com um só objetivo: conquistar uma inédita medalha olímpica para o tênis brasileiro. Em poucos dias, o sonho se transformou numa espécie de pesadelo. No voo para o Japão, o belorizontino de 39 anos sentiu fortes dores na região abdominal. As horas seguintes foram de sofrimento até que, já em Tóquio, descobriu que tinha apendicite, precisaria passar por uma cirurgia e, consequentemente, desistir dos Jogos. Neste sábado, o tenista estava em quadra. Ou melhor: nas arquibancadas para ver o seu companheiro Marcelo Melo ser eliminado ao lado do novo companheiro Marcelo Demoliner logo na primeira rodada do torneio de duplas.

Os algozes foram os croatas Nikola Mektic e Mate Pavic, primeiros colocados do ranking mundial. Mas engana-se quem pensa que os brasileiros, sem entrosamento e tempo para treinar juntos, venderam barato a derrota. Mesmo com todo o abalo psicológico natural decorrente de uma troca de parceria de última hora, Melo e Demoliner jogaram de igual para igual com os adversários, que sofreram para vencer por 2 sets a 0 (parciais de 7 a 6 e 6 a 4).



"É muito pouco tempo para juntar um com o outro. Em jogos como o de hoje, isso pode decidir. Mas acho que a gente fez um grande jogo. A gente fica chateado por ter caído na primeira rodada, mas a gente enfrentou a dupla número 1 do mundo, tivemos algumas chances", declarou o também belo-horizontino Marcelo Melo, em entrevista ao Superesportes. "A gente tentou se entrosar da melhor maneira possível. Jogamos bem, o jogo foi resolvido no detalhe. A dupla croata vem num ano excelente, com muita confiança. Faz parte", corroborou o gaúcho Demoliner.

Recuperação do parceiro

Marcelo Melo e Bruno Soares jogam juntos desde a infância em Belo Horizonte. A dupla foi eliminada nas quartas de final das duas últimas edições de Jogos Olímpicos, em Londres (2012) e no Rio de Janeiro (2016), e chegava a Tóquio com boas chances de medalha. O chaveamento difícil e a apendicite, no entanto, atrapalharam os planos.

"O Bruno começou a sentir as dores no avião e foi piorando, mas a gente nunca esperava que ia chegar ao ponto de ser apendicite. A gente esperava que seria dor de barriga ou alguma coisa relacionada à viagem longa, mas infelizmente são coisas que acontecem na vida e a gente não tem controle algum. A gente tem que ter a cabeça fria. Que bom que o Bruno está muito bem, foi muito bem atendido pelo pessoal da Olimpíada, pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), pelo hospital. No fim da conta, o que mais importa é a nossa saúde", afirmou Melo, que, aos 37 anos, não descarta jogar em 2024, na Olimpíada de Paris. 

"Ainda é um pouco cedo para responder. Nunca se sabe o dia de amanhã. Logicamente, se eu tiver a chance de jogar mais uma Olimpíada, vou com certeza. É um evento que qualquer atleta sonha em conquistar. Se eu estiver bem fisicamente e com ranking, vou jogar", concluiu.

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