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Começa a última semana da Olimpíada: veja chances de medalha do Brasil

País entra forte em esportes coletivos, boxe, ginástica e canoagem nos dias derradeiros dos Jogos Olímpicos de Tóquio

Brasil é candidato à medalha de ouro no futebol masculino nos Jogos Olímpicos
foto: Charly Triballeau/AFP

Brasil é candidato à medalha de ouro no futebol masculino nos Jogos Olímpicos

A Olimpíada de Tóquio caminha para a reta final. Restam oito dias de competições até 8 de agosto, data da Cerimônia de Encerramento no Estádio Olímpico. Até lá, várias estrelas do esporte mundial ainda entram em ação na capital japonesa. Provas de esportes tradicionais como o atletismo e a ginástica artística e uma série de decisões nas modalidades coletivas são os destaques da semana derradeira, em que o Brasil busca alcançar a meta de 20 pódios - que significariam um novo recorde nos Jogos.

Para os últimos dias de disputa, o país aposta nas modalidades coletivas e em algumas das principais estrelas do esporte nacional. Competições de futebol, vôlei e vôlei de praia entram em reta decisiva e são esperanças para o Brasil. No boxe, na vela, na canoagem, na maratona aquática e na ginástica, existe a expectativa por pódios. E há ainda aqueles esportes que podem surpreender. O Superesportes faz uma análise das principais chances de medalha da delegação brasileira até o fim da Olimpíada.

Atletismo

O paulista Alison Santos é a grande esperança de medalha do Brasil na modalidade mais nobre dos Jogos Olímpicos. Aos 21 anos, o atleta vive a grande fase da carreira e chega embalado para a semifinal dos 400m com barreiras deste domingo, às 9h15, e uma provável final.

O revezamento 4x100m masculino, que inicia as disputas na noite de quarta-feira, é outra possibilidade de pódio. A disputa é acirrada, mas a equipe brasileira tem conseguido resultados consistentes nos últimos anos. Entre as mulheres, Erica Sena, da marcha atlética, pisa no Estádio Olímpico na madrugada de sexta-feira e tem chances de brigar por medalha.

Boxe

Entre este domingo e o próximo, o boxe pode ter um peso significativo para o Brasil no total de pódios. Abner Teixeira (categoria entre 81kg e 91kg) foi o primeiro da equipe a garantir uma medalha - ao menos a de bronze, já que está nas semifinais e a modalidade não tem disputa pelo terceiro lugar na Olimpíada.

Neste domingo, Hebert Sousa (entre 69kg e 75kg) tem parada dura contra Abilkhan Amankul, do Cazaquistão, nas quartas de final. Se avançar, garante ao menos o bronze. Wanderson de Oliveira está em situação parecida na categoria entre 57kg e 63kg. Ele vai enfrentar o cubano Andy Ruiz, campeão mundial, e subirá ao pódio se conseguir surpreender.

Mas a grande estrela da delegação brasileira é uma mulher. Aos 28 anos, Beatriz Ferreira é a atual campeã do mundo no peso-leve (entre 57kg e 60kg) e favorita à medalha de ouro em Tóquio. Ela está nas quartas de final após uma vitória tranquila na estreia e vai enfrentar a uzbeque Raykhona Kodirova nesta terça-feira, às 5h.

Canoagem de velocidade

Isaquias Queiroz tem tudo para brilhar da mesma forma que em 2016, quando conquistou duas pratas e um bronze no Rio de Janeiro. Em Tóquio, ele vai disputar só duas provas: o C1 1000m (com Jacky Godmann) e C2 1000m. A C1 200m - outra categoria em que ele foi ao pódio há cinco anos - saiu do programa olímpico. É favorito a ganhar medalhas e reforçar o status de um dos grandes atletas da história do Brasil nos Jogos Olímpicos. Estreia neste domingo, às 22h05.

Ginástica Artística

A arena que viu Rebeca Andrade brilhar na última quinta-feira pode se colorir de verde e amarelo mais vezes nos próximos dias. Neste domingo, a ginasta é uma das favoritas ao ouro na final do salto, marcada para 5h52. A paulista de 22 anos obteve a melhor nota no aparelho entre as 24 atletas que disputaram a decisão do individual geral e, mais uma vez, não terá a concorrência da estadunidense Simone Biles, que desistiu da competição para cuidar da saúde mental.

Na segunda-feira, Rebeca voltará a se apresentar ao som de Baile de Favela, funk composto por MC João que embala a série da brasileira no solo. A disputa é mais acirrada, mas pode pintar outra medalha para o Brasil. No mesmo dia, Arthur Zanetti disputa a decisão das argolas e busca um histórico terceiro pódio olímpico (ganhou o ouro em Londres, 2012, e a prata no Rio de Janeiro, 2016). Flávia Saraiva e Caio Souza também vão disputar finais.

Handebol

O Brasil não é favorito - longe disso -, mas pode entrar na briga por medalha (especialmente no feminino). Para isso, porém, é preciso não perder para a França neste domingo, às 23h, e avançar às quartas de final. No mata-mata, tudo pode acontecer. E as brasileiras (que aliam jovens talentos e ícones da geração campeã mundial em 2013) já mostraram que têm condições de jogar de igual para igual contra qualquer adversário.

Hipismo

O Brasil está longe de ser favorito em Tóquio na modalidade que já rendeu um ouro e dois bronzes nos Jogos Olímpicos. Cavaleiros europeus devem, como de costume, dominar as primeiras colocações. Mas, apesar do ciclo irregular, não se pode descartar a disputa do pódio por equipes, especialmente pela presença de Marlon Zanotelli, um dos melhores do ranking mundial.

Futebol

O time masculino do Brasil é candidatíssimo ao segundo ouro consecutivo. A equipe vai enfrentar o México na semifinal, nesta terça-feira, às 5h. Se avançar, deve encarar a Espanha na decisão do dia 6. Os espanhóis (que duelam com o Japão na semi) contam com vários jovens que foram bem na Eurocopa e despertam preocupação dos brasileiros. Mas, antes, é preciso passar pelos mexicanos, sempre fortes nos Jogos.

Maratona Aquática

Multimedalhista em Mundiais e seis vezes eleita a melhor nadadora em águas abertas do mundo, Ana Marcela Cunha é um fenômeno da modalidade. Está em Tóquio após fazer um ciclo com ótimos resultados e ganhar o inédito ouro no Pan de 2019. Aos 29 anos, é forte candidata ao lugar mais alto do pódio na prova, que vai ser disputada a partir de terça-feira, às 18h30.

Skate

A modalidade que rendeu medalhas de prata a Kelvin Hoefler e Rayssa Leal nos primeiros dias dos Jogos Olímpicos volta na noite desta terça-feira. No park, seis brasileiros vão participar - todos com chances de medalha. Entre os homens, os atletas são Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas. Dora Varella, Isadora Pacheco e Yndiara Asp são as mulheres da equipe.

Vela

A tradição da vela brasileira - que já conquistou 18 medalhas olímpicas - será posta à prova nesta semana. A expectativa é grande, especialmente com as atuais campeãs olímpicas Martine Grael/Kahena Kunze. Lenda do esporte do Brasil, Robert Scheidt também briga por pódio.

Vôlei

O Brasil chega firme na disputa por medalhas no vôlei. A Seleção masculina desembarcou em Tóquio como o time a ser batido, mas teve um início de Jogos Olímpicos irregular, com sofrimento contra a Argentina e derrota para o Comitê Olímpico Russo. Mas se recuperou diante da poderosa equipe dos Estados Unidos e tenta se estabelecer na competição.

Já o feminino, mais questionado antes do início da Olimpíada, faz uma primeira fase irretocável, com quatro vitórias e nenhuma derrota. O triunfo mais recente foi um 3 a 1 convincente diante da forte Sérvia. Apesar de ter alguns rivais mais favoritos, o Brasil conta com um elenco forte, que pode alcançar o pódio.

Vôlei de Praia

As quatro duplas brasileiras (Ana Patrícia/Rebecca e Ágatha/Duda no feminino, Evandro/Bruno Schmidt e Alison/Álvaro no masculino) avançaram às oitavas de final e têm condições de disputar o pódio. A disputa dos primeiros mata-matas vai até segunda-feira pela manhã, no Shiokaze Park. A expectativa é que pelo menos duas medalhas sejam conquistadas na modalidade.

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