A velha tônica de deixar para a última hora é o que explica a quantidade de torcedores que ainda estão no posto de ingressos do Comitê Organizador Local (COL) da Copa América, no Boulevard Shopping. Para se ter uma ideia, às 18h, cerca de 400 pessoas estavam na fila para resgate da entrada para acompanhar Argentina x Paraguai, que começa às 21h30. Nesse mesmo horário, restavam ainda três mil ingressos para serem resgatados.
No final da fila, tranquilos, dois amigos argentinos, o radialista Alexis Morales, de 25 anos, e o comerciante Ernesto Gomez, de 28, que se mostravam tranquilos. Bom, isso até conversarem com os brasileiros que estavam na fila, nervosos, por faltar menos de quatro horas para o jogo.
“Chegamos ontem ao Rio de Janeiro. Pernoitamos e viemos hoje para Belo Horizonte. Viemos de carro. Passamos no hotel, tomamos um banho e viemos para cá, pegar nossos ingressos. Chegamos agora, mas as pessoas, os brasileiros, estão dizendo que talvez não cheguemos ao estádio até o começo da partida, por causa da distância até o Mineirão, e também por conta do trânsito, que estaria muito complicado”, diz Alexis, que a partir desde então, não parava de olhar o relógio. E lamentava porque a fila estava devagar.
Mas não foram só eles. Muitos torcedores vieram do interior, caso do empresário Rômulo Alberto de Azevedo, de 38, que é de Congonhas. “Eu trabalhei pela manhã e vim para BH à tarde, direto pegar o ingresso, mas não esperava uma fila desse tamanho. Fazer o quê? Torço para que não demore. Um amigo me disse que esperou por 20 minutos, mas já estou aqui há mais tempo.”
O advogado João Batista Borges Vilela, de 43 estava nervoso, não só por causa da fila, mas por conta de dois amigos que vieram do interior. “Já estou na fila há 40 minutos. Meus amigos, que chegaram hoje, quando viram a cena, disseram que buscariam um chope, aqui no andar de cima, e que trariam um pra mim. Mas nada de aparecerem. Estou chegando no final da fila, quase para pegar o ingresso. Estou mandando mensagem para eles virem, pois preciso dos documentos deles para retirar os ingressos.”
O engenheiro Luiz Otávio Torres Procópio, de 57, que estava próximo da entrada para pegar seus bilhetes, contou que por causa de uma doença na família estava naquela fila. “Eu tive de viajar. Meu plano era pegar o ingresso no domingo. No entanto, não pude. Só retornei hoje a BH e corri pra cá, mas, pelo jeito, ainda vai demorar para pegar o ingresso. Espero chegar ao Mineirão a tempo de ver o jogo.”
DEVOLUÇÃO
Chega a 100 o número de ingressos devolvidos, segundo COL de BH. Não são apenas para os jogos marcados para o Mineirão, Bolívia x Venezuela e Japão x Equador, mas para jogos em Porto Alegre, Salvador e São Paulo. O comitê recebe os ingressos de volta, mas quem está devolvendo se compromete, através de um documento, que poderá ficar no prejuízo, caso a entrada não seja revendida.