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Presidente do Sport expõe pressão interna para volta do futebol e acena para empréstimo

Segundo Milton Bivar, Sport deve conseguir empréstimo para quitar folhas salariais em atraso com atletas, apontadas como prioridades do clube

postado em 25/05/2020 18:08 / atualizado em 25/05/2020 18:19

(Foto: Nando Chiappetta/DP FOTO)
O cenário de incerteza quanto à volta do futebol talvez seja o fator mais complicado para os clubes traçarem um planejamento de retorno às atividades. Situação que diverge de acordo com cada realidade local, com análises dos dados em casos confirmados da Covid-19 e seus respectivos óbitos variando de estado a estado. Em Pernambuco, quinto no país com o maior número de casos até esta segunda-feira, 27.759 confirmados, e 2.200 mortes, o plano para a volta do futebol segue de olhos vendados.

No Rio de Janeiro, porém, os números são bem mais alarmantes. Ainda assim, mesmo com 37.912 casos e 3.993 óbitos nesta segunda, a federação de futebol local mira o próximo dia 16 de junho como data de retorno para as partidas. Situação que gera pressão aos demais clubes do país, uma vez que equipes como Flamengo e Grêmio já retomam seus treinamentos técnicos e táticos.

No caso do Sport, porém, o presidente Milton Bivar se mostra irredutível até mesmo sob pressão que afirma sofrer internamente, partindo de seus próprios dirigentes. O mandatário rubro-negro resgata estudo publicado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que destaca a possibilidade dos primeiros casos do novo coronavírus terem chegado ao Brasil ainda em fevereiro, durante o Carnaval.

"Não podemos voltar o futebol e cometer a mesma irresponsabilidade que cometeram no Carnaval. Eu sou pressionado pelos meu diretores para marcar uma data para voltar, mas todos os jogadores estão se mantendo em suas casas, cuidando das famílias. E se eu marco para um dia específico e quando chega aqui calhar de ser o período de pico do coronavírus?", questionou Milton Bivar, em entrevista à Rádio jornal.

Outro fator destacado por Bivar é a necessidade da presença de público para os jogos. O que em sua avaliação, uma liberação precoce das partidas não terá condições de contar com torcida nas arquibancadas. "Vamos voltar e fazer futebol sem público? Não falo apenas do aspecto econômico de não ter renda. Mas é a mesma coisa de 'chupar picolé sem tirar o papel'. Como vai fazer o espetáculo sem torcedor? Não adianta. Não é a mesma coisa e não vai ser nunca fazer futebol sem público", afirma.

Outro fator externo que pressiona o Sport pela busca por novas receitas é o acúmulo de débitos, tanto em custos de atividade, quanto de dívidas anteriores que geram bloqueios e podem acarretar em punições mais duras. De acordo com Bivar, o clube conseguiu encaminhar um acordo de empréstimo bancário, a fim de quitar exclusivamente as despesas com folhas salariais atrasadas com elencos e demais funcionários.

"Esse empréstimo foi aprovado e acho que esta semana estamos recebendo. Só esperamos um documento local e até amanhã (esta terça) está saindo. Tentar atualizar os atrasados com folhas de pagamento em atraso. É a prioridade, pagar os nossos funcionários", reforçou em entrevista à emissora.