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O passado como pressão e esperança do Náutico para chegar à final do Campeonato Estadual

Timbu tem o jejum de 12 como pressão, mas final de 2004 como esperança

postado em 23/04/2016 15:00 / atualizado em 23/04/2016 15:23

Emanuel Leite Jr. /Especial para o Diario

Ricardo Fernandes/DP
Na última segunda-feira, completaram-se 12 anos desde o último título do Náutico. Jejum que já é maior do que aquele superado em 2001, emblemático por ter representado, na altura, o que parecia ser o fim de uma longa travessia pelo deserto. Em 2016, sendo o único dos grandes fora da Série A do Brasileiro, o Timbu entrou no Campeonato Pernambucano ainda mais pressionado a (re)conquistar o troféu Estadual. Não apenas pelo fim do tabu, mas também pela recuperação da autoestima alvirrubra. Líder do hexagonal do título, dono do melhor ataque e da melhor defesa e tendo o artilheiro da competição, o Náutico chegou à semifinal fazendo seu torcedor acreditar que seria possível quebrar o incômodo jejum. A derrota na partida de ida, entretanto, fez esmorecer um pouco a confiança timbu. Às 16h de hoje, na Arena Pernambuco, o Náutico volta a encarar o Santa Cruz. Precisa, como em 2004 - ano de seu último título -, de uma vitória por no mínimo dois gols (neste caso, para ir para pênaltis) ou repetir o feito daquela tarde de abril (três gols de diferença), para se garantir na decisão e manter viva a chance de voltar a gritar “é campeão”.

A história do futebol é repleta de exemplos de que não existem impossíveis. O próprio Náutico sabe disso. E é na história de sua última conquista estadual que o clube alvirrubro se apega para acalentar os ânimos de sua torcida. Através de sua conta no Twitter, o Timbu recordou a final de 2004. Na ocasião, o Santa Cruz era tratado como virtual campeão. Ao longo da semana que antecedeu a partida final - após vitória tricolor por 1 a 0 na ida -, boa parte da torcida coral exibia, sem pudor, faixas de campeão, tamanha era a confiança. Com três minutos, o Náutico já havia revertido a desigualdade ao fazer 2 a 0. Venceria, ainda, por 3 a 0 - resultado, a propósito, que colocaria a equipe na final deste ano, sem precisar de ir para os pênaltis.

O experiente zagueiro Fabiano Eller e uma das lideranças do elenco alvirrubro também se apega a experiências do passado para mostrar que é sim possível dar a volta à eliminatória e seguir adiante no Peranmbucano. Com seus 38 anos de idade, 20 deles de profissional no futebol, o defensor afirmou que já superou diversas adversidades em sua carreira. Para quem bateu o temido Barcelona de Ronaldinho, Xavi, Iniesta e Deco na final do Mundial de 2006 com o Internacional ou estava no Vasco que virou de 3 a 0 para 4 a 3 uma final de Copa Mercosul, realmente, não há nada que possa parecer impossível de superar. “Já vivi muitas decisões. E meu papel é passar para os jogadores que a gente tem 90 minutos para dar a volta por cima”, disse.

Nem é preciso voltar tanto no tempo para mostrar que o Náutico pode, sim, vencer o Santa Cruz por dois gols de diferença. Sob o comando de Gilmar Dal Pozzo o Timbu já bateu o Tricolor duas vezes com a vantagem que necessita para levar a definição da vaga na final para as grandes penalidades. Pela Série B passada, venceu de virada por 3 a 1. Em 2016, na rodada inaugural do Pernambucano, quando praticamente todos apontavam o favoritismo aos corais, o Náutico mostrou sua força. Na Arena Pernambuco, palco do confronto de hoje, dominou o rival e venceu por 2 a 0, com espaço para mais. A única diferença, contudo, é que o Santa Cruz tinha no banco Marcelo Martelotte.

Ficha do jogo

Náutico
Júlio César; Joazi, Ronaldo Alves, Fabiano Eller e Gastón (Henrique); Rodrigo Souza e Eduardinho (Ygor); Thiago Santana, Renan Oliveira e Esquerdinha; Daniel Morais. Técnico: Gilmar Dal Pozzo.

Santa Cruz
Tiago Cardoso; Vitor, Neris, Danny Morais e Tiago Costa; Uillian Correia, João Paulo (Wellington Cézar, Dedé ou Daniel Costa), Lelê, Keno e Arthur; Grafite. Técnico: Milton Mendes.

Local: Arena Pernambucano (São Lourenço da Mata-PE). Horário: 16h. Árbitro: Emerson Luiz Sobral. Assistentes: Elan Vieira de Souza e Albino de Andrade Albert Junior. Ingressos: Mandante - Sul inferior R$ 30 inteira / R$ 15 meia; Leste inferior R$ 40 inteira / R$ 20 meia; Visitante - Norte inferior R$ 30 inteira / R$ 15 meia; Norte superior R$ 40 inteira / R$ 20 meia.