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Saiba quem era Gianna Bryant, herdeira do legado de Kobe que morreu com o pai

Carinhosamente chamada de Gigi, jovem de 13 anos era obcecada pelo basquete assim como o pai

postado em 27/01/2020 11:31

(Foto: Ethan Miller/AFP)
Los Angeles, Estados Unidos — Aos 13 anos, ela já estava interessada nas principais universidades e equipes da WNBA: Gianna Bryant queria seguir o legado de seu pai Kobe no mundo do basquetemas ambos faleceram em um acidente de helicóptero neste domingo (26/1).

Quando torcedores do Los Angeles Lakers pediam que ele tivesse um filho para que continuasse seu legado, Kobe Bryant apenas sorria. Pai de Natalia, 17 anos e jogadora de vôlei, de Gianna, de Bianka (3 anos) e de Capri (sete meses), ele sabia que já tinha sua herdeira no esporte.

 

"Ela é algo especial quando joga basquete", afirmou o cinco vezes campeão da NBA. "A melhor coisa que acontece é quando saímos e os fãs se aproximam e ela fica ao meu lado (...) e eles dizem 'você precisa ter um menino, você precisa ter alguém para seguir sua tradição, o legado'. E ela responde 'Eu faço isto'", contou em 2018 durante uma entrevista a Jimmy Kimmel.

 

Gianna Bryant, cujo nome, como o de suas três irmãs, remete aos anos que seu pai viveu na Itália durante a infância, era a sombra de Kobe. Ela o acompanhava em partidas da NBA e da WNBA, treinava com o pai no ginásio de sua casa e, além disso, Kobe era o técnico de sua equipe na escola.

 

Mas quando os dois seguiam de helicóptero para um torneio que deveria ter a participação desta equipe, conhecida como "Mamba Team" em referência a um dos apelidos de Kobe Bryant, ambos encontraram a morte. Eles estavam acompanhados de uma de suas colegas de time e de seus pais.

"Mesma personalidade"

 

De acordo com seu pai, modelo de profissionalismo e exigência durante toda carreira, Gianna, que era chamada carinhosamente de Gigi, era - como ele - obcecada pelo basquete. "O que amo a respeito de Gigi é sua curiosidade pelo jogo, ela é muito curiosa. Em situações complexas durante uma partida, ela tem a capacidade de parar um momento e me fazer uma pergunta muito específica, algo que não é comum", declarou o ídolo dos Lakers ao jornal "Los Angeles Times" em outubro do ano passado.

 

"É um privilégio ver seus movimentos e as expressões que faz, é incrível como a genética funciona", disse. Gianna provocou o retorno da paixão de seu pai pelo basquete, após um fim de carreira marcado por lesões graves e por desilusões esportivas com os Lakers. Sua trajetória já estava traçada: ela queria jogar "a qualquer custo" - segundo seu pai - na Universidade de Connecticut, referência do basquete americano, antes de tentar a sorte na WNBA.

 

Seu pai e seu padrinho, Rob Pelinka, ex-agente de Kobe e diretor-geral dos Lakers, conseguiram agendar encontros com estrelas e técnicos do basquete feminino. Além do sobrenome, seu talento na quadra chamou a atenção especialmente do técnico do LA Sparks, o time de basquete feminino de Los Angeles.

 

"Eles têm a mesma forma de atuar e a mesma personalidade", afirmou Derek Fisher, ex-companheiro de time de Bryant nos Lakers. Também herdou um apelido inspirado no "Black Mamba" de seu pai: para muitos, Gianna era a "Mambacita".