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COPA AMÉRICA

Brasil x Argentina: Mineirão vê duelo da constelação verde-amarela contra o astro-rei

Sem Neymar, Seleção Brasileira aposta na força coletiva e na ascensão de jogadores como Éverton para superar uma Argentina que conta com o protagonismo de Messi

postado em 02/07/2019 06:50 / atualizado em 02/07/2019 08:18

<i>(Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D. A Press)</i>
A ausência de Neymar, cortado da Copa América por causa de lesão no tornozelo direito, acabou diluindo o protagonismo entre vários jogadores da Seleção Brasileira, que chega à semifinal apostando na força do conjunto contra a Argentina hoje, às 21h30, no Mineirão. Se os argentinos contam com o astro Lionel Messi, o único intocável do sistema ofensivo, o Brasil passou a dividir o peso entre jogadores como Philippe Coutinho, Firmino e Gabriel Jesus e viu crescer a estrela de um atleta ainda pouco conhecido no exterior: Éverton Cebolinha, que se tornou xodó da torcida e fator de desequilíbrio na equipe do técnico Tite.

Os dribles e arrancadas pela esquerda da revelação do Grêmio, de 23 anos, ajudaram a Seleção Brasileira a superar a ausência de Neymar e dar um toque de criatividade e ousadia depois de uma preparação pouco empolgante para a Copa América. Em um primeiro tempo frio do Brasil contra a Bolívia, na estreia, o nome de Éverton foi gritado pela torcida, no Morumbi: entrou em campo aos 36min do segundo tempo e, pouco depois, marcou o gol que selou a vitória por 3 a 0. Voltou a ser suplente contra a Venezuela, quando o time não saiu do 0 a 0. Com a sua entrada na vaga de David Neres, na terceira rodada, o Brasil, enfim, desencantou, goleando o Peru, por 5 a 0, com o gremista marcando mais um gol.

A partir dali, Éverton ganhou de vez a posição e o coração dos torcedores, sendo um dos nomes mais lembrados nos estádios e um dos mais tietados nos hotéis. Vive o melhor momento da carreira profissional, na qual despontou no fim de 2017, quando teve atuação destacada no Mundial de Clubes, no Catar. Na Seleção Brasileira, tem sido elogiado pelo técnico Tite.

Éverton é o fator de desequilíbrio de uma Seleção que vem tentando recuperar o futebol que encantou nas Eliminatórias para a Copa da Rússia, sob o comando de Tite. Hoje, no Mineirão, a torcida vai se lembrar da vitória sobre a Argentina por 3 a 0, com grande atuação de Coutinho e Neymar, em 2016, no melhor momento da Seleção Brasileira desde a vexatória derrota para a Alemanha por 7 a 1, também no Mineirão.

Nesta Copa América, o Brasil ainda não sofreu gols e, à exceção da entrada de Éverton, as outras mudanças foram em função de suspensão ou ordem médica – como a possível entrada de Alex Sandro no lugar de Filipe Luís, em recuperação de dor na coxa esquerda, e o retorno do titular, Casemiro, na vaga de Allan. O goleiro Alisson destacou a força do grupo ao lembrar do triunfo de seu time, o Liverpool, sobre o Barcelona, de Messi, na semifinal da Liga dos Campeões.

“Existem jogos em que um jogador faz a diferença: eu enfrentei isso, com o Messi, que fez a diferença no jogo no campo deles. No segundo, o coletivo prevaleceu e vencemos”, lembrou Alisson. “A gente tem convicção no nosso trabalho, no que o Tite apresenta. Prefiro focar no coletivo, que pode dar muito mais resultado. Temos jogadores que são craques, de definição. Quando o coletivo está bem, as individualidades aparecem”, completou.

MUDANÇAS 

Em busca de acabar com o jejum de 23 anos sem títulos da Argentina, Messi jogará no Mineirão pela quinta vez em sua carreira – a terceira contra a Seleção Brasileira, depois de empate em 2008 (0 a 0) e derrota em 2016 (3 a 0). Ele balançou as redes apenas uma vez na competição, justamente em BH, quando garantiu o empate com o Paraguai por 1 a 1, após perder para a Colômbia por 2 a 0, na estreia, em Salvador.

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)</i>


Ao contrário do Brasil, que tem uma base sólida, o time de Lionel Scaloni ainda está em busca de afirmação e passa por mudanças. Os parceiros inseparáveis de Messi, Agüero e Di María perderam suas vagas cativas no time titular – apenas o jogador do City recuperou seu espaço, enquanto o segundo foi trocado por Rodrigo de Paul.

As alterações surtiram efeito. Lautaro Martínez balançou as redes duas vezes e a Argentina vem de duas vitórias por 2 a 0, contra Catar e Venezuela. Nessa segunda, o auxiliar técnico de Tite comentou o crescimento do time. “A Argentina vem com duas linhas de quatro fortalecidas e a nossa defesa ainda não sofreu gols. Serão duelos interessantes, pela qualidade dos jogadores”, analisou.

Raios X do duelo
 
BRASIL 
Alisson (Goleiro – Liverpool)
Apenas ele e o colombiano Ospina (já eliminado) não sofreram gols na Copa América

Daniel Alves (Lateral-direito – sem clube)
Fora da Copa da Rússia por causa e lesão, reconquistou a vaga de titular e virou capitão

Thiago Silva (Zagueiro – PSG)
A exemplo das atuações no Mundial’2018, vem fazendo uma competição segura e sem riscos

Marquinhos (Zagueiro – PSG)
Versátil, chegou a jogar na lateral direita contra o Paraguai, com a saída de Daniel Alves

Alex Sandro (Lateral-esquerdo – Juventus)
Atuou no segundo tempo contra o Paraguai e será mantido na vaga de Filipe Luís

Casemiro (Volante – Real Madrid)
Fundamental na marcação, volta depois de cumprir suspensão por cartões amarelos

Arthur (Volante – Barcelona)
Poupado no primeiro treino em Belo Horizonte, não preocupa e joga ao lado de Casemiro

Philippe Coutinho (Armador – Barcelona) 
Brasileiro que mais chutou ao gol no torneio (11 vezes), tem dois gols, como Éverton

Everton (Armador – Grêmio)
Virou titular e xodó da torcida. Já fez dois gols e é arma para desestabilizar a Argentina

Gabriel Jesus (Atacante – Manchester City)
Depois de passar em branco no Mundial’2018, ainda está sem marcar na Copa América

Firmino (Atacante – Liverpool)
Líder do time em assistências, com dois passes para gols. Vem fazendo um torneio regular

ARGENTINA

Armani (Goleiro – River Plate)
Vem fazendo uma Copa América regular e não sofreu gols nas últimas duas partidas

Foyth (Zagueiro/lateral-direito – Tottenham)
Apesar de zagueiro, será o terceiro na lateral direita, após Saravia e Casco (improvisado)

Pezzella (Zagueiro – Fiorentina)
Pouco conhecido, joga sua primeira competição e vem se destacando por fazer poucas faltas

Otamendi (Zagueiro – Manchester City)
Titular na Rússia e em boa parte das Eliminatórias, o ex-Atlético é a referência da defesa

Tagliafico (Lateral-esquerdo – Ajax)
Regular, é um dos titulares a atuar todos os minutos da Argentina na Copa América

Paredes (Volante – PSG)
Jogador de marcação, é o único integrante do meio-campo a ter atuado em todos os jogos

Rodrigo de Paul (Armador – Udinese)
Ganhou a vaga de Di María após a estreia e segue como opção ofensiva pela esquerda

Acuña (Armador – Sporting)
Disputa vaga com Lo Celso, mas deve ser mantido no meio, fortalecendo o lado esquerdo

Messi (Atacante – Barcelona)
Um dos que mais finalizaram no torneio (12 vezes), mas nunca venceu o Brasil no Mineirão

Lautaro Martínez (Atacante – Inter de Milão)
Ganhou a vaga a partir da segunda rodada e é artilheiro da seleção, com dois gols

Agüero (Atacante – Manchester City) 
Apagado na estreia, perdeu lugar no time, mas voltou bem contra o Catar, marcando gol

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