Até 1967, o torneio foi chamado de Campeonato Sul-Americano de Seleções. O nome atual foi adotado na edição de 1975, a 30ª. Com a troca do nome houve também a mudança no sistema de disputa. O sistema por pontos corridos foi substituído por um formato parecido com o da Copa do Mundo: fase de grupos, seguida de mata-matas.
A terceira edição seria disputada em 1918, mas surto de gripe no Rio fez o torneio ser adiado para 1919, também no Brasil. Os anfitriões ganharam o primeiro título depois de derrotar os uruguaios, então bicampeões, por 1 a 0 em partida decisiva.
Para a edição de 1921, a quinta, o Paraguai participou pela primeira vez depois de sua associação de futebol ter se afiliado à Conmebol no início do mesmo ano. A Argentina venceu a competição pela primeira vez. Bolívia e Peru debutaram em 1926 e 1927, respectivamente.
Depois da edição de 1929, sediada e vencida pela Argentina, houve hiato de seis anos. Como havia feito em 1926 e em 1927, o Brasil não participou em função de decisão do Itamarati, que, depois de briga com os argentinos em 1925, concluiu que “o futebol não aproximava os povos”. De 1925 até 1928, nossa Seleção não disputou qualquer competição ou partida amistosa contra seleções estrangeiras. Em 1935, também ficou fora, só retornando em 1937, na Argentina, mas voltou a faltar em 1939, no Peru, e em 1941, no Chile.
Em 1959, foram disputadas duas edições da Copa América. A primeira, na Argentina, de 7 de março a 4 de abril, teve a seleção anfitriã como campeã. A segunda, no Equador, de 5 a 25 de dezembro, teve o Uruguai levantando a taça. Nessa última, o Brasil foi representado pela Seleção de Pernambuco, tendo terminado em terceiro lugar.
A edição de 1967 teve como sede o Uruguai, que se sagrou campeão. Brasil e Peru ficaram fora, mas pela primeira vez a Venezuela participou. Foi a última edição nos moldes de todos contra todos e a utilização do nome Campeonato Sul-Americano.
O ano em que Minas representou o Brasil
A mudança de nome não foi a única novidade da 30ª Copa América, disputada em 1975. Pela primeira vez o torneio não teve sede fixa, com as partidas sendo disputadas em jogos de ida e volta. Como os times mineiros foram a base da Seleção Brasileira, Belo Horizonte abrigou Brasil 2 x 1 Argentina e Brasil 6 x 0 Venezuela, na primeira fase, além de Brasil 1 x 3 Peru, no jogo de ida das semifinais. Além disso, as 10 equipes filiadas à Conmebol participaram do torneio. O Peru acabou campeão, batendo a Colômbia por 2 a 0, em Lima, depois de perder o jogo de ida, em Bogotá, por 1 a 0.
A partir de então, estabeleceu-se a periodicidade de quatro em quatro anos. Porém, em 1987, voltou a haver sede única, no caso, a Argentina. O Uruguai foi campeão, batendo o Chile na decisão.
Em 1989, voltou-se a disputar a competição de dois em dois anos e o Brasil foi escolhido para ser sede 40 anos depois da última vez. O escrete canarinho venceu o Uruguai na final, com gol de Romário, na primeira conquista desde a Copa de 1970, no México.
A partir de 1993, a Conmebol passou a convidar seleções de fora da América do Sul para participar. As primeiras foram EUA e México. Também disputaram a Copa América a Costa Rica, Haiti, Honduras, Jamaica, Japão e Panamá. Este ano, o Catar estreia, totalizando 9 países fora da América do Sul participantes na história.
Em 1997, o Brasil bateu a Bolívia e a altitude de La Paz na final para conquistar o primeiro título da Copa América fora de casa. Os gols foram marcados por Edmundo, Ronaldo e Zé Roberto, com Érwin Sánchez descontando para os donos da casa. No mesmo ano, foi disputada pela primeira vez a Copa das Confederações, que teve o Uruguai como o representante da América do Sul por ter vencido a Copa América de 1995.
Em 1999, no Paraguai, pela primeira vez uma seleção de fora do continente americano foi convidada, o Japão. O Brasil conquistou o bi, batendo o Uruguai na final por 3 a 0, com dois gols de Rivaldo e um de Ronaldo, dupla que faria sucesso três anos mais tarde na conquista do penta.
Apesar da melhor organização com o passar dos anos, as confusões continuaram no século 21. Tanto que na edição de 2001, a Costa Rica entrou no lugar do Canadá, que desistiu. Já Honduras disputou no lugar da Argentina, que alegou que a Colômbia, país-sede, não oferecia a segurança necessária.
Mudanças não param No início de 2002, a Conmebol decidiu fazer mudanças no calendário e definiu que a Copa América voltaria a ser disputada de quatro em quatro anos e em anos pares. Assim, a competição de 2003 foi adiada para o ano seguinte, no Peru. Mas na sequência mudou de ideia e a edição seguinte ocorreu em 2007, na Venezuela, que sediou a competição pela primeira vez.
A periodicidade foi mantida, com disputas em 2011, na Argentina, e 2015, no Chile. Em 2016, a Copa América Centenário, nos EUA, contou excepcionalmente com seis seleções convidadas: Costa Rica, EUA, Haiti, Jamaica, México e Panamá.
A entidade máxima do futebol sul-americano já anunciou novas mudanças. Ano que vem a competição será dividida entre Argentina e Colômbia e, a partir de então, de quatro em quatro anos, coincidindo com a Eurocopa. Resta saber se em 2024 será mantida para o Equador, que havia vencido a concorrência para 2023.
Dois troféus foram usados até hoje. O primeiro, feito em 1916 e 1917 pela joalheria e relojoaria Casa Escasany, de Buenos Aires, sob encomenda do Ministério das Relações Exteriores da Argentina. A posse é transitória e desde 1979 são colocados placas com o nome dos campeões em base de madeira. O segundo troféu foi produzido especificamente para a Copa América Centenário, em 2016, e fabricado pela inglesa Thomas Lyte. O Chile o levou.
- Foto:
Soberania de uruguaios e argentinos
Quem mais venceu
Uruguai, com 15 títulos
Quem mais sediou
Argentina, 9 vezes
Maior goleada
Argentina 12 x 0 Equador, em 1942
Ataque mais positivo
Argentina, 455 gols em todas as edições
Argentina, 455 gols em todas as edições
Melhor ataque em uma edição
Brasil, 46 gols em 1949