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100 anos

Pelé agradece Argentina e não aponta Maradona como melhor entre os hermanos

Em entrevista exclusiva, o rei do futebol fala sobre a rivalidade Brasil e Argentina

Universal Pictures/Divulgação
Edson Arantes do Nascimento estava cansado. Aos 73 anos, acabara de chegar de uma viagem considerada longa por ele. Aos 73 anos, encarou três horas de carro entre o sítio, no interior de São Paulo, e a residência, em Guarujá (SP). Mesmo assim, mandou avisar que chegaria a tempo de atender o pedido de entrevista. O Rei Pelé descolou um espaço na agenda para falar do aniversário de 100 anos do clássico entre Brasil e Argentina. Afinal, foi na rivalidade definida por ele como a maior entre seleções das Américas — não do mundo — que ele deu início, aos 16 anos, à sua soberania no futebol. A seguir, o discurso do Rei em um bate-papo exclusivo com o Correio no qual ele surpreende ao dizer que Diego Maradona não é o maior da história da Argentina.

O clássico Brasil x Argentina completa 100 anos neste fim de semana. Você enfrentou a Argentina nove vezes com a camisa da Seleção Brasileira. Qual é o significado de Brasil e Argentina na sua carreira?
Eu agradeço a Argentina porque minha estreia na Seleção Brasileira, com 16 anos, foi em 1956, na Copa Roca, no Rio. Lá, fiz meu primeiro gol com a camisa da CBD. A partir disso, tudo aconteceu. Fui convocado para a Seleção que disputou a Copa de 1958, fomos campeões, e daí o titulo de Rei do Futebol.

Abaixo de Pelé e de Maradona, quem são os maiores craques da história de Brasil e Argentina?
Eu respeito o Maradona, mas o Di Stefano, que jogava na Espanha, e o Sivori que jogava na Itália, foram grandes jogadores da Argentina.

E no Brasil? Quem é o príncipe?
Pelo Brasil, tivemos vários: Didi, Garrincha, Falcão, Zico, Sócrates, Romário, Ronaldo Fenômeno, entre outros.

Na sua opinião, é o maior clássico do mundo entre seleções ou há outro superior?
A rivalidade entre essas duas seleções é a maior das Américas.

Em 16 de abril de 1963, você balançou a rede três vezes na goleada por 5 x 2, no Maracanã, pela Copa Roca. Foi a sua maior exibição contra os hermanos?
Apesar de ter participado de vários, o jogo na Copa Roca de 1956 foi o melhor e o mais importante porque fiz o primeiro gol pela Seleção e ganhamos o jogo e a Copa Roca.