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BOLA MUNDI

Clima de revanche

Em termos coletivos, arrisco dizer que a Croácia é mais equipe. Mas a França também tem time equilibrado e conta com aquele que pode ser o craque da Copa, Mbappé

postado em 12/07/2018 10:31

AFP / CHRISTOPHE SIMON
Antes de a bola começar a rolar para a Copa do Mundo, se este colunista cravasse uma final entre França e Croácia, provavelmente seria visto como maluco ou, no mínimo, desinformado. Se os franceses já eram vistos como um dos cotados ao título, os croatas são a bela surpresa que os gramados russos deram de presente aos amantes do bom futebol, independentemente do resultado da decisão de domingo, em Moscou. Os favoritos de véspera ficaram todos pelo caminho, incluindo o Brasil.

O fato é que será um duelo entre equipes que apresentam estilo de jogo diferentes. Enquanto a França, apostando na juventude, pratica um futebol mais vertical, os croatas, com uma base bem mais experiente, procuram cadenciar um pouco mais o jogo.

Em termos coletivos, arrisco até a dizer que a Croácia é mais equipe. Mas a França também tem um time equilibrado e conta a seu favor com aquele que pode ser o craque da Copa, Kyllian Mbappé (foto). Sem falar no talento de Griezmann e Pogba e da grande fase do goleiro Lloris.

Sob a batuta de Rakitic e Modric, a Croácia sobrou na fase de grupos, mostrando muito talento, aplicando inclusive um sonoro 3 a 0 na Argentina. Depois, teve garra, futebol – e fôlego – para superar três prorrogações, uma delas contra os donos da casa. Resta saber se não sentirão o peso de disputar a primeira final.

Já os franceses não começaram a competição tão bem, mas foram engrenando durante o Mundial e chegam no seu melhor momento à decisão. Até mesmo fisicamente. Afinal, não tiveram que se desgastar como os adversários em prorrogações.

Não há como negar que haverá certo clima de revanche para os croatas. Afinal, em 1998, quando disputaram sua primeira Copa – e encantaram o mundo com uma equipe que tinha Boban e o artilheiro Suker –, foram eliminados justamente pelos franceses nas semifinais, em uma dolorida derrota de virada por 2 a 1. Para dar contornos ainda mais especiais ao confronto de domingo, Didier Deschamps, hoje técnico dos Bleus, era o capitão daquela seleção. Lamentavelmente para nós, depois, na final, eles meteram 3 a 0 em cima do Brasil...

E por falar na Seleção Brasileira, seria bom que todos os jogadores, mesmo ainda machucados pela queda diante da Bélgica, assistissem à decisão. Mesmo sem querer endeusar as equipes europeias, é preciso reconhecer que os finalistas apresentaram melhor futebol que a equipe de Tite. Seja com o bicampeonato da França ou com o título inédito dos croatas, o planeta bola estará em boas mãos.


Efeito CR7
Na reta final da Copa, a transferência de Cristiano Ronaldo para a Juventus dividiu as manchetes esportivas. E a presença do lusitano deve impulsionar de vez o futebol italiano. Ainda faltando 40 dias para o fechamento da janela de transferências, os clubes do Calcio já gastaram quase 150 milhões de euros. A saída do craque também promoverá efeito cascata nas outras principais ligas. Afinal, o Real Madrid vai ao mercado em busca de nova estrela. As casas de apostas estão bombando!

De olho
Kai Havertz
Eliminada pela primeira vez na fase de grupos de um Mundial, a Alemanha terá quatro anos para tentar se reerguer. E mão de obra não deve faltar. Um das apostas é o armador Kai Havertz. Após se destacar em clubes pequenos de sua cidade natal, Aachen, foi para o Bayer Leverkusen com apenas 11 anos. Estreou no profissional aos 17, já participando até mesmo de jogos da Liga dos Campeões. Habilidoso e com boa visão de jogo, defende a seleção desde o Sub-15, mas ainda espera pela primeira oportunidade com o técnico Joachim Löw.

Tags: copa2018