Gustavo Nolasco
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DA ARQUIBANCADA

Tá faltando o que?

O nosso estádio, o Mineirão, na próxima semana, nos receberá aliviado, parafraseando o Fred: "graças a Deus, vocês estão voltando para casa"

postado em 10/01/2018 09:00 / atualizado em 10/01/2018 08:59

Marcus Desimoni/NITRO
Férias, descanso com a família, praia, cachoeira, resenha na casa do amigo Omar, colo de vó no interior. Mas uma pergunta não sai da cabeça: “tá faltando o que?”.

Desde as 19 horas do dia 03 de dezembro de 2017, estamos convivendo com um sentimento de vazio no peito. O Natal passou meio melancólico. Quando os fogos estouraram como estrelas no céu, anunciando a chegada de 2018, o nosso olhar perdido, longe, provocou a pergunta do amigo: “tá faltando o que?”.

Para todos nós que há mais de um mês estamos nos fazendo essa pergunta, trago uma boa notícia: o sofrimento está perto de terminar.

Não! Não fiquei louco. Não estou escrevendo para acalentar a turma do luxuoso bairro de Lourdes acostumada a fazer da obsessão à dor um paliativo para a falta de futebol bonito, títulos e história daquela agremiação. Estou proseando é com você aí, cruzeirense apaixonado. O nosso sofrimento está acabando porque o próximo domingo será o último sem o Cabuloso nesse longo e tenebroso verão.

O que está faltando é o Cruzeiro jogando!

Na próxima quarta-feira, contra o Tupi, nossos corações estarão batendo forte novamente, a ponto de palpitar as cinco estrelas do manto sagrado. Iniciaremos a caminhada de um ano promissor e cheio de sonhos.

Exatamente daqui a uma semana, a Toca da Raposa 3 voltará a acender os seus refletores, estender as suas escadarias e nos receber em seus portões com as bandeiras desfraldas ao vento, num apaixonante reencontro. O Gigante da Pampulha irá parafrasear o Fred e nos dizer: “graças a Deus, vocês estão voltando para casa”.

Da nossa parte, nos caberá colorir de azul as arquibancadas, soltar os braços e vozes. Sabendo disso, vem uma segunda pergunta: “e para receber o nosso amor, tá faltando o que?”. A resposta vem do longínquo bairro de Boedo, em Buenos Aires. Casa do San Lorenzo, o time do Papa Francisco.

Poucos sabem, mas a proximidade da torcida do Cruzeiro com a do San Lorenzo foi construída no desejo de pintarem seus bairros com as cores amadas dos seus clubes. Os hermanos com seu azul e vermelho em Boedo e os do Barro Preto com o azul e branco.

Há poucos dias, os hinchas de lá compuseram o cântico que se ouvirá no estádio Nuevo Gasometro, inspirado no hit brasileiro “Você partiu meu coração”, do cantor Nego do Borel. O ritmo popular do funk, combinado com a loucura de uma torcida amiga, foi o suficiente nos dar a resposta, em forma de canção, à danada da pergunta: “tá faltando o que para receber o Cruzeiro versão 2018?”. Sim, senhor, tá faltando um mantra para a caminhada pelo tri da Libertadores.

Então, cruzeirenses cabulosos, se preparem. Todos têm uma semana para esquentar os pulmões, fortalecer os braços, ajustar as cordas vocais e treinar o pulo que cria as ondas do mar celeste nas arquibancadas do estádio azul de Minas Gerais, o nosso Mineirão. Coloquem a canção do Nego do Borel no aplicativo, apertem o play, deem boas vindas ao nosso Cruzeirão e peçam o que tá faltando: o tri da Liberta!

Eu sou Cruzeiro, sim, senhor
Do Brasileiro eu já sou tetra
Agora vai faltar, então (vai faltar, então)
Trazer o tri da Liberta
Só trazer o tri

Eu sou Cruzeiro, sim, senhor
Da Copa eu já sou penta,
Agora vai faltar, então
Trazer o tri da Liberta
Só trazer o tri

(LETRA: Filipe Ikis)

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