Gustavo Nolasco
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DA ARQUIBANCADA

Larguei tudo pra te ver

Esmorecimento depois do assalto cometido contra a democracia do jogo limpo, como sofremos diante do Boca Juniors na Copa Libertadores Raiz? Nunca!

postado em 17/10/2018 08:54 / atualizado em 23/10/2018 14:27

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Esperei 20 anos por esse momento. Voltar a São Paulo para ter a chance de soltar o grito de campeão sobre um bravo Corinthians. Desejo acalentado por mim desde 1998, quando daquela final onde poderíamos ter conquistado nosso então primeiro Campeonato Brasileiro. Arrebatamos mais de uma dezena de títulos nesse período, é verdade. Seis nacionais, inclusive. Até reconheceram depois o de 1966, mas desejo não se discute. Quando ele toma conta da gente, a calmaria só volta ao peito após saciá-lo.

Sendo assim, Cruzeiro, larguei tudo pra te ver. Meu coração azul e branco não me perdoaria estar longe. Muito menos a pressão alta, o colesterol e minha namorada, que não aguenta mais meu mau humor a cada barbaridade feita contra o Time do Povo. Esmorecimento depois do assalto cometido contra a democracia do jogo limpo, como sofremos diante do Boca Juniors na Copa Libertadores Raiz? Nunca! Escolhi o lado dos que lutarão até o fim por coroar esse ano de tantas esperanças.

Estrelas hão de surgir aos milhares, brilhando por ti nesta noite, Cruzeiro. Irão chegar por todos os caminhos. Cada uma delas levando um cruzeirense apaixonado ao seu encontro. Seja pela rodoviária, aeroporto, descendo a rodovia Fernão Dias ou mesmo em romaria. Nem todas rumarão à capital paulista. Não por falta de desejo, mas por dever de ofício, pois o céu é o nosso manto e a cada palmo de escuridão, seja ela no Norte ou Sul, é preciso ter uma estrela a colorir a vastidão. Pintando o firmamento de celeste.

Ninguém deve perder a chance de acompanhar esse cometa, pois a história cobrará dos omissos. Portanto, Cruzeiro, adentre o campo de batalha confiante. Garanto a ti que nós, na arquibancada ou no radinho, junto à tela da TV ou ao smartphone, com lágrima ou sorriso, seremos uma constelação a lançar gotas brilhantes em direção ao monocromático Itaquerão. Ora indicando o mapa do gol aos piratas, ora no convés, dando energia para impedir o rompante do adversário sobre nossa meta.

O embate de logo mais iniciou-se num “contra tudo e contra todos”, mas eu prefiro acreditar que sairemos dessa bolha de maldade e alienação. A beleza de nossa história levará a maioria do país a deixar de lado suas rusgas com o Maior de Minas. Quase todos tomarão partido pelo escrete azul contra o Eixo do Mal. Do lado de lá, a apoiar o fake timão, tantas vezes ajudado por forças escusas, mentiras do apito e agora o STJD fujão, estará apenas a melancólica Turma do Sapatênis. Sempre a torcer por qualquer um que nos enfrente, não se importando com os métodos cretinos. Como disse certa vez o líder da seita elitista de Lourdes, destilando ódio, “o Cruzeiro é meu inimigo e o meu objetivo é destruí-lo”.

Por isso, Cruzeiro, vá! Esqueça tudo e todos que tentaram lhe prejudicar nesse pré-jogo, neste ano e ao longo de seu quase centenário. Apenas jogue. Consagre novamente o nosso Manobol.  Dê a mim e a muitos outros apaixonados a chance de voltar no tempo. Porque nós, de cá, seremos uma constelação a lhe cobrir o manto, esperando esses derradeiros 90 minutos para finalmente gritar “é hexacampeão”.

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