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DA ARQUIBANCADA

Contra quem jogamos no domingo passado?

Futebol é assim, memória seletiva é a alma desse esporte. A cada três dias, um jogo novo e outro campeonato

postado em 10/05/2017 11:30 / atualizado em 10/05/2017 09:12

Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Depois de passar dois dias vendo somente duas cores pela cidade tudo voltou ao normal. Durante esse curto espaço de tempo, acabei chegando a algumas conclusões. Um time que se baseia nas cores extremas só pode ter atitudes exageradas. Eles fazem de tudo, criam piadas homofóbicas, nos chamam de diversos nomes e até instalaram caixas de som para abafar a nossa torcida no ginásio do Horto. Fico honrado por gastarem tanto tempo conosco. Sinto que a agressividade é, na verdade, o grande respeito que eles têm pelo manto azul estrelado. Enquanto pensamos em títulos maiores, eles gastam todo o tempo por um título que já temos em quilos.

Às vezes, dou risadas com as piadas que são criadas e, pra mim, fechou com chave de ouro ver o presidente deles cantando uma música em nossa homenagem. É muito carinho. Não consigo imaginar o dr. Gilvan fazendo algo parecido. Não é o nosso perfil. Lembro-me do Paulinho McLaren, Kléber Gladiador e mais recentemente o Rafael Silva imitando uma galinha após marcar gol em clássico. O Rafael teve que se desculpar devido à forte repercussão da brincadeira. Mas a turma do outro lado da Lagoa é assim. Eles fazem todas as piadas, mas não aceitam quando é feito com eles. Apesar de mais velhos, vejo muito mais maturidade em nossas atitudes ao não usar recursos escusos em busca de vitória.

Agora sim, o ano começou. Temos mais quatro campeonatos neste ano. O melhor das finais foi descobrir que ainda temos algo para melhorar. A insistência no falso centroavante não está funcionando tão bem. A zaga merece um ajuste e os laterais ainda nos dão alguns sustos.

Melhor ter a certeza de que ainda falta melhorar do que criar a falsa ilusão de que estamos prontos. Às vezes, sinto que o Mano Menezes insiste demais em alguns conceitos. Mas ele é o nosso mentor e mola mestre para encontrarmos a solução para nossos problemas.

Já falei demais do futebol sem citar o fato mais importante que ocorreu no domingo, o nosso título da Superliga de Vôlei. Muito orgulho deste time e de ser amigo do maior campeão de todas as ligas, o líbero Serginho.  Quem sabe poderíamos aprender um pouco com essa gestão tão vitoriosa e trazer novos conceitos para o futebol? Mas aí a turma do Bairro de Lourdes vai dizer que estamos copiando uma ideia deles. Fizeram isso há muito tempo ao tirar o Bebeto de Freitas do vôlei. No fundo, eles sempre gostaram de vôlei, mas não querem admitir.

Hoje é dia de Copa Sul-Americana e de mais um jogo internacional na nossa história. O que passou, passou. Na verdade, nem me lembro para quem perdemos no domingo. Muito menos por qual campeonato jogamos. Futebol é assim, memória seletiva é a alma desse esporte. A cada três dias, um jogo novo e outro campeonato. Alguém sabe quanto foi o resultado do jogo de domingo passado?

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