
O gol que fizemos foi como uma velha receita de bolo. Um lance bobo, um chutão de um defensor, a experiência do Henrique em correr para bater o lateral, o passe na medida e o Ábila deslocando o goleiro. Quero ver jogadas como está se repetindo o ano todo. A junção da experiência com oportunismo é perfeita. No papel o nosso time tem tudo para nos dar muitas alegrias. Estou com um problema de memória, não consigo me recordar dos jogos ocorridos na última semana. Estou mais propenso a olhar pra frente e pensar que o ano mal começou.
A dança das cadeiras de contratações ainda demora para acabar. A saída do Mayke, sinceramente, já deveria ter ocorrido há mais tempo. Sempre gostei do seu futebol, mas algo me dizia que ele não conseguia se motivar com a camisa cinco estrelas. Desde a negociação frustrada para a Europa ele nunca mais foi o mesmo. Tomara que volte a ter um grande futebol desde que não seja contra o Cruzeiro.
A troca pelo Rafael Marques tem tudo para dar certo. Só espero que a sua chegada não seja o sinal que o Ábila está saindo.
Temos reclamado muito da oscilação do nosso time nos últimos anos. Já falei bastante sobre isto aqui na coluna. Uma recente matéria do jornalista Rodrigo Capelo para a revista Época tenta explicar um pouco do que ocorreu nas finanças do Cruzeiro nos últimos anos. Mostra os gastos com a campanha do bicampeonato brasileiro e suas consequências. O futebol nao é um simples esporte. É uma máquina de fazer e gastar dinheiro. Assim como é importante ter um bom diretor de futebol, a gestão financeira tem a mesma importância.
Nós, torcedores, não queremos saber muito sobre este assunto, pois estraga a magia e arranha a paixão pelo esporte. Mas sofremos quando ela é malfeita.
Ainda bem que temos um grande técnico em nosso time. O Deivid, ano passado, caiu por muito menos. Se existe alguém intocável atualmente é o Mano Menezes. Sem ele, eu tenho certeza, estaríamos com sérios problemas, mesmo contando com um bom elenco.
Por falar em equipe, ver o Dedé voltando à sua velha forma é muito bom. Ele fez o Pratto, do São Paulo, virar um pires. Ganhou todas as bolas altas na área. O nosso mito tem o melhor tempo de bola entre todos os zagueiros brasileiros. Se estivesse jogando em algum time carioca já estaria com campanha na imprensa para voltar à Seleção.
Adoro campeonatos longos. É mais divertido. Sempre temos a chance de nos recuperar de um mau resultado. Não precisamos liderar o campeonato todo. Apenas na última rodada. Mas até chegar lá........
Mais um ano, mais resenhas, mais belos jogos e assim a vida passa lentamente, nos mostrando o tempo todo o que é importante, mas insistimos em perder tempo com o que não interessa. Mas objetividade é uma coisa muito chata. O bom da vida não são as retas, são as curvas. Isto é, as surpresas, aquelas que se tornam gols como o que fizemos contra o São Paulo.