Presidência

O Brasil está passando por uma revolução ética muito importante. Estão sendo questionados valores que foram acrescentados a nossa cultura de forma agressiva e silenciosa, em que uma parte da sociedade se aproveitou de sua posição relevante para criar condições especiais e tirar proveito pessoal de patrimônio público. Nós, brasileiros, estamos recebendo uma enxurrada de informações que estão, no mínimo, nos fazendo pensar sobre como cuidaremos do nosso país e nossas instituições. Na minha opinião, o importante neste momento é que todos tenham acesso, de forma transparente, ao que realmente ocorreu.

A eleição do Cruzeiro, que será realizada no final do ano, entrou nesta revolução por causa do que foi divulgado recentemente através dos meios de comunicação. A desistência do Zezé Perrella de se candidatar à presidência do Cruzeiro dá dimensão do tanto que fomos afetados. Não acredito em tudo que sai na imprensa, estou apenas emitindo a minha opinião como um mero torcedor apaixonado que concorda com a sua decisão de desistir da sua candidatura para resolver seus problemas.

Temos de tratar a eleição como um processo normal da democracia. Fernando Rocha, grande cruzeirense que apresenta o programa Bem Estar, na TV Globo, me disse nesta semana que as eleições do Cruzeiro sempre foram tranquilas. Eu também não me lembro de decisões apertadas ou polêmicas. Para dar mais transparência na nossa eleição, os sócios-torcedores deveriam ter direito a voto. A forma atual, em que alguns votantes têm maior relevância, distorce os interesses, dando poderes aos conselheiros natos de praticamente decidir,  entre si, quem será o nosso próximo presidente.

Agora, mais do que nunca, se torna importante tentar manter a serenidade e separar os fatos. Sou totalmente a favor da permanência do Mano Menezes e continuo acreditando no seu trabalho.

A derrota para a Chapecoense nos chateou, mas não é motivo para pensar em mudanças. O jogo da quarta-feira passada em Chapecó já mostrou que o time deles é bem montado, e nos classificamos apertados. Precisamos melhorar sem criar problemas internos. O sorteio da Copa do Brasil colocando o Palmeiras no nosso caminho será o verdadeiro teste.

A maioria dos times deste campeonato brasileiro ainda está se ajeitando. Ninguém disparou, muito menos mostrou um excepcional futebol. Temos muitas chances se soubermos passar por esta turbulência. Temos um bom elenco, sabemos que temos um grande técnico. Criar problema pra quê?

A sabedoria dos mais experientes neste momento deve ser escutada e respeitada. Existe uma frase muito antiga de Louis Brandeis, juiz da suprema corte Americana, que diz: “A luz do sol é o melhor detergente”. Eu espero e aguardo ansiosamente que toda esta limpeza ética que estamos vendo na política chegue ao futebol brasileiro. Nós somos os nossos maiores rivais. Estamos perdendo para nós mesmos há muito tempo. Que Deus proteja o nosso país e que saibamos tomar as decisões corretas.