None

COLUNA DO JAECI

Classificado na garra e na raça

Gostei muito da partida, pois o primeiro tempo foi excepcional. O jogo era lá e cá

postado em 20/04/2017 12:00

Ramon Lisboa/EM/D.A Press


Depois de assistir a Barcelona 0 x 0 Juventus pela Liga dos Campeões da Europa, que já tem os quatro semifinalistas definidos (Real Madrid, Atlético de Madrid, Juventus e Monaco), foi hora de ver Cruzeiro e São Paulo, no Mineirão, pela Copa do Brasil. E confesso que gostei muito da partida, pois o primeiro tempo foi excepcional. O São Paulo foi melhor, encurralando o time azul em seu próprio campo, criando uma chance atrás da outra. Na primeira, Cuevas, diante de Rafael, chutou para fora, perdendo oportunidade incrível. Em seguida, Lucas Pratto não desperdiçou. Recebeu o cruzamento e cabeceou para o chão, sem chances para Rafael: 1 a 0, placar que ainda garantia a vaga ao Cruzeiro. Porém, o próprio Pratto teve outra chance, mas chutou na trave. Só dava São Paulo e o torcedor temia o pior. Mas, aos poucos, os jogadores adiantaram a marcação e começaram a criar contra o gol de Renan Ribeiro. De Arrascaeta perdeu duas boas chances. Thiago Neves, outra. O jogo era lá e cá, e à altura dos 35min, estava equilibrado. Mas era certo que o time celeste não praticava o futebol que vimos no Morumbi. E o tricolor paulista jogou com uma disposição incrível, querendo mesmo o segundo gol. Mano Menezes esperava o fim do primeiro tempo para ajustar a casa e, por sorte, conseguiu sair perdendo somente por 1 a 0.

No segundo tempo, o São Paulo precisava de mais um gol, no mínimo, para levar a decisão para as penalidades. E Jucilei perdeu um gol debaixo da baliza, depois de desvio de Pratto. O time paulista voltou com a mesma disposição, mas o Cruzeiro acertou um pouco mais a marcação. Porém, estava perigoso, pois as maiores oportunidades eram sempre do tricolor paulista. Realmente, o time celeste não jogava bem e o risco era grande. Mas numa falha de Rodrigo Caio ao tentar dominar a bola, De Arrascaeta ganhou e foi derrubado na entrada da área. Thiago Neves cobrou a falta, a bola desviou na barreira e matou o goleiro Renan Ribeiro: 1 a 1, e a certeza de que a classificação não seria perdida. Que bom ver o lateral-direito Mayke recuperado. Com o empate, o Cruzeiro usava a velocidade e os contra-ataques para tentar a vitória. De Arrascaeta fazia excelente segundo tempo. Mas o São Paulo não estava morto, e em bom cruzamento a bola sobrou para Gilberto, em impedimento, fuzilar e fazer 2 a 1. Os 10 minutos finais seriam dramáticos. E Léo quase marcou, de cabeça. Renan fez belíssima defesa. O árbitro deu mais quatro minutos de acréscimos, mas não foi o suficiente para o tricolor paulista. Cruzeiro, derrotado pela primeira vez neste ano, mas classificado às oitavas de final da Copa do Brasil.


Atlético

Em Assunção, num estádio que mais parecia de várzea, o Atlético enfrentou o Libertad, do Paraguai. Eu não entendo como a Conmebol permite jogos num estádio tão ridículo, com capacidade, segundo ela, para 12 mil pagantes. Porém, não parecia. Eu já disse que a Conmebol deveria qualificar a Libertadores, e não quantificá-la, como fez. Se tivéssemos os 20 melhores clubes de cada país, seria uma competição atraente, com grandes jogos e em estádios de verdade. O Galo buscava não só os três pontos, mas sim mostrar um futebol de qualidade. Entretanto, a chuva era forte e o gramado estava um horror. Como mostrar bom futebol num pasto daqueles? Não tinha jeito. E o Galo foi castigado em nova falha do Giovanni, no gol do Libertad. Mesmo com um gramado ruim, o Atlético tinha a obrigação de vencer, pois em seu grupo, teoricamente, deveria sobrar. Porém, não é isso que estamos vendo no time de Roger, muito mal dirigido, mal treinado, com jogadores rendendo abaixo do esperado. Resta saber se nos jogos de volta, contra o próprio Libertad, e Godoy Cruz, em Belo Horizonte, o Galo fará o dever de casa e chegará aos 10 pontos. Não acredito em vitória na casa do Sport Boys, na Bolívia. Continua muito preocupante o futebol atleticano. É preciso, porém, a Conmebol rever seus conceitos. É inadmissível jogar uma partida de futebol num pasto como o de ontem.