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COLUNA DO JAECI

Rússia sem a Itália: é triste!

Eu sempre torço para os melhores, para as grandes equipes que praticam o bom futebol. Algo me diz que 2018 será o ano de Messi e da Argentina

postado em 15/11/2017 12:00

AFP / Mladen ANTONOV
Londres – Uma Copa do Mundo sem a Itália, a Azzurra, não é uma Copa do Mundo de verdade. Desde que me entendo por gente, me acostumei a ver a esquadra italiana chegar desacreditada, aos trancos e barrancos, com futebol feio, de marcação e pragmático, conquistar a taça. Talvez a exceção tenha sido aquela seleção de 1982, que eliminou o fantástico Brasil de Telê Santana, Zico, Falcão e cia. Aquele era um timaço com Dino Zoff, Cabrini, Gentile, Conti e Paolo Rossi. Um time que enfiou 3 a 2 na nossa Seleção e nos deixou incrédulos, pois tínhamos o melhor time depois daquele de 1970. Lembro-me, mais recentemente, da Itália de 2006, que se classificou com um pênalti inexistente sobre a Austrália, chegou à fase de mata-mata e foi eliminando todo mundo, até ganhar da França na final, nas penalidades.

Até hoje me lembro do sorriso estampado no rosto de Buffon, o goleiro símbolo de várias gerações. Segunda-feira, porém, foi a vez do capitão chorar a eliminação da Itália, diante da Suécia, e se despedir da Azurra. O futebol é assim. A bola pune e, confesso que quando vi, na fase de grupos, os italianos tomarem de três da Espanha, sem o menor pudor, percebi que dias piores viriam. E vieram mesmo. O sorteio não ajudou a Itália, que acabou pegando a Suécia na repescagem. Um time apenas comum, mas esforçado, que venceu em casa e segurou o 0 a 0 em Milão.

O que é uma Copa do Mundo? Uma competição onde normalmente Brasil, Alemanha e Itália se consagram. As três, juntas, têm 13 dos 20 Mundiais disputados até aqui. Juntam-se ao seleto grupo Uruguai, com duas conquistas, Argentina, também com duas, Inglaterra, França e Espanha. Eram 16 seleções. Depois passou a contar com 24, e o novo formato tem 32 equipes, divididas em 8 grupos de 4 times. Se analisarmos friamente, das 32 seleções, sete têm condições de ganhar. Justamente as campeãs citadas acima.

Pode ser que Portugal apronte uma zebra na Rússia, ou mesmo a tão falada Bélgica. Eu não acredito. Vai dar Alemanha, Brasil ou Argentina. Acho que daí sairá o campeão. O futebol está cada vez mais pobre e mais político. O novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, já antecipou que do Catar, em 2022, em diante, teremos 42 seleções disputando a Copa, desde a chamada primeira fase, que terá confrontos eliminatórios. Incha-se a competição com equipes que nada acrescentam, mas é preciso agradar as confederações mundo afora.

Eu sempre torço para os melhores, para as grandes equipes que praticam o bom futebol. Algo me diz que 2018 será o ano de Messi (foto) e da Argentina. Os hermanos não ganham nada desde 1993, se classificaram às duras penas, mas na Copa a história é outra. E Messi, melhor jogador do planeta, na minha visão, mesmo tendo Cristiano Ronaldo ganhado a quinta bola de ouro, tem uma dívida a pagar com sua gente. Se o técnico Jorge Sampaoli conseguiu ajeitar o time do meio para trás, não tenho a menor dúvida de que a Argentina chegará. O Brasil mudou da água para o vinho com Tite. É outro time, outra história. Jogadores comprometidos com o coletivo, com o grupo e com o técnico, tipo paizão, mas competente ao extremo. E tem a Alemanha, atual campeã, com sede do penta, para se igualar ao Brasil. Tem uma geração de ouro, campeã no Maracanã, e uma outra que surgiu e ganhou a Copa das Confederações com os pés nas costas.

Teremos, com certeza, uma grande Copa, onde brasileiros, alemães e argentinos vão brilhar. Nos últimos tempos, dois intrusos entraram no seleto grupo: França e Espanha. Seria legal ver Portugal ou Bélgica também fazer parte. Porém, como brasileiros que somos, queremos é espantar a zebra, chegar à final e buscar o hexa. Se os ingleses inventaram o esporte bretão, o problema é deles. Quem é o dono da bola é mesmo o Brasil. Uma pena a Itália estar fora. Sem ela, o Mundial perde em brilho, em sofrimento, em desespero, pois a tetracampeã do mundo, Itália, sempre foi isso em Mundiais. Dessa vez, porém, o choro e o desespero tomaram conta dentro da própria casa. Chegou a hora de os italianos juntarem os cacos e reconstruírem um novo futebol. O que foi mostrado por essa geração é da pior qualidade. Uma pena, Azurra!

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