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COLUNA DO JAECI

O Cruzeiro precisa se unir em torno do nome do clube

postado em 30/11/2017 12:00 / atualizado em 30/11/2017 09:01

Leandro Couri/EM/D.A Press

Não gosto muito de comentar as questões políticas dos clubes de futebol, pois prefiro falar da jogada genial, da bola na rede, do gol antológico... Porém, como esses artigos andam tão escassos no futebol, vou tecer minha opinião sobre a crise nos bastidores do Cruzeiro, onde a diretoria atual e a que está entrando não se entendem. O grande pivô da briga atende pelo nome de Itair Machado, novo homem forte do futebol na gestão do presidente eleito, Wagner Pires de Sá. Conheço Itair pelo trabalho belíssimo que fez no Ipatinga, levando o clube do Vale do Aço ao título mineiro e também à elite do futebol nacional. Nesse quesito, um dirigente com D maiúsculo. Com relação à parte pessoal e às denúncias que vem sofrendo nada posso falar, pois nunca entrei, e nem entro, na vida pessoal de nenhum dirigente ou atleta. Cabe a mim analisá-los profissionalmente. E só. Se há denúncias contra A ou B, que sejam apuradas. E se houver irregularidades, que os investigados sejam punidos. Porém, é preciso dizer que o Cruzeiro precisa discutir questões internas em sua própria casa, e não via imprensa. É muito feio acusações pra lá e pra cá, que só servem para denegrir o nome da gigantesca instituição que, recentemente, conquistou um título da maior expressão, a Copa do Brasil. Sugiro ao doutor Francisco Lemos, sábio e ponderado, que intervenha e resolva as arestas com ambas as partes para o bem do clube. O Cruzeiro e seus milhões de torcedores não merecem ter o nome manchado por denúncias e intrigas.

Atitude de um moleque que não tem berço


A atitude do zagueiro Rodrigo, da Ponte Preta, ao enfiar o dedo na bunda do atacante do Vitória, mostrou o quanto esse atleta é baixo e sem qualquer educação ou berço. Aquela cena, que rodou o mundo, é vergonhosa e mostra o quanto os jogadores brasileiros precisam se educar e buscar os bons exemplos. Atitude covarde, obscena e de um atleta que vive causando confusão por onde passa. Se houvesse justiça de verdade no Brasil, ele deveria ser banido do futebol, pois seu ato foi nojento e agrediu toda uma sociedade, e não apenas o jogador do Vitória. Berço e caráter, como escrevo sempre, não se compram com dinheiro nenhum do mundo.


Um ano da tragédia


Ontem completou-se um ano da tragédia do voo da Chapecoense, que dizimou vários companheiros da imprensa, técnico, jogadores, dirigentes, tripulantes e centenas de famílias, que choram seus entes queridos. Uma irresponsabilidade de um piloto, ganancioso por economizar migalhas, fez o avião cair totalmente sem combustível a apenas 8 milhas do aeroporto de Medellín. O voo, que deveria ser da alegria, transformou-se em tristeza e numa cicatriz que jamais será fechada. Vivemos um mundo consumista, onde valores morais e éticos ficam em segundo plano. Claro que, além do piloto assassino, Miguel Quiroga, outras pessoas falharam ao deixar o avião decolar da Bolívia com o tanque sem combustível de reserva, como determina a lei. Todo avião tem que ter autonomia extra para que, em caso de emergência, possa pousar no aeroporto mais próximo. Naquele voo não havia. A sede do piloto em economizar míseros centavos em combustível fez com que 71 pessoas morressem, inclusive ele. Perdi naquele voo três grandes amigos: o comentarista Mário Sérgio e os jornalistas Paulo Júlio Clement e Victorino Chermont. Meu último encontro com Vitu, como o chamávamos, aconteceu em Natal, por ocasião de Brasil x Bolívia, quando, antes da entrevista coletiva do técnico Tite, jogamos uma partida de botão em uma mesa no Estádio das Dunas. Lembrança que ficará marcada eternamente na minha memória. Conhecia também vários profissionais daquele voo. Tive a oportunidade de jantar com o técnico Caio Júnior, no Catar, quando fui fazer a cobertura de Brasil x Inglaterra naquele país, onde ele trabalhou como treinador. Um cara muito legal. Que Deus continue confortando o coração dos parentes das vítimas e que o amor ao próximo prevaleça sempre sobre a ganância e o apego às coisas materiais.

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