Atitude de um moleque que não tem berço
A atitude do zagueiro Rodrigo, da Ponte Preta, ao enfiar o dedo na bunda do atacante do Vitória, mostrou o quanto esse atleta é baixo e sem qualquer educação ou berço. Aquela cena, que rodou o mundo, é vergonhosa e mostra o quanto os jogadores brasileiros precisam se educar e buscar os bons exemplos. Atitude covarde, obscena e de um atleta que vive causando confusão por onde passa. Se houvesse justiça de verdade no Brasil, ele deveria ser banido do futebol, pois seu ato foi nojento e agrediu toda uma sociedade, e não apenas o jogador do Vitória. Berço e caráter, como escrevo sempre, não se compram com dinheiro nenhum do mundo.
Um ano da tragédia
Ontem completou-se um ano da tragédia do voo da Chapecoense, que dizimou vários companheiros da imprensa, técnico, jogadores, dirigentes, tripulantes e centenas de famílias, que choram seus entes queridos. Uma irresponsabilidade de um piloto, ganancioso por economizar migalhas, fez o avião cair totalmente sem combustível a apenas 8 milhas do aeroporto de Medellín. O voo, que deveria ser da alegria, transformou-se em tristeza e numa cicatriz que jamais será fechada. Vivemos um mundo consumista, onde valores morais e éticos ficam em segundo plano. Claro que, além do piloto assassino, Miguel Quiroga, outras pessoas falharam ao deixar o avião decolar da Bolívia com o tanque sem combustível de reserva, como determina a lei. Todo avião tem que ter autonomia extra para que, em caso de emergência, possa pousar no aeroporto mais próximo. Naquele voo não havia. A sede do piloto em economizar míseros centavos em combustível fez com que 71 pessoas morressem, inclusive ele. Perdi naquele voo três grandes amigos: o comentarista Mário Sérgio e os jornalistas Paulo Júlio Clement e Victorino Chermont. Meu último encontro com Vitu, como o chamávamos, aconteceu em Natal, por ocasião de Brasil x Bolívia, quando, antes da entrevista coletiva do técnico Tite, jogamos uma partida de botão em uma mesa no Estádio das Dunas. Lembrança que ficará marcada eternamente na minha memória. Conhecia também vários profissionais daquele voo. Tive a oportunidade de jantar com o técnico Caio Júnior, no Catar, quando fui fazer a cobertura de Brasil x Inglaterra naquele país, onde ele trabalhou como treinador. Um cara muito legal. Que Deus continue confortando o coração dos parentes das vítimas e que o amor ao próximo prevaleça sempre sobre a ganância e o apego às coisas materiais.