Cerca de 48 milhões de torcedores estarão ligados hoje em Independiente e Flamengo, primeira partida decisiva da Copa Sul-Americana. Serão 40 milhões de flamenguistas e 8 milhões de atleticanos torcendo pelo maior rival, pois, se o Flamengo for campeão, abrirá vaga no G-9 e o Galo entrará na Pré-Libertadores. Um dos meus seguidores do Instagram @jaecicarvalhooficial disse o seguinte: “Vou torcer pela derrota do Independiente, jamais pela vitória do Flamengo.” Isso mostra o quanto pesa essa rivalidade. Porém, quem é atleticano mesmo, claro que vai torcer pelo Flamengo. Meu amigo Ildeu disse que vai torcer para o rubro-negro ganhar o título, classificar o Atlético e, lá na Libertadores, caso passe da Pré-Libertadores, o Galo eliminará o Flamengo. Aí seria um castigo mesmo. Foi o que o Mengo fez em 1987, durante a Copa União, quando o Atlético ganhou os dois turnos, classificou o Flamengo, que era o segundo colocado, e foi eliminado por ele. Quem sabe o troco não virá ano que vem? O futebol permite esse tipo de situação. Meu amigo Cristiano Rodrigues diz que “prefere a morte a torcer pelo Flamengo”.
A verdade nua e crua é que o Flamengo precisa ganhar a taça para salvar o ano. Abriu os cofres, contratou a torto e a direito, e acabou eliminado de todas as competições que disputou. Quanto às Libertadores, ele já está garantido na fase de grupos, já que teve boa colocação no Brasileiro. Porém, se perder a Sul-Americana, a crise que já está instalada e pronta para explodir virá à tona e, muito provavelmente, com a demissão de Rodrigo Caetano, que é o homem forte do futebol. Se vencer, porém, tudo será esquecido e o Flamengo começará 2018 muito forte. O futebol é curioso. Como pode o maior rival torcer pelo outro só para garantir uma vaga na Libertadores? Pode sim. É futebol e o torcedor é, acima de tudo, um apaixonado. Que se dane o Flamengo, dirão os atleticanos. Eles querem é ver sua equipe disputando a taça da Libertadores em 2018 e ganhando dinheiro. Alguns me disseram que o Galo não merece, pois fará vexame na Pré-Libertadores. Eu não apostaria nisso. O ano vira, as coisas melhoram e o Galo pode sim chegar lá. Oswaldo de Oliveira deu outra vida ao time, com trabalho sério e competente, em tão pouco tempo. Se o presidente que será eleito dia 11, com toda a certeza, Sérgio Sette Câmara, conseguir contratações pontuais, subir alguns jogadores da base e mandar embora os ‘come e dorme’, chinelinhos e os ex-jogadores em atividade, o Atlético será forte candidato aos títulos que vai disputar. Podem apostar nisso.
E eu não duvidaria se visse muitos alvinegros, disfarçados e infiltrados na torcida rubro-negra, no jogo de volta, dia 13, no Maracanã, torcendo como nunca pelo Mengão. Só quero ver o que vão dizer certas pessoas que escrevem denegrindo a imagem do Flamengo, com palavras de baixo calão e um péssimo nível. Será que terão coragem de torcer pelo Flamengo? Acho que sim, pois a falta de caráter e de vergonha é nítida. Pobre deles. Se eu fosse esses mal-amados, não torceria jamais. Preferiria ver meu time fora da Libertadores. Já o torcedor do bem, esse deve sim torcer pelo Fla e fazer com o Ildeu, esperando a Libertadores para dar o bote no Fla, como um escorpião. É da natureza. O futebol é bonito por isso. Proporciona situações inusitadas. Só lamento que o Atlético, por sua grandeza e tradição, dependa de uma outra equipe para disputar determinada competição. O Galo aprendeu a caminhar com suas próprias pernas e ganhar taças desde a gestão do maior e mais vencedor presidente de sua história, Alexandre Kalil. Espero que com Sette Câmara volte a esse patamar, em 2018. Eu, como flamenguista declarado, aceito a torcida dos atleticanos, afinal, quero ver Cruzeiro e Galo juntos, novamente, na Libertadores. E isso só será possível se o Fla for campeão da Sul-Americana e o Galo passar pela Pré-Libertadores.
Logística errada
O Brasil vai ficar na cidade de Sochi, na Rússia, mas não fará nenhum jogo naquela cidade durante a Copa do Mundo. Vai viajar cerca de 7 mil quilômetros só nos jogos da primeira fase, o que vai prejudicar, e muito, sua preparação. Foi um erro crasso de Edu Gaspar, já que a Fifa tinha aceitado a posição do Brasil de ficar em São Petersburgo e usar o CT do Zenit, que é dos mais modernos do mundo. E isso diminuiria as distâncias no maior país do mundo, territorialmente. Espero que Gaspar tenha a humildade de reconhecer o erro e que tente consertá-lo nas fases seguintes, caso o Brasil avance. Com certeza essas viagens deixarão os jogadores estressados e insatisfeitos. Estou colhendo dados para uma boa coluna no domingo contando essa história, com uma fonte fidedigna, que sabe tudo de logística. Aguardem.