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COLUNA DO JAECI

Ajuda financeira do BMG será fundamental

O momento é de transição, renovação e criatividade, já que não há dinheiro. Não cabe ao atual presidente culpar A ou B pela falta de grana, e sim buscar alternativas para suprir essa necessidade

postado em 31/01/2018 12:17

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

O Atlético está sem dinheiro para contratações. Isso ocorre com a maioria dos times brasileiros. Não é “privilégio” do alvinegro. Mas o Galo tem também um dos maiores torcedores do clube, o ex-presidente Ricardo Guimarães, que sempre foi parceiro. É sabido que seu grupo emprestou cerca de R$ 60 milhões ao Cruzeiro para as contratações desta temporada. A torcida alvinegra e o presidente Sérgio Sette Câmara esperam, com ansiedade, o momento em que o parceiro vá ajudar seu clube a contratar as peças que estão faltando para o Galo lutar pelos títulos que vai disputar. Na minha visão, são necessários um zagueiro, um volante que dê mais liberdade a Elias e a Arouca, que são altamente técnicos e de qualidade, um armador, artigo em falta no mercado, e um atacante para jogar pelos lados e ajudar Ricardo Oliveira a fazer gols. Não acredito que o ex-presidente, atleticano, apaixonado que é, vá se furtar a não ajudar seu clube do coração. Ele sempre o fez, e neste momento vejo o Galo com necessidade extrema.

Vale lembrar que a janela de janeiro já era. O sonho de trazer o volante Wallace terá de ser adiado, quem sabe para a janela do meio do ano. Aliás, Wallace seria um belo investimento para o Atlético e para o fundo do ex-presidente. Se voltar ao Brasil, garanto que irá à Copa, já que Casemiro, do Real Madrid, vive péssimo momento. E, com isso, seria ainda mais valorizado. Dez milhões de euros é o valor pelo qual o Hamburgo libera o volante. Um meio-campo com Wallace, Arouca e Elias é para time nenhum botar defeito. Tive excelente impressão do Atlético do primeiro tempo do jogo contra o Democrata. Porém, não consigo aceitar Cazares e Otero no mesmo time. O primeiro tem qualidade técnica, visão de jogo, mas ainda lhe falta maturidade para ser o dono da 10 no Galo. Otero é excelente cobrador de faltas e chuta como poucos de fora da área. Porém, participa pouco do jogo. O técnico Oswaldo de Oliveira terá que pôr três volantes – e não entendo o motivo de Adílson não estar nesse time –, tirar Otero e jogar com Cazares, Ricardo Oliveira e Róger Guedes. O time ficará mais consistente.

É preciso alguém avisar que Leonardo Silva não consegue mais acompanhar os atacantes. Que Gabriel é fraco. Aliás, observando esse jogador, acredito que ele daria um excelente volante. Para zagueiro, é baixo, e como Léo Silva já está na descendente, as bolas aéreas têm complicado a vida de Victor, que não pode fazer milagre todo dia. Será que não subiu nenhum zagueiro de qualidade para entrar nesse time? A diferença de um time arrumado – leia-se Cruzeiro, Palmeiras, Flamengo e Corinthians – para um que está se arrumando, caso do Galo, não é gritante. O futebol brasileiro há muito está nivelado por baixo, e um bom técnico, sabendo mexer o doce, consegue encorpar o time. Vejo o Atlético em condições de brigar pelas taças que vai disputar, falando em Copa do Brasil e Brasileiro. Com esses ajustes que citei acima, não será difícil. Entretanto, a ajuda do parceiro será fundamental para o time empolgar o torcedor.

E por falar neste fanático torcedor, vale lembrar que a hora de apoiar é esta. Não adianta xingar, vaiar, protestar quando não há dinheiro. Acho que o novo presidente, Sérgio Sette Câmara, conseguiu algumas trocas importantes usando a criatividade. Tenho recebido mensagens de torcedores pedindo a volta de Cuca. Sérgio Sette garante que Oliveira está mantido até o fim do ano. Sabemos, porém, que resultados ruins não seguram nem Zidane no Real Madrid, bicampeão consecutivo da Champions League, quanto mais Oswaldo de Oliveira. Particularmente, não o vejo com essa culpa toda. Ao contrário disso, ele arrumou a casa no fim do ano e fez jogadores que estavam muito mal atuarem bem.

O torcedor deve lembrar-se também que, conforme prometeu o maior presidente da história do clube, Alexandre Kalil, o Atlético tem chegado às disputas de taças de todas as competições. Exceto a campanha no Brasileirão passado, nos outros anos o clube esteve bem, deu alegrias ao torcedor e sagrou-se vice-campeão brasileiro duas vezes. O momento é de transição, renovação e criatividade, já que não há dinheiro. Não cabe ao presidente culpar A ou B pela falta de grana, e sim buscar alternativas para suprir essa necessidade. Parceria é a palavra certa.

Estarrecido
Larry Nassar é o nome do médico-monstro que coordenou o setor na equipe de ginástica nos Estados Unidos, abusando sexualmente de muitas meninas. Fiquei estarrecido com os depoimentos das jovens, chorando diante do monstro no tribunal. Felizmente, os Estados Unidos são um país sério e ele foi condenado a 175 anos de prisão – ou seja, vai morrer na cadeia. Fosse aqui no Brasil, com as brechas da lei, ele adiaria sua ida para o xilindró, assim como jamais seria condenado à prisão perpétua.

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