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COLUNA DO JAECI

O Atlético não faz negociata com quem está empregado

Foram passados ao Atlético valores salariais de Enderson Moreira e a multa rescisória, caso ele deixasse o América. Uma coisa nojenta de se ver

postado em 18/02/2018 12:00 / atualizado em 18/02/2018 16:07

Mourão Panda / América
Atlético e América fazem um clássico esta tarde em campos opostos. O Coelho, bem colocado na tabela e com futebol bonito. O Galo, buscando uma identidade, mal na classificação, com o time em formação. Além disso, o oferecimento do técnico Enderson Moreira por seu procurador, Francis Melo, ao Galo no domingo de carnaval (o diretor de futebol, Alexandre Gallo, tem o print da mensagem em seu celular), não pegou bem e os dirigentes do Atlético imediatamente comunicaram o fato ao presidente americano, Marcus Salum. Vale dizer que o treinador nada tem a ver com isso, pois faz seu trabalho com competência e jamais se ofereceu ao clube alvinegro. Foram passados ao Atlético, conforme relatei na Bomba do Jaeci de ontem, valores salariais de Enderson Moreira e a multa rescisória, caso ele deixasse o América. Uma coisa nojenta de se ver, pois o rapaz está empregado e fazendo grande trabalho. Por questões éticas, os dirigentes alvinegros – todos são advogados renomados, como Sérgio Sette Câmara, Rodolfo Gropen e Lasaro Cunha – e o Atlético não negociam com técnicos empregados e não aceitam que procuradores os ofereçam. Aqueles que o fizerem terão seus nomes tornados públicos, como se deu agora com o tal procurador.

Dito isso, dentro de campo o favorito é o América. Por ter um grupo mais entrosado, um técnico competente e estar num momento melhor. Favorito não significa dizer que já é o vencedor, mesmo porque a história diz que nesse confronto o Atlético sempre levou vantagem, e a camisa alvinegra pode pesar. O Atlético está em busca de identidade nesta temporada, com um time em formação, e à procura de padrão de jogo. Vai dar oportunidade ao jovem Thiago Larghi, até na esperança de que ele se torne um novo Carille ou Jair Ventura, técnicos que assumiram com a desconfiança dos torcedores e se tornaram competentes e conhecidos, sendo que Carille se sagrou campeão brasileiro. Aliás, Carille é um nome que agrada ao alvinegro, e como a relação dele com o novo presidente, Andrés Sanchez, não é das melhores, caso caia seria o primeiro nome na lista atleticana.

Mas a realidade é hoje e o Independência deverá receber um bom público. Como é a casa de Galo e América, o fator campo não será decisivo. O que vai decidir mesmo é a qualidade, a melhor formação e o esquema tático que os técnicos irão adotar. Pelo momento, eu colocaria o Atlético com três volantes e três zagueiros. Quando a coisa não está boa, é melhor se defender e evitar tomar gols. Hoje, eu jogaria com Adílson, Elias e Arouca. Poria Cazares para armar as jogadas e Ricardo Oliveira e Erik lá na frente. Otero, como escrevi outro dia, é ótimo chutador de bola parada, nada mais que isso. E ainda tem Róger Guedes e os jovens Marco Túlio e Bruno. Gostei muito do pouco que vi desses garotos. A gente cobra que os clubes invistam nas divisões de base, mas não tem paciência na hora em que os garotos são lançados. Quem tem bola joga com 16, 17, 18 anos. O Atlético está certíssimo em investir na garotada. Porém, o torcedor tem de apoiar e ter paciência. A realidade nua e crua é que o Atlético não tem time para disputar títulos na temporada. Eu me enganei por aquele primeiro tempo primoroso do jogo contra o Democrata-GV. Entretanto, quando o Brasileirão passado começou, os analistas debochavam do Corinthians. Houve um, em rede nacional, que desancou Carille e o Timão. No fim do ano, teve de engolir ele e o Timão campeões. O futebol é assim. Bom clássico, torcedor.

Neymar


Faço coro com o comentarista Walter Casagrande. Acho que mimam demais Neymar. Ele tem aparecido muito mais em colunas sociais e revistas de fofoca do que em páginas esportivas. Seu péssimo desempenho diante do Real Madrid o colocou na berlinda, a ponto de seu pai atacar Casagrande, sem citar o nome do comentarista. Casagrande tem personalidade e é apenas um a contestar o que tem visto. Concordo com ele, pois o brasileiro quer pôr Neymar no nível de Cristiano Ronaldo e Messi, quando ele está bem abaixo dos dois. Para chegar a número 1 do mundo, precisa ser mais dedicado em campo, menos cai-cai, mais coletivo e menos chato com a arbitragem. Os grandes gênios da bola, Zico, Reinaldo, Romário, Ronaldo, jamais se importaram com arbitragem. Apanhavam pra valer e davam respostas com jogadas e gols geniais. Se Neymar quiser ser o número 1 do mundo, como se diz no ditado popular, “terá que comer muito feijão com arroz”. Ele é nosso único craque, mas está anos-luz distante do português e do argentino.

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