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COLUNA DO JAECI

Galo vence time reserva do Cruzeiro e briga pela liderança

Se ninguém acreditava no time atleticano, a coisa começa a mudar

postado em 20/05/2018 15:43

Bruno Cantini/Atlético
O Galo derrotou o Cruzeiro por 1 a 0, gol de Róger Guedes, continua na ponta do Brasileirão e mostrou ao seu torcedor que está vivo em busca do bi. Se ninguém acreditava no time atleticano, a coisa começa a mudar. Realmente, o Mineiro e a Sul-Americana não valem nada. Porém, o Brasileirão vale, e muito. E, nesse quesito, quem vai contestar o alvinegro? Nunca é demais lembrar que o Cruzeiro entrou com o time todo reserva, priorizando a Libertadores. E está certo. Entre Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores, o que mais vale é a competição internacional. Não foi um grande jogo – longe disso. Mais uma vez, o futebol brasileiro, em um grande clássico, deu mostras da sua incompetência e falta de qualidade. Muitas faltas, pouca criatividade e poucos chutes a gol. O futebol brasileiro agoniza a cada rodada, mas parece que ninguém está nem aí. A vitória alvinegra alivia as tensões. Os bandidos, travestidos de torcedores não terão argumentos para cobrar. Afinal, o Galo ganhou do maior rival.

Foi um primeiro tempo muito fraco e muito ruim. É preciso levar em conta que o Cruzeiro entrou com o time todo reserva, exceto Fábio, e mesmo assim o Atlético não conseguiu criar situações importantes. Cazares continua sendo aquele engodo. Luan, aquele cara que toca a bola para trás o tempo todo, livrando-se dela. Na lateral-direita, nenhuma novidade. O novo contratado não correspondeu. É impressionante como o futebol brasileiro é medíocre. Distância abissal entre um jogo da Europa e um do Brasil. E olha que os caras no Brasil ganham fortunas, mas em nenhum momento justificam o salário. Mas há torcedor que se ilude com carrinhos quando a bola está saindo, com pancadas, com o antijogo. Aí, os caras renovam, continuam ganhando fortunas e enganando mais alguns anos. Problema de quem renova tais contratos. O futebol brasileiro chegou a um estágio em que os dirigentes precisam repensar salários, contratações e outras coisas mais. Como os clubes não são empresas, eles fazem o que querem, gastam o que não têm e deixam as instituições quebradas. É preciso responsabilidade.

Claro que o Galo teria de ser superior em campo. Estava com o seu melhor time, o titular, e o Cruzeiro com todo reserva, exceto Fábio. Aliás, o melhor goleiro do Brasil há 10 anos fez uma defesa importante. Róger Guedes atuava bem. Ricardo Oliveira tentava. O problema é que o meio-campo do Galo não criava nada. Elias não está merecendo ser titular. Futebol pobre, burocrático, sem inspiração. É uma pena que os jovens de hoje não saibam o que é futebol, exceto pelos jogos que veem da Europa. No Brasil se pratica tudo, menos futebol. Técnicos despreparados, que nada estudam, jogadores que não sabem dominar uma bola, jogos sofríveis. E olha que somos um dos favoritos à conquista do Mundial da Rússia. Lembrando sempre que dos 23 convocados 20 atuam na Europa. Apenas Cássio, Geromel e Fagner jogam no Brasil. Está explicado. A gente cria uma expectativa no torcedor por um grande clássico e vê apenas aquilo que eles mostraram no primeiro tempo. É deprimente.

Veio o segundo tempo e com 3 minutos Mancuello foi expulso. Jogador medíocre, que não conseguiu ser titular no Flamengo. Porém, com a entrada de De Arrascaeta, o Cruzeiro se impôs e criou boas situações. Victor, como sempre, ajudou a manter o placar. Numa bela trama do Atlético, que foi tabelando, a bola encontrou Róger Guedes, só que Manoel chegou antes e chutou, a bola bateu na perna do atleticano e entrou. Galo 1 a 0. A partir daí, só deu Galo, principalmente quando Otero entrou na vaga de Luan. O Galo cresceu e quase marcou o segundo, quando Otero cruzou da direita e Ricardo Oliveira chegou atrasado. É bom sempre lembrar que o Cruzeiro era todo reserva, exceto Fábio, e isso fez a diferença. Gente, que lateral-direito é esse que o Galo contratou? Péssimo, nervoso, sem a menor intimidade com a bola. Uma coisa horrorosa. Não é possível que alguém tenha indicado e que o Galo tenha admitido isso. Senti saudade de Patric.

O Cruzeiro ficou sentindo a falta de um homem que liderasse. Com reservas, jogando contra o que de melhor o Galo tinha, ficava difícil. E o Galo perdeu grande chance quando Otero, cara a cara com Fábio, chutou em cima do goleiro. Fico a me perguntar: por que o técnico Tite jamais deu chances a Fábio na Seleção? Não me venham com essa história de religião, pois o treinador de goleiros Cláudio Taffarel é religioso ao extremo. Aliás, numa entrevista a mim, em Paris, em novembro, me disse que isso nada tinha a ver.

O tempo foi passando, o jogo correndo, o Cruzeiro com um homem menos não tinha forças para criar. Apenas De Arrascaeta tentava alguma coisa. A verdade é que o Cruzeiro subestimou o clássico em prol do jogo contra o Racing, que vai definir o primeiro lugar do grupo. Eu, no lugar de Mano Menezes, teria feito o mesmo, pois o Brasileiro está apenas começando e a Libertadores é a prioridade. Lamento apenas que o Cruzeiro tenha investido uma fortuna em Bruno Silva, que surgiu aos 32 anos no Botafogo e fez uma boa temporada. Por isso os clubes estão quebrados. Investimentos ruins, que nada acrescentam. O torcedor alvinegro, porém, nada tem a ver com isso. Vai comemorar a vitória e o grande momento da equipe no Brasileiro, com 13 pontos, na cabeça da tabela.

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