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COLUNA DO JAECI

Alemanha dá vexame. Brasil decepciona

Se os treinos fechados de Tite são para mostrar esse futebol pobre, estamos perdidos

postado em 18/06/2018 08:21 / atualizado em 18/06/2018 08:24

AFP

Moscou – Antes de assistir a Brasil e Suíça, vim ao Luzhniki Stadium para ver, de perto, os atuais campeões do mundo enfrentando o México. In loco a gente sente mais o clima do jogo e percebi uma torcida mexicana muito animada e confiante. Os alemães, mais marrentos que os argentinos, chegaram ao estádio achando que iriam golear ou fazer gols a qualquer momento. Mesmo sendo um time forte e com uma boa renovação, o que vimos aqui foi uma Alemanha confusa, sem jogadas ensaiadas, sem tabelas, não conseguindo furar o bloqueio do time mexicano. E, claro, o México entrou com uma proposta de contra-ataque, que deu certo. O gol, ainda no primeiro tempo, desnorteou a Alemanha, que voltou para um segundo tempo em que pressionou, mas sem qualidade. Faltava um craque para furar a retranca adversária. Bolas alçadas na área, que não deram em nada. Müller e Özil, facilmente dominados, e Kroos, sem achar alguém que entendesse seu raciocínio. O relógio foi se tornando o maior adversário dos alemães, que mostraram desespero no fim da partida, quando Neuer foi tentar o gol na área mexicana. E vou dizer mais: a Alemanha tem que se contentar de ter perdido só de um gol. O México encaixou três contra-ataques que só não resultaram em mais gols por excesso de preciosismo de seus atacantes. Não resta outra alternativa aos alemães: vencerem seus dois últimos jogos, contra Coreia do Sul e Suécia, para garantir uma vaga nas oitavas de final. E, caso ela fique em segundo do grupo e o Brasil em primeiro, teremos, já na próxima fase, Brasil x Alemanha. Porém, ainda é muito cedo para cravarmos isso.

Depois, foi a vez de ver o Brasil, cantado em verso e prosa como o grande favorito ao título. E, logo no começo, deu para perceber que a Suíça jogaria por uma bola, com uma postura defensiva muito grande. Essa retranca começou a ser desmontada quando Philippe Coutinho, em chute de fora da área, fez um belo gol. A bola fez uma curva, beijou a trave e entrou. Um gol para dar tranquilidade aos garotos brasileiros e aos torcedores. Os suíços eram inocentes no ataque, com pouco poder de criação. Shaqiri era bem marcado e isso minava as investidas deles. Mas o Brasil não fazia uma grande partida. Tímido, com poucas jogadas pela direita. O gol de Coutinho foi um achado. Mesmo com a vitória parcial, não gostei do time brasileiro no primeiro tempo.

O Brasil não voltou bem. Confuso, sem jogadas. E numa cobrança de escanteio de Shaqiri, Miranda falhou, Alisson não saiu e a Suíça empatou com Zuber. 1 a 1. Os jogadores brasileiros ficaram reclamando de um empurrão do jogador suíço em Miranda. Neymar não aparecia. Muita mídia e pouco futebol, pelo menos até momentos depois do gol dos suíços. Esperava-se mais do único craque brasileiro. Tite olhou para o banco e acionou Fernandinho. Que coisa horrorosa! Acho que ficou com medo pelo fato de Casemiro ter levado cartão amarelo. Se os treinos fechados de Tite são para mostrar esse futebol pobre, estamos perdidos. Foi a vez de Tite tirar Paulinho e pôr Renato Augusto. Exceto no gol de Coutinho, o time brasileiro não chutava contra a meta de Sommer. Os jogadores não gostam de Neymar por suas firulas e tentativas de jogar a torcida contra o árbitro. Por isso, matavam suas investidas, às vezes de forma agressiva.

Neymar conseguiu fazer uma jogada, achando Coutinho na área, mas o armador chutou errado. Tite, Cléber Xavier e Silvinho confabulavam à beira do gramado. Não sabiam o que fazer. Gabriel Jesus pediu um pênalti. Não achei que foi. Ele e o zagueiro suíço se enroscaram. O tempo ia passando e o Brasil sem mostrar nada. Neymar querendo resolver sozinho, errando a maioria das jogadas. A última tentativa veio com Firmino. Neymar arriscou um chute fraco. Sem o menor problema para o goleiro suíço. Que jogo fraco! Firmino teve grande chance, mas chutou forte e por cima do gol.  O término do jogo estava próximo. O time brasileiro, visivelmente nervoso, fazia uma péssima apresentação. Havia também o medo de tomar um gol e se complicar. Uma cabeçada de Neymar deu esperanças ao Brasil. O goleiro pegou no meio do gol. O goleiro suíço fez defesa impossível em cabeçada de Firmino. Miranda, pegando um rebote, também chutou para fora. Não era dia de Brasil. Pelo futebol pobre que mostrou, não merecia vencer. Eu avisei que a Suíça era um bom time, mas a turma do oba-oba sempre pôs o Brasil como se já tivesse ganho o jogo. Futebol se ganha com talento e bola rolando, não com palavras. Por sorte, o próximo adversário é a Costa Rica, teoricamente, uma galinha morta. Teoricamente.