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COLUNA DO JAECI

Golear a Costa Rica é obrigação

Vi e ouvi muitos jornalistas dizendo que o Brasil tem um grupo espetacular, dos mais fortes. Não foi isso que vi quando precisamos mudar o jogo

postado em 20/06/2018 07:23 / atualizado em 20/06/2018 07:29

LUCAS FIGUEIREDO / CBF

São Petersburgo – Neymar sente o tornozelo, não treina e começa o tratamento para estar em campo na sexta-feira, contra a Costa Rica, aqui na cidade mais linda da Rússia. Os costarriquenhos, na minha visão, devem ser goleados. Não pela competência do Brasil, mas pela fragilidade do adversário. É sabido que ela virá naquela retranca tipo “boca de bode”, mas caberá ao “professor” Tite treinar a equipe canarinho, de forma secreta, para furar tal bloqueio. Digo de forma secreta pois foi isso o que ele fez até aqui, para apresentar aquele futebol medíocre da estreia contra a Suíça. E eu concordo com a determinação da Fifa de que o auxiliar de vídeo não deva ser banalizado. Tem que ser usado em lances bem capitais. O gol da Suíça foi marcado em falha da zaga brasileira. Revejam o lance. Thiago Silva é o primeiro a marcar o atacante suíço. Larga-o e Miranda cola nele. Ambos se agarram, até que, na definição da jogada, ele dá um toque em Miranda, muito leve, e marca o gol. Aí, a falha maior foi de Alisson, cantado em verso e prosa como um grande goleiro, que não saiu do gol. A bola na pequena área era dele. Não há o que discutir. Já o suposto pênalti em Gabriel Jesus não existiu. Ele se enrosca com o zagueiro e se joga na hora de definir a jogada. Coisa de atleta brasileiro.

Só a vitória nos interessa. E de goleada. Sim, esse grupo pode ser decidido no saldo de gols. No momento, a Sérvia é líder com três pontos e, se vencer a Suíça, praticamente garante sua vaga. O Brasil vencendo a Costa Rica vai a quatro pontos e, no último jogo, contra os sérvios, definiria o primeiro lugar do grupo. Se a Suíça vencer a Sérvia, irá a 4 pontos, se igualará ao Brasil, em caso de vitória brasileira, e a Sérvia terá que vencer o time brasileiro para garantir sua vaga, nos eliminando. Vejam como o empate diante da Suíça nos complicou. Não esperava muito desta Seleção. Treinos fechados, jogadores que detestam a imprensa, que não têm empatia com o torcedor brasileiro.

Em relação a Neymar, acho-o um jogador diferenciado em campo, mas seu comportamento com os companheiros de profissão é ridículo. Cai toda hora, reclama do árbitro e coloca a torcida contra ele. Parece mesmo um menino mimado. Sei que há zagueiros que batem mais, porém, não vejo Messi e Cristiano Ronaldo reclamarem assim. E pelo que tenho percebido, Neymar não tem a simpatia dos colegas de profissão. Aquele lance em que um adversário cai e ele estende a mão, supostamente para levantá-lo, e depois tira o braço, foi ridículo e pegou muito mal. Até o ex-jogador Eric Cantona fez piada com Neymar, na internet, com macarrão na cabeça imitando o cabelo dele. Nosso melhor jogador virou chacota mundial. O atacante Guivarch, campeão do mundo em 1998, disse que Neymar é mimado e que não é um bom profissional. É nessa berlinda que ele vai entrar em campo na sexta-feira. Isso se estiver recuperado do tornozelo.

A chegada de sua namorada, Bruna Marquezine – aquela péssima atriz, que fazia uma novela e só chorava –, deve trazer alegria para ele e preocupação para a torcida brasileira. Sem ela, ele já não parece tão concentrado, imaginem com ela...

Vi e ouvi muitos jornalistas dizendo que o Brasil tem um grupo espetacular, dos mais fortes. Não foi isso que vi quando precisamos mudar o jogo. Entraram Fernandinho, Renato Augusto e Firmino. À exceção do último, que é muito mais jogador que Gabriel Jesus, os outros nada acrescentaram. É trocar seis por meia dúzia. Porém, não se iludam: se o Brasil jogar bem e golear a Costa Rica, a imprensa do oba-oba vai dizer que o time é maravilhoso e que o hexa está garantido. Prefiro analisar com os pés no chão, com frieza e com a coerência de quem acompanha o time canarinho desde 1986, quando o saudoso mestre Telê Santana tinha gênios sob seu comando. Os bons tempos do nosso futebol.

E prestem atenção que está pintando um Brasil e Alemanha já nas oitavas de final. Se o Brasil for o primeiro do grupo e os alemães o segundo, ou ao contrário, as duas equipes se enfrentarão de forma prematura. Podemos pegar o México também. Vim com uma galera mexicana no trem de Moscou para cá. Quase quatro horas de viagem e a euforia dos mexicanos de que desta vez vão ganhar o caneco. A vitória sobre a Alemanha, e o time muito bem treinado, os credencia para isso. Gostaria muito que essa Copa fosse ganha por uma equipe que não está no seleto grupo dos campeões mundiais. Acho que esse negócio de a taça ficar com Brasil, Alemanha, Itália, que nem aqui está, já cansou, haja visto que das 20 finais até hoje, em 19 tivemos Brasil, Itália, Alemanha ou Argentina. Está na hora de mudar essa estatística e repetir 2010, quando, pela primeira vez no Mundial, tivemos uma final diferente disso, com Espanha e Holanda. Se der uma Bélgica, México ou Portugal, vou ficar feliz. Acho que Cristiano Ronaldo campeão do mundo seria a consagração de um atleta profissional ao extremo, artilheiro, homem de caráter e um cara do bem. De mimados e mascarados estamos de saco cheio.

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