Que falta faz Róger Guedes, aquele que era criticado pela torcida e por parte da imprensa. Sem ele, Ricardo Oliveira joga isolado, sem receber bolas. E a única chance que ele teve, cabeceou no travessão. Antes, porém, em outra bobeira, o Galo sofreu o empate, em chute de Gabriel (o chamado Gabigol). Tem coisas que só acontecem ao Atlético. Gabigol foi um fiasco na Europa, não faz gols em quase ninguém, mas carimbou a rede alvinegra. Que fase! Um problema que vejo é fazer Leo Silva, de 37 anos, jogar todas as partidas. O futebol de hoje exige juventude e qualidade. Os serviços prestados pelo capitão são maravilhosos, mas na vida há limite para tudo. Tem um jovem chamado Ruan, zagueiro, que já merece uma chance. Leo Silva deve ser preservado, pois não tem mais força para jogar todas as partidas.
O Campeonato Brasileiro é muito fraco tecnicamente. E, como ninguém se destaca, equipes medianas vão se firmando entre os ponteiros. Outro dia, um seguidor do meu Instagram, jaecicarvalhooficial, mandou-me uma mensagem, dizendo que, eu goste ou não, o futebol de hoje é essa mediocridade. E disse para eu acompanhar jogos da Europa, já que não estou satisfeito com o que vejo. Os jogos da Europa eu acompanho há décadas, e ficou muito feliz com a qualidade apresentada lá. Antes, eles eram superiores em tática e força física. Hoje, ganham da gente também em técnica. Por isso, não acredito que o Brasil ganhe as três próximas Copas do Mundo. Estamos com uma distância abissal para o Velho Mundo. Claro que a TV que detém os direitos de transmissão do Brasileiro quer enganar o torcedor, pois precisa vender o produto. Um colega meu, que trabalha lá, disse que a ordem é falar bem e criticar o mínimo possível. Não foi esse tipo de jornalismo que aprendi na universidade. Aprendi a falar sempre a verdade, relatar aquilo que todos estamos vendo. Nosso campeonato é dos piores do planeta, com faltas e mais faltas, tempo de bola rolando abaixo da crítica e jogadores bem medianos. E só para fechar, respondi ao seguidor, que fui muito bem acostumado, pois vivi a época de ouro do futebol brasileiro. Por isso mesmo sou crítico ferrenho do que tenho visto por aqui.
Cazares
No segundo tempo, o Galo voltou com Cazares, aquele jogador muito bom tecnicamente, mas que parece não acreditar em seu potencial. Faz uma partida excelente e some em 10. E ele entrou bem. Comandou as jogadas de ataque e aproximou-se mais de Ricardo Oliveira e Chará. Dava para ver uma postura mais ofensiva do time mineiro. E foi num contra-ataque que Chará tocou para Cazares, na esquerda. Ele ajeitou a bola, levantou a cabeça e a pôs na cabeça de Ricardo Oliveira, que cabeceou com estilo. Galo 2 a 1. Até que enfim o Atlético estava se impondo em sua casa, em seu terreiro. Curiosamente, o Galo tem o melhor ataque do Brasileirão, mas sua defesa o comprometeu em vários jogos. Ontem, porém, esteve mais firme, mais coesa. Esse garoto, Emerson, tem crescido a cada jogo. Ganhando muita confiança. E para provar que era seu dia, o Galo fechou a tampa do caixão do Santos com mais um gol de Ricardo Oliveira, em toque preciso, tirando a bola do goleiro Vanderlei. 3 a 1. Os 22 mil torcedores presentes no Independência foram premiados com uma vitória maiúscula, que mostrou um Galo vivíssimo no campeonato. Parabéns aos pais atleticanos e a todos os pais brasileiros.