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COLUNA DO JAECI

O futebol brasileiro agoniza!

Em que planeta vive esse tal de Tite? É um fanfarrão!

postado em 15/10/2018 10:00 / atualizado em 15/10/2018 09:17

Lucas Figueiredo/CBF
Os grandes times do Brasileirão têm lotado os estádios, com o público fazendo a festa do futebol. Um fenômeno inexplicável, já que nosso futebol agoniza, com jogos fraquíssimos, em que 1 a 0 “virou goleada”, com média de bola rolando abaixo de 50%, com faltas e mais faltas e arbitragens calamitosas. Não temos um craque atuando no país – fora dele, talvez Neymar, que na verdade é excelente jogador, mas não está no patamar dos grandes craques do mundo –, não temos um grande técnico, talvez Renato Gaúcho destoe da mediocridade; mas, ainda assim, o torcedor tem ido aos jogos. O Brasil vive sua maior crise ética, moral, social e financeira. A violência atinge níveis inimagináveis, matando 65 mil pessoas por ano, só com arma de fogo ou branca. Os bandidos comandam, de dentro da cadeia, o crime organizado, inclusive político, e o brasileiro, analfabeto e despreparado, por culpa justamente do sistema que achou interessante não educá-lo, diz sim a tudo de ruim que acontece.

O futebol só é um mundo à parte quanto tocamos no quesito salários. São irreais, imorais e completamente fora de nossa realidade. Duvido que se qualquer presidente de clube fosse o dono da empresa pagaria R$ 400 mil, R$ 700 mil, R$ 1 milhão por mês a qualquer empregado seu. Mas como no futebol o dinheiro não é deles, já que os clubes não são empresa, a gastança é ilimitada, irresponsável e, algumas das vezes, criminosa. O mais grave ainda é a gente perceber que os clubes estão fazendo contratos de quatro anos, com “ex-jogadores em atividade”. Os caras estão ganhando verdadeiros prêmios de mega-sena sem dar a menor contrapartida. É muita irresponsabilidade. Não temos uma equipe referência, que jogue futebol de primeira linha. Talvez seja o Grêmio uma exceção, justamente por contar com um técnico que foi um excepcional atacante, que, se jogasse nos dias de hoje, seria um cracaço de bola. Quem viu Renato Gaúcho jogar sabe muito bem do que estou falando.

Os técnicos ganham fortunas e apresentam equipes medíocres, nas quais há jogadores que dominam bola na canela. Uma vergonha. O técnico da Seleção Brasileira é tão falastrão que disse que a “Arábia Saudita era uma boa seleção”. Em que planeta vive esse tal de Tite? É um fanfarrão! Tenta empregar uma linguagem rebuscada, mas erra de forma grave ao copiar seu colega, Celso Roth, que sempre usou a palavra “oportunizar”, que não existe no dicionário. A única profissão do mundo em que o profissional “cai pra cima” é a de técnico de futebol. O cara é demitido por incompetência, vai para outro clube, muitas das vezes ganhando salário maior do que ganhava. E os dirigentes só fazem isso porque o dinheiro não é deles e sim do clube, usado de forma irresponsável. É a mais triste realidade do nosso futebol.

Como explicar, então, a presença maciça, principalmente de jovens, nos estádios? A paixão pelo futebol, que segue viva, de geração em geração, ainda que nossos espetáculos sejam ruins e desqualificados. Os mais velhos, como eu, que viram grandes jogos, os mais variados craques e os técnicos de verdade, não vão aos estádios. Já os jovens, carentes e ávidos por dizer que estavam lá na conquista do seu time, fazem o sacrifício de pagar ingressos caros para ver isso que se chama de futebol no Brasil. Vale lembrar, porém, que são os jovens de classe média-alta, já que com os preços salgados dos ingressos é impossível para o pobre entrar numa dessas chamadas arenas modernas.

Por causa da violência, incontrolável, das brigas entre gangues que se dizem torcedores, pela falta de um grande espetáculo, não vou aos estádios há anos. Pela televisão, me sinto seguro, em casa, observando os lances de todos os ângulos. Continuo apaixonado pelo esporte bretão, porém, desiludido com tudo o que acontece no futebol brasileiro. Se o país mudar para melhor, nosso futebol poderá acompanhar essa mudança, pois repito que ele é reflexo de coisas boas ou ruins que acontecem numa nação!

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