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COLUNA DO JAECI

Uma 'cachaça' chamada Seleção Brasileira

postado em 11/11/2018 12:00 / atualizado em 11/11/2018 12:10

Lucas Figueiredo/CBF
Londres – Aqui estou novamente, cinco meses depois de a Seleção Brasileira ter feito sua preparação para a Copa do Mundo da Rússia, no CT do Tottenham. Desta vez o treino será no CT do Arsenal, onde jogou o coordenador técnico Edu Gaspar. Os adversários serão o Uruguai, na sexta-feira, do mestre Óscar Tabárez, um dos treinadores de que mais gosto no mundo, e Camarões, dia 20. O jogo contra os uruguaios será no Emirates Stadium. Contra Camarões, no Estádio MK, a 80 quilômetros de Londres. Camarões é velho freguês brasileiro. Em cinco jogos, venceu uma vez, na Copa das Confederações, na França, gol de Samuel Eto’o. Eu estava nesse jogo, no Stade de France. Foi naquela competição que Marc-Vivien Foé morreu em campo, em jogo contra a Colômbia, em Lyon, após ataque cardíaco. O telão do estádio mostrou Foé sendo reanimado pelos médicos, sem sucesso. Um dia muito triste para o esporte mundial.

O Brasil queria enfrentar uma seleção europeia. Porém, os europeus preferem adversários mais fracos, para ajustar suas equipes. O Uruguai será um bom teste. Tem base muito forte, com destaque para Suárez e Cavani, dois dos melhores atacantes do mundo. Tite insiste em jogadores fracassados como Paulinho, que atua na China e entregou o Brasil nas duas últimas Copas do Mundo. Para minha tristeza, disse que vai contar com Fernandinho nas próximas convocações – outro jogador complicado na Seleção. São as incoerências do treinador, que não é contestado por parte da imprensa, que diz amém a todos os seus caprichos. Depois da porrada que tomamos da Bélgica, na Rússia, fiquei meio desencantado com a Seleção. Mas, isso para mim é uma “cachaça”, pois acompanho o time canarinho desde 1986, na Toca da Raposa, quando era repórter da TV Globo. Naquela época era o saudoso mestre Telê Santana quem comandava o escrete. Dava gosto de sentar com Zico, Júnior, Falcão, Éder, Cerezo, Reinaldo para bater papo ou entrevistá-los. Sim, naquela época esses gênios da bola gostavam da imprensa. Os citados são meus amigos até hoje.

Já os jogadores atuais, multimilionários pelo trabalho que fazem, diga-se de passagem, não estão nem aí para a imprensa, fazem questão de deixar isso claro. Entrevistas exclusivas não existem mais. Aparecer no saguão do hotel, nem pensar. Assim como Tite, que vive isolado. Parreira, Zagallo, Luxemburgo, Carlos Alberto Silva, Telê, Leão, e tantos outros, eram diferentes. Adoravam bater papo, não apenas sobre futebol. Era uma época de ouro do nosso futebol, dentro e fora de campo. Não consigo deixar de ser saudosista.

Voltando ao teste contra o Uruguai, pelo menos a defesa será testada. Felizmente, Thiago Silva não foi convocado. Falhou de forma absurda no jogo da Liga dos Campeões, terça-feira. É um zagueiro que vive entregando mundo afora. Na Seleção, então, tem passagens grotescas. Danilo é outro péssimo jogador, convocado agora. Philippe Coutinho foi cortado, pois sofreu um problema na perna e vai ficar três semanas afastado. Aliás, ele fez péssima troca, quando saiu do Liverpool para o Barcelona. No time inglês era o “dono”. No Barcelona, apenas mais um. Escolhas erradas pelo dinheiro. Na frente, Gabriel Jesus, artilheiro de amistosos e eliminatórias, fracasso na Copa do Mundo. Richarlison, que atua no Everton, é uma belíssima surpresa.

Tenho que abrir parênteses para o capitão do time e considerado o melhor jogador, Neymar. Assisti ao jogo do PSG contra o Napoli, na terça-feira, na Itália. Ele atuou muito mal, reclamou da arbitragem e levou cartão amarelo. Não tenho muita esperança em vê-lo mudar. É da natureza dele fazer firulas, simular, entrar em conflito com companheiros de profissão e árbitros. E, ao saber que o Real Madrid quer Mbappé e não ele, deve estar ainda mais frustrado. O Real está certo. Mbappé é mais jogador, tem apenas 19 anos e é campeão do mundo. Neymar está prestes a completar 27, já não é menino, seu futebol não é o esperado e suas atitudes e comportamento nos grandes jogos deixam a desejar. Sinceramente, estou desistindo desse jogador.

GALO

O Atlético terá uma grande chance de se recuperar das últimas derrotas se vencer o Palmeiras hoje, no Independência, que deverá estar lotado. Além de se manter em sexto lugar, com vaga na pré-Libertadores, ainda porá fogo no campeonato, pois o deixará em aberto, com chances para Inter e Flamengo. Se o Palmeiras vencer, acho difícil perder a taça. O Galo vive dias turbulentos, sem dinheiro e com um time instável. Já se planeja para a próxima temporada, e um dos tópicos em pauta é a venda dos 49% que ainda tem do Diamond Mall, para resolver de vez seus problemas financeiros. Sou a favor. Clube de futebol vive de títulos e de grandes times, não de shoppings.

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