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COLUNA DO JAECI

Sonho ver Galo e Raposa na Libertadores, juntos outra vez

Levir me parece um pouco sádico, querendo ser o dono da verdade, criticando tudo no futebol brasileiro. Ora, ele está nisso há tantos anos e nunca fez nada para que houvesse uma melhora

postado em 19/11/2018 10:00 / atualizado em 19/11/2018 09:23

EM DA PRESS

Londres – Acompanhei atentamente, via Superesportes, o jogo do Galo contra o Bahia. Vitória sofrida, suada, bem do jeito a que o atleticano está acostumado. Aqui estamos com duas horas a mais em relação ao fuso horário brasileiro, e a partida acabou bem tarde. Porém, isso não foi problema, pois a vitória do alvinegro me deixou feliz. Meu motivo maior, é torcer para que Galo e Raposa estejam na Libertadores do ano que vem. O Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil, está garantido. O Atlético vai lutar nas últimas três rodadas para conseguir. Vale lembrar que poderemos ter Grêmio, Inter, Cruzeiro, Atlético, Flamengo, São Paulo, Palmeiras. Será uma Libertadores e tanto, no caso, com a possibilidade de Inter e Grêmio, Cruzeiro e Atlético. Se não me engano, será a primeira vez, caso ocorra, que as quatro equipes estariam disputando a competição simultaneamente. O problema é que o Galo tem o Atlético-PR e o Santos em seu encalço e não pode bobear. A distância para o time paranaense é de três pontos, 53 a 50, e a rodada do meio de semana fará o Galo enfrentar o Inter, que ainda sonha com a taça, mas que, na verdade, já é do Palmeiras. Acredito que um empate será um belo resultado para o time mineiro diante das circunstâncias. E torcer, é claro, para que os dois rivais percam seus jogos. O Galo ficou na zona de classificação da Libertadores o tempo todo e não seria justo deixá-la no fim da competição.

Acompanhei a entrevista com o técnico Levir Culpi após o jogo. É cada pergunta idiota. Levir me parece um pouco sádico, querendo ser o dono da verdade, criticando tudo no futebol brasileiro. Ora, ele está nisso há tantos anos e nunca fez nada para que houvesse uma melhora. Preocupou-se em ganhar sua grana, fazer sua independência financeira e ponto. No Japão, recentemente, fez péssimo trabalho e foi despedido. Claro que Levir tem identificação com o Galo, não há dúvida. E deu os dois últimos títulos ao clube: a Copa do Brasil e a Recopa. Um dos entrevistadores perguntou se as duas vitórias consecutivas já tinham o dedo de Culpi. Claro que tem a sua presença, história e imagem. Porém, ninguém muda um time do dia para a noite. Levir conseguiu esses dois resultados positivos depois de três derrotas no papo, na conversa, na experiência. Ele veio para tentar manter o Galo na zona de classificação da Libertadores. Se conseguir ou não, ano que vem a história será diferente. Ele vai formar seu grupo, seu time, com sua mentalidade de trabalho. Agora, é no sofrimento, na entrega, na garra, tão peculiares ao Atlético.

É o caso de Felipão, que será campeão brasileiro. Roger Machado dirigiu o time por 20 jogos no Brasileirão e deixou o Palmeiras entre os sete primeiros. Felipão chegou, ajeitou a casa e será campeão com 18 jogos no comando do time. Não sei se terá a humildade de dividir o título com Roger, mas a verdade é essa. Não se pode esquecer um cara que dirigiu o time em 20 partidas de 38. Bem ou mal, somou pontos importantes, que, somados aos de Felipão, vão dar a taça ao Palmeiras. E o maior absurdo que li foi um cara de São Paulo dizer que Felipão está resgatando os 7 a 1. Que imbecilidade! Aqueles 7 a 1 vão ficar no currículo dele como o maior vexame protagonizado por um técnico de ponta numa das maiores seleções do mundo. Para tirar isso só mesmo vencendo a Alemanha numa semifinal de Copa do Mundo, na casa dela, por 7 a 1 ou mais. Foi a maior vergonha que vi no esporte mundial, não só o futebol. Felipão será campeão brasileiro por seu trabalho, o futebol feio de sempre, com chutões e poucas triangulações. Porém, os 7 a 1 são outra história. Ele pode ganhar 800 títulos daqui que aquela derrota de 8 de julho de 2014, no Mineirão, jamais será esquecida. É uma mancha na carreira, assim como foi a derrota para a Grécia em Lisboa na final da Eurocopa, quando dirigia a Seleção Portuguesa. Mas não devemos tirar os méritos de Felipão, técnico vencedor, principalmente em mata-matas, que, curiosamente, foi eliminado da Copa do Brasil e Libertadores, nesse modelo de que ele tanto gosta, e que será campeão nos pontos corridos pela primeira vez. O futebol é assim.


Seleção


O Brasil fará seu treino definitivo hoje, na cidade de Milton Keines, a 80 quilômetros de Londres, para o jogo de amanhã, contra Camarões. Será o último amistoso do ano e Tite deverá fazer várias modificações na equipe. O zagueiro Dedé começará jogado, provavelmente ao lado de Marquinhos. Em março, teremos dois jogos do Brasil na Europa, em data-Fifa, e em junho, mais dois amistosos no Brasil, finalizando a preparação para a Copa América.
 

Caso Daniel


Me abstive de comentar sobre a morte brutal, covarde, desumana, com resquícios de crueldade, do jogador Daniel. Porém, quero apenas dizer que os monstros que fizeram tal barbárie deveriam pegar prisão perpétua ou pena de morte se fosse num país sério. No Brasil, vão pegar 30 anos de cadeia, no máximo, cumprir 1/6 da pena e ficar em liberdade condicional. Uma vergonha. Quero alertar, porém, aos jovens jogadores que eles devem respeitar as pessoas e entender que não podem tudo, como pensam. Sabemos que a maioria sai das favelas, sem berço, cultura ou coisa parecida, ganha milhões e se acha dono do mundo. Ser favelado não é vergonha. Vergonha é não querer se educar com o dinheiro que ganham. Os jogadores deveriam entender que não há dinheiro no mundo que compre berço, aquilo que seus pais te deram na infância. Ser bom ou ruim é uma opção. Depende muito da criação. Vejam o péssimo exemplo desse Felipe Melo. Milionário, sem berço ou caráter nenhum. A imagem que temos dele é a de um marginal sempre disposto a agredir ou insultar um companheiro de profissão. Jogadores, usem o dinheiro que ganham para ter mais educação e comportamento de gente de bem, inserida na sociedade.

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