A velha máxima do futebol de que "quem não faz leva”, prevaleceu neste domingo, no Maracanã. O América começou bem, empurrando o Fluminense para seu próprio campo. Foi criando situações e empolgando sua torcida. O pênalti a favor do Coelhão era um sonho e ele aconteceu. Luan preparou-se para a cobrança, mas bateu de forma displicente, telegrafando ao goleiro Júlio César o canto em que deveria pular. O goleiro tricolor espalmou e o América perdeu o gol no rebote. Em seguida, novamente Luan. O atacante foi lançado e, diante do goleiro do Flu, chutou em cima dele. No rebote a bola ia entrando, mas Gum afastou o perigo. Duas grandes chances perdidas e desespero do time americano. E, para piorar, a velha máxima valeu. Escanteio para o Fluminense, Richard subiu praticamente sozinho e fez Fluminense 1 a 0. Se com Marcelo Oliveira, demitido na quinta-feira, o time ficou oito jogos sem marcar, agora a coisa mudou.
O Flu buscou o gol, pois precisava manter-se na elite do futebol. O América parece que não entendeu a importância daquele pênalti, quando o jogo estava 0 a 0. Era a única forma de manter o Coelho na Primeira Divisão. O primeiro tempo acabou com festa tricolor e decepção dos mineiros. O América teve a faca, o queijo e a goiabada na mão, mas não soube cortá-los, nem, tampouco, servilos. Se fazer um gol já era difícil, o América teria agora que fazer dois nos 45 minutos finais, sem sofrer mais nenhum. Naquele momento, além de Vitória e Paraná, Sport e América estavam caindo. A pergunta que não quer calar é: por que Rafael Moura não cobrou a penalidade? Não acredito que ele tenha “pipocado”, mas, em futebol profissional a ordem de quem bate é determinada antes. Quando uma equipe vai a campo, já sabe quem cobra córner, faltas, penalidades. A não ser que Luan tenha sido escalado para tal ou, então, sentiu confiança e pediu a Rafael Moura para bater. Um pênalti, em decisão, nunca deve ser perdido.
O Fluminense se manteve na Primeira Divisão. Não foi dessa vez que pagou aquela Segundona, que deve desde 1999, quando houve virada de mesa. O Coelho caiu, mais uma vez. A velha gangorra de subir num ano e cair no outro prevaleceu. Vamos ver se em 2019, com cotas de TV igualitárias para os clubes em 40% das receitas, as equipes menores consigam contratar melhor, pois o dinheiro será maior. Uma pena que Luan não tenha entendido o espírito da partida de domingo, que tenha batido o pênalti de forma tão displicente. Não que ele seja o grande culpado, mas em jogo decisivo o erro tem que ser zero. Mas é claro que o América vai sentir falta dos três pontos perdidos para o rebaixado Paraná, no Independência, lembram-se? Nessas horas, os erros em cada rodada são lembrados como responsáveis pela queda de uma equipe. Não adianta lamentar. O América tem que se reorganizar, disputar a Segundona com competência e voltar mais forte ainda. Uma pena, mas é a realidade. Não foi dessa vez que o Coelhão se manteve na elite. Esse sobe e cai incomoda muito. O América precisa voltar a ser grande, mas, para isso, precisa de uma torcida mais presente, e de mais dinheiro.
Sul-Americana é lixo
O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, tinha razão quando disse que a Sul-Americana é a Segunda Divisão da Libertadores. Vejam que equipes que disputavam a manutenção na Primeira Divisão na última rodada conseguiram vaga na competição internacional. Uma vergonha. A Libertadores já é fraca e ficou ainda mais desmoralizada após a Conmebol levar a decisão River e Boca para a Espanha. Imaginem uma competição abaixo da Libertadores!