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COLUNA DO JAECI

A tempestade, o vento, a camisa no varal, o Galo e Alexandre Kalil. Parabéns

postado em 25/03/2019 12:00 / atualizado em 25/03/2019 12:52

<i>(Foto: Pedro Souza / Atlético)</i>

Praga – Estou nesta belíssima cidade europeia, para mim a mais bonita capital, mas não posso deixar de fazer homenagem especial ao Galo e ao maior presidente de sua história. Hoje é 25 de março, aniversário do Atlético e do eterno presidente e mais vencedor, Alexandre Kalil, que faz excepcional gestão na prefeitura de Belo Horizonte. A história de um se confunde com a do outro, não há como dissociar suas imagens. Tive a honra e o privilégio de conhecer o saudoso ex-presidente Elias Kalil, que formou o maior time da história do clube. Naquela época, 1986, quando cheguei a BH, Alexandre, então com 27 anos, já pensava grande, sabia que um dia conseguiria as taças mais importantes da história do clube. Com Reinaldo, Cerezo, Palhinha e Éder não foi possível, pois havia José Roberto Wright para atrapalhar, na década de 1980. Porém, com o advento de mais de 30 câmeras espalhadas pelos estádios, durante a transmissão dos jogos, de uns tempos para cá ficou impossível para os árbitros meterem a mão no alvinegro e, dessa forma, as conquistas vieram.

Primeiro, Kalil faturou a Copa Libertadores, justamente a competição mais importante da América do Sul, em 2013. A imagem que me vem à cabeça é a dele chorando, no gramado, olhando para o céu e homenageando o pai. Depois, aquela defesa de Victor, no pênalti cobrado por Riascos, que, com certeza, foi a defesa mais importante da vida do clube. Se 13 é Galo, não havia ano melhor para esta gigantesca conquista.

Alexandre Kalil assumiu e na sua gestão não se comprava um sabonete sem o conhecimento dele. Com receitas enxutas, tratou de usar a criatividade, buscando no então desprestigiado Ronaldinho Gaúcho o maestro para a companhia que pretendia montar. Em apenas dois anos de clube, Ronaldinho transformou-se num dos maiores ídolos alvinegros, ao lado de Reinaldo e Dario, pois foi decisivo e fundamental naquela conquista.

A história eu já contei aqui, de quando Kalil foi a Porto Alegre e disse: “Garoto, você é rico, campeão do mundo e já ganhou quase tudo na carreira. Mas, se quiser ganhar a Libertadores, entra no avião e vamos para a Cidade do Galo”. R10 não só ganhou a Libertadores, como também a Recopa e a torcida mais apaixonada do mundo. Kalil ambicionava mais. Queria outro título inédito e foi em busca da Copa do Brasil. Ganhou em cima do maior rival, Cruzeiro, o que para os atleticanos teve sabor especial. Para um clube que não ganhava título de expressão desde 1971, como primeiro campeão brasileiro, nada melhor do que três taças em apenas dois anos.

A missão daquele que se tornou uma espécie de “Messias” para o torcedor alvinegro estava cumprida. E as coisas continuaram a acontecer na vida desse predestinado. Tornou-se candidato a prefeito de BH. Nunca foi político e sim um grande gestor. Ganhou a eleição, e hoje BH tem um dos prefeitos mais bem avaliados do Brasil. Poderia ter concorrido ao governo de Minas em 2018, ganharia com o “pé nas costas”, mas optou por cumprir seu compromisso com o povo da capital. Não tenho dúvida de que será reeleito, por governar para o povo, com grandes conquistas na área social, melhorando a vida do pobre de forma sensível. Também não duvido que em 2022 se torne governador. Precisamos de gestores como ele, não de políticos.

O que pode querer mais o avô da Catarina, filha do primogênito dele, Felipe Kalil com a Luiza, médico do Galo e da Seleção Brasileira? Tem mais dois filhos, João Luiz e Lucas, advogados, já encaminhados na vida, atleticanos roxos. Realmente, é um cara realizado. Um homem não pode passar por essa vida sem deixar um legado. O de Alexandre Kalil é laureado de conquistas que deixaram uma nação de oito milhões de pretos e brancos em êxtase! Que o diga a “Dama de Ferro” Adriana Branco, sua fiel escudeira.

Sei que o prefeito ainda tem muito o que fazer, como também sei que o sonho da Massa de vê-lo voltar, um dia, continua de pé. Acho difícil. Porém, Alexandre Kalil está eternizado. Seu nome e sua história, assim como a de seu saudoso pai, se confundem com a própria história atleticana. “Aqui é Galo, porra!”, dirá ele. O dia 25 de março é dele e dos atleticanos. E “se houver uma tempestade de vento, e uma camisa alvinegra pendurada no varal, o atleticano torcerá contra o vento”, como diz a frase eternizada pelo saudoso escritor Roberto Drummond. Não tenho dúvida de que Alexandre Kalil é essa pele, essa camisa pendurada no varal, tamanho o amor que a torcida tem por ele. Parabéns, Clube Atlético Mineiro. Parabéns, presidente. Vocês são eternos!

JOGO

Nesta terça, República Tcheca e Brasil se enfrentam em Praga. Será mais uma chance para Tite testar os jovens, que pedem passagem aos veteranos, em busca do hexa em 2022, no Catar. Bom jogo, torcedor.

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