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COLUNA DO JAECI

Vantagem do Galo, Cruzeiro favorito

postado em 14/04/2019 10:00 / atualizado em 14/04/2019 08:59

<i>(Foto: AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA )</i>
O Cruzeiro é o grande favorito à conquista do título mineiro. Isso é fato! Não me venham com essa balela de que em clássico não tem favorito, pois tem sim e, neste momento, o time azul é o melhor do Brasil. Dito isso, avisei que Levir Culpi não era treinador para o Atlético. Saiu daqui com o rabo entre as pernas, com péssimo trabalho em 2015. Ultrapassado, retrógrado e grosseiro. Ainda passou vexame em dizer que o Galo tinha vantagem no “Campeonato Gaúcho” (é Mineiro) e que a derrota para o “Peñarol” (foi para o Cerro Porteño), no Paraguai, fora um apagão. Como pôde o Atlético, de tantas conquistas, ter no seu comando um técnico assim? Felizmente, foi demitido antes do clássico.

Qualquer um que assuma terá mais discernimento e mais clareza em armar uma equipe. Vale dizer que ele não é o único culpado. Os jogadores, alguns beirando o ridículo, parecem não querer jogar no Atlético. O goleiro Victor está completamente fora de forma. O zagueiro Igor Rabello não sabe onde está, completamente perdido. Laterais o Galo não tem. Não vou nem perder tempo citando nomes. Adilson me agrada. Elias deve estar com a cabeça no Internacional, pois quis se transferir e o Galo não deixou. Cazares é o foguete molhado. Tem qualidade, potencial e técnica, mas parece que não conhece a grandeza do clube em que joga. Luan é aquela barata tonta que agrada aos torcedores. Corre o campo todo, dá carrinhos, ajuda na marcação e virou ídolo. Quando um jogador mediano como Luan se torna o principal atleta da equipe, tem algo de muito errado. Na frente, o veterano Ricardo Oliveira não vê a bola chegar.

Dos jogadores citados e em péssima fase, claro que há alguns com grandes serviços prestados ao futebol brasileiro. Victor é um ídolo e foi fundamental na campanha da Copa Libertadores, da Copa do Brasil e da Recopa, conquistas inéditas do Galo na gestão do maior presidente e mais vencedor da história, Alexandre Kalil. Porém, o futebol dele caiu, junto com o time. O problema do Atlético é que a maioria dos jogadores caiu de produção. Esse é o mesmo grupo que fez belíssima campanha no Brasileiro do ano passado, com Thiago Larghi no comando. Tanto que chegou à Libertadores.

Talvez estejam precisando de treinos mais eficientes, pois com Levir o time não tinha esquema de jogo, tampouco padrão. Era um bando em campo. Isso é reflexo de péssimos treinamentos. Alguns técnicos brasileiros não se modernizam, são ultrapassados e arrogantes. Repito o que escrevo há tempos: este grupo do Atlético é igual a, pelo menos, 15 equipes do Brasil. O problema é que estava mal treinado e desorganizado.

Não tenho dúvida de que o Galo não deveria ter saído do Independência. Entendo o pensamento de grandeza do presidente Sérgio Sette Câmara, mas foi no Horto que o Atlético teve suas maiores conquistas em 111 anos de história. Ali ganhou uma Libertadores e uma Copa do Brasil. Somente a final das duas competições foi no Mineirão, por exigência da Conmebol, no caso da Libertadores, e pelo fato de o Cruzeiro ter tido o direito de decidir o Copa do Brasil em sua casa. Pelo momento, o Galo deveria se manter no Independência, pois, com todas as dificuldades que enfrenta, teria mais chances de vencer seus jogos na Libertadores.

Estádio grande é bobagem. Os clubes europeus têm estádios com capacidade para 45 mil ou 50 mil pessoas, no máximo. Tanto que a Arena MRV será construída nesses moldes. No Horto, com 23 mil pessoas, o Galo tem lucro e não paga as taxas absurdas do Mineirão. Sei que há uma campanha dirigida contra Sette Câmara. Ele tem a responsabilidade de manter o clube equilibrado, melhorar suas finanças e deixá-lo melhor, quando sair. O problema é que o torcedor não entende isso e se junta aos abutres de plantão para detonar o dirigente e o clube. Não são os verdadeiros atleticanos e sim aproveitadores. Sempre existiu corrente que puxa para baixo no Atlético. Sérgio tem sua parcela de culpa, mas como todos os dirigentes tenta fazer o melhor pelo clube, pois é remunerado pela paixão. É sério e correto.

E o Cruzeiro, que está voando, como o melhor time e grupo da atualidade no nosso futebol, não tem nada com isso, agradece a crise no rival e espera uma grande vitória nesta tarde. Se o Atlético entrar com a mentalidade e o futebol de quarta-feira, será goleado novamente. É preciso dar o mínimo de estrutura tática à equipe e os jogadores lavarem a roupa suja entre eles, dar mais sangue e, acima de tudo, mais qualidade. Neste momento, a vantagem de jogar por empate no saldo de gols, que é do Galo, fica em segundo plano diante de sua fragilidade e da força do rival. Levir Culpi, antes de ser demitido, disse que “quem não acredita no Galo, não precisa ir ao Mineirão domingo”. Ele foi o primeiro a não acreditar, pois foi demitido e não estará no Gigante da Pampulha. Acho até que o Galo poderia dar uma justa-causa nele, pelos prejuízos que causou à equipe, com futebol tão medíocre e abaixo da crítica.

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