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Conselho

postado em 27/08/2013 13:27

* “Não estou dando nem vendendo. O meu conselho é pra te ver feliz.” Esse é um trecho de Conselho, samba de Almir Guineto, gravado por tantos cantores e imortalizado na voz de Jorge Aragão. Lembrei-me dessa música porque é exatamente isso que vou fazer hoje na coluna: dar um conselho. Se você é pai ou mãe e ama a sua família, não cometa a irresponsabilidade de levá-la a um estádio de futebol. Devolva imediatamente os ingressos que comprou e veja os jogos do seu time do coração pela tevê. Quem leva esposa e crianças ao Estádio Mané Garrincha, além de gastar uma fortuna com entradas e ficar horas na fila para comprá-las, não tem noção do perigo a que as expõe. Infelizmente, o Mané Garrincha virou uma praça de guerra. Lá, quadrilhas de marginais, bandidos tratados pelo eufemismo de “torcida organizada” fazem o que bem entendem. Toda semana as mesmas brigas se repetem. Pelas imagens, podemos identificar sempre os mesmos covardes que, sozinhos, são umas ovelhinhas, mas em grupo se tornam valentões.

* O meu conselho para que você deixe de ir ao estádio não é porque não gosto de futebol. Amo esse esporte como quase todo brasileiro. O que me faz pedir isso a você é a declaração do comandante da polícia no estádio. Ele disse que não pôde prender ninguém porque não houve uma queixa formal numa delegacia de polícia, está de mãos atadas. E disse mais, para piorar. Falou que nos próximos jogos a polícia vai escoltar os marginais até o estádio e na volta também. Ora, a polícia, em vez de cuidar das pessoas de bem, vai perder tempo cuidando de bandidos. Eu sei por que a polícia age assim. Ela sofreu muitas críticas durante essa onda de manifestações que aconteceu no Brasil recentemente. A imprensa, na grande maioria, caiu em cima da polícia dizendo que ela era filhote da ditadura, que era violenta etc. A corporação respondeu: “Ah, é? Então tá”. A partir daí, a polícia deixou correr frouxo, cruzou os braços, ficou assistindo, e meia dúzia de baderneiros começou a quebrar o patrimônio público. O tal do spray de pimenta virou tempero para sanduíche de gente que nem estuda nem trabalha.

* Na briga da semana passada, aquela entre Flamengo e São Paulo, um policial acompanhado de outros policiais, viu um sujeito ser espancado e não fez nada. Ficou quieto, como se a obrigação dele não fosse intervir. Na briga do último domingo, um corintiano deu vários chutes em outro policial que ficou no chão, estatelado. Outro corintiano tomou o cacetete do PM e desceu a borracha na tropa. Isso tem que acabar. O que acontecerá no domingo que vem? Vão colocar fogo no estádio? Vão jogar uma criança morta da arquibancada? Chega! Precisamos de uma polícia polícia. Precisamos apoiá-la para que ela esteja a serviço das pessoas de bem e que defenda a sociedade com lealdade, honra e força.

* Muitos vão dizer que sou reacionário, isso não me importa. Mesmo assim, vou dizer como deveria ser a ação policial no jogo de domingo passado. A polícia deveria, apenas naquele caso, esquecer os direitos humanos, a Constituição, Joaquim Barbosa e tudo mais. Pegar aqueles 40 brigões; colocá-los na carreta da PM, aquela que carrega os cavalos da tropa; levá-los para uma estradinha de terra que tem lá pro lado do Padef, longe de tudo, e descer a porrada. Moer no cacete. Dar uma surrada puxada a motor. Depois, deixar os torcedores organizados lá para que voltassem a pé.