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A toda velocidade, para trás

postado em 01/10/2013 09:58

Pégu neci trecrado prá inscreviá qui o InBGE divurgó qui o naufabetismo armentó nu Braziu.

Olá, amigo alfabetizado que tem o incrível poder de ler qualquer coisa, uma bula de remédio, uma placa de trânsito ou até essa humilde coluna. Saiba que você é um ser privilegiado, mas em extinção. É verdade, infelizmente. O analfabetismo aumentou e não para de crescer. Inclusive, é o único que pode alcançar o Cruzeiro na ponta da tabela. Só falta, para os brasileiros, a volta da monarquia portuguesa e uma epidemia de febre amarela. Se essa taxa de analfabetismo continuar crescendo, o meu emprego de colunista aqui no Correio Braziliense estará ameaçado. Portanto, você, amigo que já sabe ler, não me abandone. Sinto-me ameaçado e preciso muito desse emprego. Mas a culpa é minha. Eu tenho umas ideias atrapalhadas. Certa vez, pensei em abrir um restaurante de alta gastronomia francesa na cidade de Guaribas, no interior do Piauí. Outra loucura foi essa de inventar de ser escritor no Brasil. É o mesmo que vender pente para careca.

Botafogo e Corinthians estão como a educação no Brasil: correndo para trás. Tudo parecia ir tão bem, o ambiente era bom, os jogadores eram amigos e coisa e tal. Agora, o negócio azedou e ninguém mais se fala. O Timão, campeão da Libertadores e do mundo, não ganha há oito partidas e foi goleado pela Portuguesa. Ganhar do Corinthians, hoje em dia, é como empurrar bêbado na ladeira. O Botafogo é outro que vinha bem, campeão carioca, superou a falta de dinheiro e os pagamentos atrasados, teve boas revelações no elenco e, de repente, desandou. É claro que os dois times perderam jogadores importantes. No caso do Corinthians, Paulinho foi a perda mais sentida. Ele era o motor do Timão e é o da Seleção de Felipe Scolari. Acho que por trás da queda de produção desses dois times está uma briguinha interna. Ninguém ali esqueceu como se joga futebol. Alguém ou “alguéns” querem derrubar os técnicos. Escrevi “alguéns”, uma palavra que não existe. Olha o Brasil me atentando. Só espero que não derrubem os técnicos e coloquem no lugar o ministro da Educação.

A briga que vale
O Cruzeiro já é o campeão brasileiro de 2013. Abriu 12 pontos para o segundo colocado e só não digo que é impossível ele perder o título porque, nessa vida, nada é impossível. O capitão do Titanic, certa vez, disse que nem Deus afundaria aquele navio e deu no que deu. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Esse ditado é bom, mas eu prefiro ele assim: cautela e cordeiro assado com molho de limão verde e ervas de provence sobre cama de cogumelos reduzidos no azeite da região de Évora não fazem mal a ninguém.

Estou escrevendo essas amenidades para dizer que a briga que resta nesse Brasileirão é a do rebaixamento. O Náutico, que vaga no último lugar da tabela como um zumbi de filme trash, venceu o Coritiba por 3 x 0 e deu um alento de esperança ao torcedor. Se o Náutico escapar do rebaixamento, será um milagre, como foi o da ressureição de Lázaro. Milagres são invisíveis, mas esse, se houver, poderá ser acompanhado ao vivo pelo pay per view. O São Paulo, com a chegada de Muricy, parecia alçar voo. Mas, depois de duas derrotas, vimos que o voo era de galinha ou de avestruz. Do Bahia, com 32 pontos, para baixo, todos correm sério risco de ir para a degola. Isso inclui os grandes Flamengo, São Paulo e Corinthians.