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O mapa do caminho

postado em 04/01/2013 09:52

O maior desafio do futebol brasileiro neste primeiro semestre de 2013 é formatar um calendário decente, equilibrado e consciente para os clubes e a Seleção capaz de singrar os próximos 18 meses e nos devolver o caneco em julho de 2014.

Daqui até a Copa das Confederações, as competições já estão formatadas e os campeonatos estaduais permanecem como zonas escuras da gestão do esporte bretão por aqui.

Não é razoável que os quatro grandes do Rio de Janeiro, por exemplo, participem de um torneio regional com outros 12 times de periferia, alguns deles de várzea mesmo, e se esfolem em turno e returno. Potenciais craques que podem ser chamados por Felipão, como Dedé e Fred, por exemplo, podem enfrentar uma sobrecarga arriscada nessa competição menor. O Fluminense ainda irá à Libertadores, focado em vencê-la e não como mero espectador.

O mesmo ocorrerá em São Paulo, com os clubes paulistas disputando ao mesmo tempo o Paulistão com 16 times, a Copa do Brasil e a Libertadores. Os estaduais são mais importantes do que a Seleção? Não, claro que não. Daí a necessidade de coerência e equilíbrio entre CBF, federações e clubes.

Em junho, tudo para a fim de que se jogue a Copa das Confederações. Teremos ao menos quatro bons amistosos entre o Brasil e a Inglaterra, a França e a Itália nesse período. E os brasileiros entram em campo com a obrigação de vencer o torneio, mesmo que ele não signifique rigorosamente nada em termos de Copa. Significará muito, porém, para a afirmação de Scolari à frente do grupo e para o moral da torcida que exige vingar 1950 em 2014.

Carlos Alberto Parreira, nosso novo coordenador de Seleções, e os cartolas da CBF precisam, agora, estabelecer as prioridades para os amistosos do segundo semestre deste ano e para a preparação da Copa. Temos de rodar o mundo em busca de adversários respeitáveis e que nos acrescentem algo em termos de técnica e de tática.
w Se formos enfrentar selecionados africanos, então que nos ofereçam Gana, ou Costa do Marfim, ou Nigéria. Não nos tragam, por favor, Zâmbia ou Angola, que ainda engatinham em termos futebolísticos.

Nas Américas, o nosso páreo tem de ser contra a aplicação mexicana, a força e a técnica argentina, a retranca uruguaia ou até mesmo uma revanche contra os esforçados colombianos. Claro que um jogo tendo os Estados Unidos por oponente também é sempre bom.

Antes da Copa, precisamos entrar em campo contra a Espanha, a Holanda, a Alemanha e Portugal ao menos uma vez e em partidas clássicas, não em meras apresentações entre amigos. O caminho até o glorioso hexacampeonato é longo e árduo, mas é possível. E começa já.