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DA ARQUIBANCADA

A dan­ça vo­lú­vel dos per­cen­tu­ais

"Vol­te a ven­cer, Co­e­lhão, que os per­cen­tu­ais ma­te­má­ti­cos vão re­gis­trar o mes­mo su­ces­so fi­xa­do na ta­be­la de clas­si­fi­ca­ção"

postado em 06/10/2017 11:00

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Em ma­té­ria pu­bli­ca­da em 21/9/2017, o Su­pe­res­por­tes in­for­ma­va que, com a vi­tó­ria so­bre o Vi­la No­va-GO e o re­tor­no à li­de­ran­ça da com­pe­ti­ção, o Amé­ri­ca es­ta­va per­to do ob­je­ti­vo de con­quis­tar o aces­so à Pri­mei­ra Di­vi­são da pró­xi­ma tem­po­ra­da. Pa­ra em­ba­sar a afir­ma­ção, uti­li­zou da­dos do De­par­ta­men­to de Ma­te­má­ti­ca da Uni­ver­si­da­de Fe­de­ral de Mi­nas Ge­rais.

“Com o im­por­tan­te triun­fo des­sa ter­ça-fei­ra, no Hor­to, o Amé­ri­ca che­gou aos 48 pon­tos e tem 91% de chan­ces de clas­si­fi­ca­ção pa­ra a Sé­rie A em 2018. Na se­quên­cia, vêm In­ter­na­cio­nal (83,6%), Pa­ra­ná Clu­be (63,7%), Vi­la No­va (46,9%) e Ju­ven­tu­de (44,9%)”.

O mo­men­to era al­ta­men­te fa­vo­rá­vel ao Amé­ri­ca. “Ain­da se­gun­do o De­par­ta­men­to de Ma­te­má­ti­ca da UFMG, o Amé­ri­ca tem 39,8% de chan­ces de con­quis­tar o tí­tu­lo da Sé­rie B. O In­ter­na­cio­nal, com um jo­go a me­nos que o Coe­lho, tem 31,9%. Pa­ra­ná Clu­be (11,8%), Vi­la No­va-GO (6%) e Ju­ven­tu­de (5,8%) se­guem na lu­ta”.

O Cea­rá, que não ti­nha en­tra­do na his­tó­ria (sal­ve, Car­los Drum­mond de An­dra­de!), é ho­je o ter­cei­ro co­lo­ca­do, com os mes­mos 48 pon­tos, mas com uma vi­tó­ria a mais do que o Amé­ri­ca. Não é que os nú­me­ros se­jam fal­sos, men­ti­ro­sos, equi­vo­ca­dos. Não são. Po­rém, são vo­lú­veis e dan­çam de acor­do com a mú­si­ca, sem le­var em con­ta os im­pre­vis­tos e as pos­sí­veis mu­dan­ças de com­por­ta­men­to e de de­sem­pe­nho dos ti­mes em cam­po. Os nú­me­ros não men­tem, mas ao con­fiar ne­les e fes­te­jar an­tes da ho­ra, vo­cê e seu ti­me irão se fer­rar, tor­ce­dor.

Em quar­to lu­gar, a ape­nas dois e três pon­tos do quin­to e do sex­to co­lo­ca­dos, res­pec­ti­va­men­te, Vi­la No­va-GO (46 pon­tos) e Ju­ven­tu­de (45), que, fe­liz­men­te, jo­ga­ram e per­de­ram, o Amé­ri­ca en­fren­ta o San­ta Cruz nes­te sá­ba­do pre­ci­san­do ven­cer pa­ra avan­çar po­si­ções e não cor­rer o ris­co de sair do G-4 na pró­xi­ma ro­da­da. Tam­bém no sá­ba­do, tor­ce­dor, va­le to­do o seu es­for­ço pa­ra se­car o da­na­do do Oes­te (44 pon­tos) que nos der­ro­tou em ca­sa e en­ca­ra o Gua­ra­ni (34). Dá-lhe, Bu­gre!

As der­ro­tas pa­ra In­ter e Oes­te mu­da­ram do vi­nho pa­ra o vi­na­gre o pa­no­ra­ma po­si­ti­vo que os ma­te­má­ti­cos des­cor­ti­na­vam pa­ra o Amé­ri­ca. Na atual si­tua­ção de pe­ri­go de não con­quis­ta da va­ga à Sé­rie A, o que se­rá que os es­pe­cia­lis­tas em nú­me­ros, com seus cál­cu­los frios, di­riam a res­pei­to das chan­ces do Coe­lhão? Cer­ta­men­te, os per­cen­tuais te­rão caí­do, acom­pa­nhan­do o ren­di­men­to do ti­me em cam­po.

É is­so: a ma­te­má­ti­ca é pre­ci­sa, os nú­me­ros não men­tem e bla-bla-blá, blá-blá­blá, mas ela diz o ób­vio, uma vez que mos­tra em seus cál­cu­los o que se po­de ver sem es­for­ço na pró­pria ta­be­la de clas­si­fi­ca­ção. Ao ven­cer par­ti­das e mais par­ti­das, o ti­me so­ma pon­tos e se po­si­cio­na em pri­mei­ro ou nos pri­mei­ros lu­ga­res. Ao con­trá­rio, quan­do per­de duas ou três se­gui­das e seus ad­ver­sá­rios ven­cem, a ta­be­la apon­ta sua que­da e a as­cen­são dos con­cor­ren­tes.

Não sa­be­mos ela­bo­rar es­ses per­cen­tuais ma­te­má­ti­cos, mas sa­be­mos ver, em cam­po ou na TV, se nos­so ti­me vai bem ou mal. Vol­te a ven­cer, Coe­lhão, que os per­cen­tuais ma­te­má­ti­cos vão re­gis­trar o mes­mo su­ces­so fi­xa­do na ta­be­la de clas­si­fi­ca­ção.

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