Depois desse pequeno tropeço, Enderson mexeu na escalação e fez experiências que deram certo contra o Uberlândia: o América venceu por 3 a 0 e fez, até agora, o seu melhor jogo em 2018. Sem poder contar com o goleiro João Ricardo, titular absoluto da posição, o treinador manteve a defesa que foi campeã brasileira em 2017: Norberto, Messias, Rafael Lima e Giovanni. No meio-campo, escalou David (Magrão, no segundo tempo) e Serginho com o garoto-firmeza Zé Ricardo. E, na frente, surpreendeu ao vestir Aderlan com a camisa 7, ao lado de Aylon e Rafael Moura. A presença de Aderlan, lateral-direito de origem, deu liberdade e segurança a Norberto, fortalecendo aquele setor do time.
Com destaque para Serginho, que participou das jogadas que resultaram em gols, todos os jogadores de linha mostraram qualidade técnica e sentido de jogo coletivo, com trocas de passes e movimentação constante nos três setores da equipe. O sistema defensivo, virtuoso e vitoriosíssimo na Série B’2017, mais uma vez funcionou bem, permitindo pouquíssimas chances de gol ao adversário. E, finalmente, o meio-campo e o ataque cumpriram seus papéis, articulando, criando jogadas e finalizando com precisão para fazer os gols que efetivamente foram feitos. Mais: o placar favorável ao Coelhão poderia ter sido maior, fruto do desempenho acima da média de todo o time. Desta vez, o América venceu e convenceu.
Domingo, contra o Atlético, o América fará o seu segundo jogo de Série A no Estadual. Enderson Moreira e seus comandados terão mais uma oportunidade para testar a qualidade e a eficiência do seu futebol. Foram campeões da Série B, mas sabem que o nível da Série A é superior e vai exigir mais de todos. Com 30 jogadores no grupo (contando com o retorno do goleiro Fernando Leal para o Brasileirão), o treinador tem dado chance a cada um de mostrar o seu valor. Se não me engano, apenas os goleiros Erick e Jory, os zagueiros Lima e Matheus Ferraz, os meio-campistas Renato Bruno, Juninho e Matheusinho (este, recuperando-se de grave contusão) e o atacante Pilar ainda não foram escalados.
Embora o Atlético esteja passando por fase turbulenta dentro e fora de campo, com o time até mesmo sendo vaiado pela própria torcida, é preciso dizer o que já foi dito milhares de vezes: clássico é clássico. Além das questões técnicas e táticas, os jogadores do América deverão entrar em campo bem preparados psicologicamente, com o emocional em dia. Coeeeelho!