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DA ARQUIBANCADA

Quem semeia arbitragens colhe vice-campeonato

Como diria o outro: o Atlético Mineiro pegou o boi de ser vice-campeão

postado em 13/04/2018 10:00 / atualizado em 13/04/2018 08:38

Por que um torcedor americano iria perder tempo de comentar a decisão entre Cruzeiro e Atlético? Simples: o América só não disputou as finais porque o Galo Mineiro foi escandalosamente ajudado por arbitragens caseiras em duas “vitórias” sobre o Coelhão e em outras duas “vitórias” sobre Uberlândia e Tombense. Caso essas contribuições de árbitros e bandeirinhas não tivessem ocorrido, o alvinegro não teria ficado nem entre os quatro clubes mais bem colocados na classificação. Em consequência, não disputaria a fase final.

Independentemente do jogo em si, essa decisão estadual foi interessante por atirar pás de cal em cima de dois clichês do mundo do futebol: “Futebol não tem lógica” e “O futebol é injusto”. Quanto à lógica, desta vez ela se fez presente no título dos azuis, uma vez que foi o time com a melhor campanha, bastando para isso ver o número de pontos que somou, muito maior do que os do seu adversário. Portanto, sendo lógico, o resultado também foi justo e merecido por parte do Cruzeiro. Já o Atlético Mineiro, que tanto semeou arbitragens caseiras favoráveis ao seu time, acabou por colher apenas o vice-campeonato – e nem isso fez por merecer. Como diria o outro: pegou o boi de ser vice-campeão.

América

João Zebral / América


Bem, vamos ao que interessa, que é o América, nosso querido Coelhão. De volta à Série A, por ter sido campeão da Série B do Brasileiro em 2017, os torcedores desejam que o time faça, no mínimo, campanha digna e se mantenha entre os 20 clubes da Primeira Divisão do futebol nacional. Para isso, vão gostar de ver a equipe posicionada em campo para vencer, encarando com valentia seja lá qual for o adversário, mesmo aqueles grandões protegidos pela CBF e que recebem a maior cota de TV da emissora que detém os direitos de transmissão do campeonato.

Esse ponto aí é de uma injustiça enorme. Impressiona como a desigualdade social existente no Brasil é reproduzida pela Rede Globo na distribuição de verbas aos clubes, promovendo, assim, também a desigualdade social no futebol. Enquanto Corinthians e Flamengo recebem, cada um, R$ 170 milhões, o América fica com apenas R$ 23 milhões. Diferença gritante, que impossibilita ao Coelhão contratar jogadores acima da média e dificulta o seu caminho para conquistar um número grande de vitórias e se classificar entre os primeiros da competição.

Sim, nas cotas de TV da Rede Globo o futebol é injusto e ilógico. Pois, o que impede a tal emissora de distribuir em partes iguais o montante da verba de que dispõe para isso? Vão dizer: é assim desde sempre, por que mudar?. Ora, se queremos um país justo e igualitário, por que não o futebol começar a dar um bom exemplo? E já que a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva fez com que a corrupção acabasse no Brasil (faz-me rir...), por que não acabar de fato com o foro privilegiado dos políticos?. Vão dizer: é assim desde sempre, por que mudar? Ora, se queremos um país justo e igualitário...

A luta é bruta. Na vida e no futebol.

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