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DA ARQUIBANCADA

Davi x Golias no Maracanã

Mesmo que a despedida do goleiro Júlio César empreste ao jogo um clima de festa, o América vai enfrentar uma verdadeira batalha campal no Maracanã

postado em 20/04/2018 10:00 / atualizado em 20/04/2018 11:07

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Diretoria e marketing acertaram ao colocar ingressos com preços baixos, e cerca de 9 mil torcedores foram ao Independência para ver a estreia do América em seu retorno à Série A do Brasileiro. Estreia pra lá de boa. O time venceu e convenceu ao derrotar o Sport por 3 a 0, com os gols sendo marcados no primeiro tempo. Um primeiro tempo de manual, pois com um minuto o Coelho já vencia por 1 a 0, gol de Serginho. O placar foi completado aos 35min, com Carlinhos, e aos 38, com mais um gol de Serginho. No segundo tempo, o Coelhão tirou o pé do acelerador e, como se diz, apenas administrou o resultado. Ao final, a torcida americana comemorou muito e voltou feliz para casa, orgulhosa com os três pontos.

Mas nem tudo foram flores nesse jogo. Enderson Moreira demorou para fazer substituições e irritou a torcida. Finalmente, ao decidir mexer no time, mais uma vez desagradou à turma da arquibancada. Com 3 a 0 no placar e um adversário fragilizado e impotente em campo, o torcedor sentiu que o América poderia fazer mais gols e insistiu em pedir a saída de Luan e Rafael Moura, trocados por Marquinhos, Judivan ou Ademir, atacantes rápidos e descansados que tinham tudo para ajudar a conquistar o objetivo de goleada desejado por muitos no estádio. Enderson resistiu aos pedidos da torcida e colocou Zé Ricardo, Magrão e Wesley no lugar de Christian, Luan e Serginho.

Não é por nada, não, mas a base do América brilhou contra o Sport: o goleiro Jory, o zagueiro Messias (como sempre) e o volante Christian foram três dos melhores jogadores em campo, ao lado de Serginho, da base do Santos, e os experientes Rafael Lima e Carlinhos. Já o Luan é um caso à parte, pois iniciou as jogadas que resultaram no primeiro e no terceiro gols, mas, no segundo tempo, como errou uma série de lances, chegou a ser vaiado por parte da torcida. Irritou o torcedor, mas cumpriu importante papel tático no esquema do treinador. Pareceu cansado a certa altura da partida e deveria ter sido substituído mais cedo, lá pelos 20min do segundo tempo.

Pressão

Mesmo que a despedida do goleiro Júlio César empreste ao jogo um clima de festa, o América vai enfrentar uma verdadeira batalha campal no Maracanã, contra o Flamengo. O rubro-negro vem de empate com o Vitória, quando deixou dois pontos para trás em partida na qual foi duplamente prejudicado pela arbitragem ao sofrer um gol de pênalti inexistente e ter Éverton Ribeiro expulso injustamente. Isso nunca deveria ocorrer no futebol, mas a paranoia me diz: “A arbitragem deste jogo vai querer compensar e dar ao Urubu os três pontos contra o Coelho”.

Paranoia ou não, cabe a Enderson Moreira e seus comandados se prepararem para entrar em campo fortalecidos emocionalmente e encarar tudo e todos com moral: 11 adversários + arbitragem milhares de flamenguistas. Uma pressão gigantesca, coisa mesmo de Davi versus Golias. Aguente firme e forte, Coelhão!

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