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DA ARQUIBANCADA

O lado positivo das coisas

"A derrota para o Vasco foi o ponto fora da curva: o time tem padrão e está jogando bem"

postado em 25/05/2018 09:17

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Em recentes colunas, elogiei o Messias e fiz críticas ao Enderson Moreira e ao futebol jogado por João Ricardo, Juninho, Luan e Rafael Moura nas partidas contra Vasco, Palmeiras e Ceará. Estranhei, inclusive, a maneira apática com que o time voltou do vestiário no intervalo dos confrontos com vascaínos e cearenses. O segundo tempo contra o Vasco foi muito esquisito, já que vencíamos por 1 a 0 e levamos quatro gols atuando de maneira anêmica, inaceitável. Já em Fortaleza, apesar de a equipe ter esquecido no vestiário o bom futebol que jogou no primeiro tempo, os gols cearenses têm de ser creditados ao “artilheiro” Eduardo Tomaz de Aquino Valadão, árbitro que nos afanou dois pontos na cara dura. Persona non grata.

Porém, nada como um jogo após o outro. Na importante vitória sobre o Botafogo, que colocou o América de novo no G-6, Enderson Moreira escalou certo, substituiu certo e a equipe apresentou futebol de Série A. João Ricardo recuperou a forma física e fez uma defesa salvadora. Na sequência do lance, Messias também nos salvou de sofrer um gol botafoguense.O zagueiro continua a merecer elogios por suas atuações seguras e de altíssima qualidade.

Luan foi essencial na conquista da Série B. Porém, atualmente, a dificuldade em dominar a bola, os erros de passes e a incapacidade de chutar bem a gol fizeram com que muitos torcedores chegassem a vaiá-lo no Independência. Mesmo assim, é preciso reconhecer que ele sempre foi um jogador tático e guerreiro. Contra o Botafogo, deu o passe para Rafael Moura dominar, se livrar de três defensores do Fogão e servir a pelota com açúcar e com afeto para Juninho (foto) tocá-la com o bico da chuteira, à la Romário ou Ronaldo, para o gol.

Juninho divide opiniões na torcida. Metade a favor, metade contra; esses aí (eu incluído) preferindo Christian ou Zé Ricardo em seu lugar. Agora, depois desse gol fundamental para as pretensões do América em 2018, o melhor a fazer é acreditar que todos do grupo são titulares e que o treinador vai escalá-los de acordo com o que viu de bom nos treinos. E que, se jogarem mal, vai acertar nas substituições (bati na madeira três vezes...). Uma das coisas boas do futebol é que os torcedores são empolgados e passionais. Teve torcedor perto de mim que depois do gol gritou: “Ão ão ão, Juninho é Seleção!”. A gente trabalha muito, ganha pouco, mas se diverte.

A vitória sobre o Botafogo e o empate com o Palmeiras mostraram que a derrota para o Vasco foi o ponto fora da curva: o time tem padrão de jogo e está jogando bem. O campeonato é longo e desgastante e haverá oscilações naturais para cima e para baixo; o importante serão as correções que deverão ser feitas pelo treinador. Exemplo: o banco de reservas serviu de lição para Rafae lMoura e Juninho, que voltaram com disposição maior depois de ficarem sentados ali. Tem lógica: com esse frio, é muito melhor jogar e suar em campo do que gelar a bunda no banco.

No domingo, vamos ser 10 mil americanos no Independência? O Coelhão merece.

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