O futebol brasileiro não é mais tão bonito, tão espetacular. Cada equipe entra em campo pensando mais no resultado do que no futebol-arte. É fácil culpar os treinadores. Alguns desavisados cometem o erro de comparar treinadores brasileiros aos treinadores europeus. Ora, pura insanidade. Não podemos exigir, por exemplo, que o Levir Culpi adote o mesmo sistema que o Guardiola. A não ser que ofereçam ao treinador atleticano um grupo de jogadores como o do Manchester City. Como exigir um futebol bonito quando o treinador mal teve tempo de observar todo o elenco? Como exigir um futebol bonito e de toques espetaculares num país que vê seus melhores jogadores sendo exportados até antes dos 20 anos? Essa mania de ficar exigindo futebol bonitinho, futebol refinado é coisa de quem está vivendo uma outra realidade.
OBJETIVO
Uma coisa é exigir resultados, outra coisa é criticar o futebol brasileiro. Todos sabemos que não existe a menor chance de uma disputa com equipes europeias. Quem chega aqui com dinheiro leva sempre o melhor craque, a melhor revelação. Hoje, vender jogador não é mais uma questão de oportunidade. É uma questão de sobrevivência. Felipão, Mano, Levir e tantos outros não podem, num curto espaço de tempo, transformar equipes competitivas em times de exibição, até porque posse de bola nem sempre significa vitória.
SABE MUITO
Hans-Pieter Briegel, ex- jogador da Seleção Alemã, caiu de pau sobre o Guardiola. Disse que o treinador passou a muitos jogadores a ideia de que bastaria ter a posse de bola para vencer. Segundo ele, isso influenciou a seleção do seu país. Pois bem, a coisa se complicou na Rússia. E quem ficou com o título foi a França, com menos posse de bola e maior objetividade...
NA REAL
Não gostei do que o Atlético mostrou contra o Paraná, achei que o time se acomodou diante de um adversário fragilizado. Mas conseguiu os três pontos. Já contra o Bahia a coisa foi diferente. Vi um Atlético mais competitivo e que segurou a vitória pelo placar mínimo com um jogador a menos. Alguns jogadores se destacaram pela aplicação, pela luta. Elias foi um deles. Já o Chará é bom com a bola nos pés, mas quando a perde só falta acionar o Uber. Fica parado, sem ação. Talvez seja a tal fase de adaptação...
TEM COISA QUE A GENTE VÊ...
Para mim, o Wilton Pereira Sampaio amarelou feio. Num jogo em que o Corinthians precisava vencer de qualquer maneira, jogando em seu estádio, o árbitro fez de conta que não viu uma penalidade claríssima cometida pelo Danilo Avelar contra o atacante Marlone, do Vasco. Só pode ter amarelado. Não vale dizer que esqueceu as lentes de contato no vestiário. Foi muita covardia. Mais interessante foi lembrar que no jogo entre Atlético e Palmeiras ele enxergou com olhos de lince uma penalidade do Adílson sobre o Dracena. Mas o moço seguirá firme, apitando até ensaio de bateria de escola de samba... Pouco importa se não tem critério, se prejudica alguém. Vejamos a escalação para a próxima rodada. Assim saberemos que time paulista entrará em campo com ele no apito.
APITO DE LATA...
Mais um árbitro lambão quase ajuda outro paulista... Foi escandalosa a falta cometida por Copete em Ademir. Todo mundo viu – até o auxiliar avisou ao apitador. Mas ele deixou a jogada seguir e o Santos fez o seu gol. Não é a primeira vez que esse Dawson Freitas erra. É limitado, não pode apitar jogos numa fase tão decisiva. Alguns erros podem determinar quem cai para a Série B. Ainda bem que o América fez o segundo gol e com muita justiça faturou os três pontos. Mas deve ter sido difícil para os jogadores do time do Givanildo manterem a calma.
QUASE UM SANTO...
Um lance que me chamou a atenção: Aos 47 minutos do segundo tempo, jogo tenso no Independência e a câmera pega o Givanildo na maior tranquilidade, sorrindo para o pessoal do banco. Outro treinador estaria ali se descabelando, dando piruetas, virando cambalhotas... Pois o treinador americano estava ali tranquilo, confiante e sereno. Bela imagem.
QUE COISA
O América perdeu para o Paraná e nós achamos um absurdo. O Atlético venceu o Paraná jogando numa retranca dos diabos e nós achamos um absurdo. O Paraná empata com o Palmeiras... Parece que o Paraná melhorou....
SEM SAL
Esse jogo entre Cruzeiro e São Paulo foi algo parecido com comida de hospital. Sem sal, sem gosto... O segundo tempo, então, foi difícil de ver. O destaque foi a chuva. Ela ocupou todos os espaços. Esteve no ataque, na defesa...
2019...
Por mais que os jogadores tentem mostrar alguma coisa, está mais do que na cara que o Cruzeiro pensa apenas na próxima temporada. Quem sai, quem fica. E não venham com conversa de que alguns jogadores precisam mostrar alguma coisa para permanecer no elenco. Quem não mostrou durante o ano não irá mostrar algo agora.