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Acusado de corrupção, dirigente espanhol diz que país pode ficar fora da Copa

Esta suspensão pode configurar intervenção do governo na federação

postado em 18/12/2017 19:29 / atualizado em 18/12/2017 19:30

Gabriel Bouys
Presidente afastado da Federação de Futebol da Espanha, Ángel Maria Villar afirmou nesta segunda-feira que o país corre o risco de ser excluído da Copa do Mundo de 2018 por causa da intervenção do governo espanhol na entidade esportiva. Villar é um dos principais cartolas do mundo a ser acusado de corrupção, entre outros crimes, no escândalo da Fifa.

"Este governo está colocando a participação da Espanha na Copa do Mundo em risco", declarou o dirigente de 67 anos. "O risco é sério. E o único responsável pela ausência da Espanha no Mundial será o governo espanhol", afirmou Villar, em sua primeira entrevista coletiva após ser libertado.

Ele foi liberado da prisão sob o pagamento de fiança. Villar fora preso em julho deste ano, na companhia de outros três dirigentes, todos investigados sob acusação de gestão inapropriada, desvio de fundos, corrupção e falsificação de documentos. Um destes cartolas é o próprio filho de Ángel Maria, Gorka Villar.

Ángel Maria Villar fez as declarações em referência a uma manifestação da Fifa, há três dias, sobre a suspensão que o governo espanhol impôs sobre ele, impedindo-o de seguir na presidência da Federação de Futebol da Espanha. Sem fazer menção a uma possível exclusão da Copa, a entidade máxima do futebol dissera que analisaria a situação.

Villar foi suspenso no mês de julho, uma semana após sua prisão, pelo Conselho Superior de Esporte, a principal autoridade esportiva da Espanha. A entidade suspendeu Villar por um ano para aguardar o resultado da investigação que balançou o futebol espanhol. Os documentos do tribunal indicam que, além dos fundos desviados, Villar supostamente corrompeu várias federações regionais, oferecendo favores em troca de votos.

Para o cartola, esta suspensão pode configurar intervenção do governo na federação de futebol, o que é vetado pela Fifa. Se a entidade máxima reprovar a ação, poderia excluir a Espanha dos seus torneios, caso da Copa do Mundo, e poderia tirar os clubes espanhóis das principais competições europeias, como a Liga dos Campeões.

Ao ser suspenso da federação, Villar teve encerrada uma sequência de quase 30 anos na presidência. Ao mesmo tempo que era o principal dirigente esportivo do futebol espanhol, ele também ocupou o cargo de vice-presidente da própria Fifa e da Uefa.

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