A semente para a Copa do Mundo foi o veto ao futebol do programa de competições dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932. A justificativa era que o esporte tinha baixa popularidade nos Estados Unidos. Em 1928, o presidente da Fifa, Jules Rimet, manifestou a intenção de criar um torneio independente do Comitê Olímpico Internacional (COI) e aberto para todas as nações integrantes da federação. Itália, Suécia, Holanda, Espanha e Uruguai se candidataram para sediar o Mundial. Numa conferência realizada em 1929, em Barcelona, os uruguaios foram escolhidos como anfitriões. À época, a Fifa levou em consideração o centenário da Constituição Uruguaia e as medalhas de ouro conquistadas pela seleção nas Olimpíadas de 1924, em Paris (França), e 1928, em Amsterdã (Holanda).
Foi difícil reunir seleções para participar da Copa do Mundo de 1930. Os países europeus, por exemplo, não queriam atravessar o Oceano Atlântico de navio em virtude dos desgastes e perigos proporcionados pela viagem em alto-mar. Com muito custo, a Fifa convenceu França, Iugoslávia, Romênia e Bélgica a ingressarem na disputa. Da América do Sul, além do Uruguai, os representantes eram Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Peru e Paraguai. Completaram o certame México e Estados Unidos, da América do Norte. As 13 seleções foram distribuídas em quatro chaves. Somente o Grupo 1 contou com quatro equipes; os demais ficaram com três.
Na delegação havia alguns integrantes do escrete bicampeão olímpico, como o capitão José Nasazzi, Héctor Castro, Héctor Scarone, Lorenzo Fernández e Pedro Cea. Este último foi o artilheiro da equipe no Mundial, com cinco gols, abaixo apenas do argentino Guillermo Stábile, que marcou oito vezes. O grupo comandado pelo técnico Alberto Suppici venceu as quatro partidas na competição. Na vitória por 4 a 2 ante a Argentina, pela decisão, o Uruguai jogou com Ballesteros; Nasazzi e Mascheroni; Andrade, Fernández e Gestido; Dorado, Scarone, Cea, Iriarte e Castro.
Com o elenco formado basicamente por jogadores que atuavam por clubes do Rio de Janeiro - principalmente no Vasco -, o Brasil teve campanha modesta no Grupo 2. Na estreia, em 14 de julho, perdeu para a Iugoslávia por 2 a 1, no Parque Central. Três dias depois, mesmo sem entrar em campo, amargou a eliminação na primeira fase, já que os iugoslavos golearam a Bolívia por 4 a 0 e sacramentaram o passaporte para a semifinal. Coube à Seleção cumprir tabela diante dos bolivianos, com vitória por 4 a 0, no Estádio Centenário. Preguinho, com três gols, foi o destaque brasileiro na competição.
Último jogador vivo
O último jogador vivo a ter participado da Copa do Mundo de 1930 é o argentino Francisco Varallo, titular de seu país. Nascido em La Plata, em 5 de fevereiro de 1910, ele morreu aos 100 anos, no dia 30 de agosto de 2010. Conhecido como Pancho, o atacante foi ídolo do Boca Juniors, pelo qual conquistou três edições do Campeonato Argentino (1931, 1934 e 1935) e marcou 194 gols (181 na era profissional).
POSIÇÕES
POSIÇÕES
Campeão: Uruguai
Vice: Argentina
3º lugar: Iugoslávia e Estados Unidos
Artilheiro: Guillermo Stábile (Argentina), 8 gols
TRAJETÓRIA DO CAMPEÃO (respeitando mando oficial):
Primeira fase
Uruguai 1x0 Peru
Uruguai 4x0 Romênia
Semifinal
Uruguai 6x1 Iugoslávia
Final
Uruguai 4x2 Argentina
TRAJETÓRIA DO BRASIL
Primeira fase
Iugoslávia 2x1 Brasil
Brasil 4x0 Bolívia